O Brasil é um país imenso e também um dos mais populosos do Mundo. Por ter mais de oito milhões de quilômetros quadrados é chamado de país-continente. O Brasil corresponde a quase metade da América do Sul. Um país tão grande acaba sendo muito diverso! São cinco grandes regiões geográficas: Norte; Nordeste; Centro-Oeste; Sudeste; Sul.
A diversidade histórica e geográfica é inegável e gerou uma diferenciação econômica, cultural e social muito significativa. Por tudo isso, o Brasil também é chamado de país de contrastes, principalmente em virtude da imensa desigualdade social que é expressa por manter lado a lado muita riqueza nas mãos de poucos cidadãos e imensa pobreza atingido milhões de brasileiros.
Portanto, a questão que se coloca é como administrar um país tão grande, populoso, diverso e desigual? Para isso, a primeira opção que se tem é buscar conhecer, da forma mais ampla possível, o país.
A par disso, um recurso indispensável é o censo demográfico, que leva à administração pública, por meio do recenseador, a visitar cada residência dos brasileiros e brasileiras e saber quantos nós somos e como vivemos! É a forma mais precisa que se tem para conhecer o Brasil.
O governo federal, de posse da informação da população de cada estado e município, distribui, proporcionalmente a população apurada no Censo, parte dos impostos pagos e juntados nos fundos de recursos públicos que são administrados pelo governo federal. Além disso, os governos federais, estaduais e municipais contam com as informações dos censos para planejar e definir políticas públicas que visar resolver os problemas que prejudicam a população brasileira.
Os censos demográficos são realizados de dez em dez anos, sendo que o último foi realizado em 2010. Portanto, era para ter sido realizado um censo em 2020, mas foi adiado em virtude da pandemia.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, que é a instituição pública federal responsável pela realização dos censos e pesquisas, planejou, cuidadosamente, a realização do Censo em 2021, mas os deputados federais cortaram os recursos orçamentários que estavam previstos para isso, levando o IBGE a cancelar, mais uma vez, a realização do Censo! Os prejuízos serão significativos porque deixaremos de contar, por mais um ano, com as informações sobre a população brasileira, prejudicando a administração de um país tão complexo como o Brasil.
Prof. Luiz Alexandre Gonçalves Cunha. Graduado em Geografia (UERJ),mestre em História Econômica do Brasil UFPR) e doutor em Ciências Sociais (UFRRJ).
Professor Associado C da UEPG. Leciona Geografia Econômica e Humana no curso de Graduação em Geografia e nos cursos de pós-graduação em Geografia e Ciências Sociais Aplicadas.