Consumismo Desvirtua o foco do Dia da Mulher

No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, definido pela Organização das Nações Unidas em 1975. Desde então, a data intenciona ser um marco para que se discutam as desigualdades e as violências sofridas pelas mulheres. No entanto, principalmente nos últimos anos, é possível perceber que a data vem sendo transformada em comercial, focando no lucro dos estabelecimentos que utilizam o pretexto para promover seus produtos.

A data foi criada pela ONU com o intuito de fortalecer as pautas de cunho feminista que buscavam a liberdade, a igualdade e a valorização da mulher. Atualmente a data ainda carrega esses ideais, no entanto, percebe-se que o comércio cada vez mais tenta transformar isso em lucro, ao mesmo tempo em que mostra-se aliado à luta. Tem-se como exemplo uma rede fast food que no Dia da Mulher em 2018 divulgou que toda a equipe naquele dia seria feminina, o que causou polêmica em torno das contradições sobre a forma como essa decisão valoriza as mulheres.

A professora de história, Patrícia Carla Melo Martins, observa que se o comércio se apropria de datas como essa, o foco, ao invés de contribuir para a formação de consciência, incentiva o consumismo e a propaganda. Para a professora, é necessário que o Dia Internacional da Mulher seja lembrado e honrado de uma maneira responsável, sem desvirtuar o sentido da data. 

Bruna Alves Lopes, também professora de História e integrante do Laboratório de Estudos de Gênero Diversidade Infância e Subjetividade (LAGEDIS), diz: “Quando nós tiramos o caráter político desse tipo de data deixamos de perceber as violências do dia a dia e focamos em comprar e receber flores”. Contudo, as professoras concordam que o dia 8 de março ainda é uma data importante para a valorização da mulher e de suas lutas.

 

Imagem: Maria Eduarda Kobilarz

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