Travestis lutam pelo direito à vida em Ponta Grossa

Documentário mostra como o preconceito viola a garantia dos direitos humanos universais

O preconceito e as dificuldades enfrentadas pelas travestis em Ponta Grossa são o tema do documentário “Sobre Vivências Travestis” produzido pelo projeto de extensão do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Jornalismo, Direitos Humanos e formação cidadã (Elos) em parceria com o grupo Renascer de apoio à população LGBTQIA+ e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.

A ideia do projeto partiu de Debora Lee, travesti, militante e apoiadora da comunidade travesti e transexual e fundadora da ONG Renascer, e de Joseli Maria Silva, coordenadora do Grupo de Estudos Territoriais (GETE) do curso de Geografia da UEPG, pesquisadora de gênero e parceira do grupo Renascer.

O “Sobre Vivências Travestis” mostra os relatos de Debora Lee e Fernanda Riquelme, as duas travestis mais velhas de Ponta Grossa, e as dificuldades que elas enfrentaram em suas vidas. Nas palavras de Debora “A gente carrega o estigma do preconceito, da perseguição, da transfobia, das agressões e dos assassinatos. O Brasil é o país que mais mata. Durante a pandemia, entre 2020 e 2021, foram 790 travestis assassinadas.” Para ela, isso acontece porque sua população está em constante vulnerabilidade social e situação de risco pela falta de oportunidades.

Em sua fala momentos antes da primeira exibição pública do documentário, Debora contou que é uma das poucas travestis que conseguiu sair da marginalização constante que a comunidade sofre e conquistou melhores condições de vida a partir da sua luta pelo seu direito de estudar. Ela foi a primeira assistente social do Paraná, formada em Serviço Social pela UEPG e hoje se sente uma travesti privilegiada por ter superado os obstáculos da sua vida e se recuperado pela sua força de vontade. Atualmente, ela atua na prevenção e diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) das travestis.. 

O documentário mostra as múltiplas formas de violência e abandono que a comunidade sofre a partir dos relatos de sobrevivência de Fernanda e Debora, duas das poucas travestis de suas épocas que conseguiram superar a expectativa de vida dessas pessoas, que é de 35 anos de idade. Isso foi possível devido ao ativismo, luta política e luta de ambas pela sua formação e profissionalização.

Confira o documentário completo: https://www.youtube.com/watch?v=YA7TRjbdAKc

Galeria de fotos: Alex Dolgan

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