Campanhas de prevenção são realizadas em alusão ao Setembro Amarelo

Durante o mês, atendimentos psicológicos, oficinas e discussões sobre qualidade de vida são ofertados à comunidade

Em 2022, no Paraná, foram registradas 790 mortes em decorrência do suícidio, conforme os dados do Anuário Nacional de Violência Pública. O suicídio é uma realidade que atinge o mundo todo e, para evitá-lo, medidas foram adotadas por órgãos internacionais e posteriormente nacionais, dando origem à campanha do Setembro Amarelo.

A campanha iniciou nos Estados Unidos em 1994, após o suicídio de Mike Emme, um garoto de 17 anos. No dia do velório, cartões amarrados com fitas amarelas foram distribuídos como forma de apoio às pessoas com problemas emocionais. A fita amarela fez uma referência ao carro de Mike, um Mustang 68 na cor amarela, restaurado e pintado por ele. Já no Brasil as movimentações para debates da temática aconteceram de maneira tardia, somente em 2014, por iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM).

A campanha deste ano tem o slogan: “Se precisar, peça ajuda”, que visa sensibilizar toda a comunidade acerca do tema, visto que a prevenção é uma das melhores maneiras de evitar o suícidio. Em Ponta Grossa, ações direcionadas estão programadas para acontecer durante todo o mês.

A Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa (FASPG), em parceria com o Conselho Municipal LGBTI+, Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PG), ONG Flor de Lis e faculdades da cidade, realizaram ações voltadas à comunidade LGBTQIAPN+ nos dias 11 e 13 de setembro. Durante o evento, foi oferecido atendimento psicológico individual, coletivo e atendimento jurídico. 

A Coordenadora da ONG Flor de Lis, Marcia Cristina da Silva Rodrigues, falou da importância de eventos direcionados à comunidade LGBTQIAPN+, que precisa ser ouvida e acolhida: “Esse evento é muito importante para que a gente consiga ter essa primeira conversa com as pessoas da comunidade, para ajudar a sair dos sofrimento que estão sentindo e vivendo”, ressalta.

A psicóloga especialista na comunidade LGBTQIAPN+, Jussara Prado, informa que nas estatísticas de suicídio quem  mais sofre com problemas psicológicos como ansiedade e depressão são as pessoas da comunidade LGBTQIAPN+. Esse fato reflete em altos índices de suicídio e exige ações específicas.

Um dos fatores agravantes para a saúde mental citados por Jussara é o preconceito múltiplo sofrido pela comunidade, que se sente sozinha e internaliza o sofrimento: “Dificuldades de arrumar emprego, dificuldades para estudar em decorrência do bullying,  agressões físicas e a expulsão de casa”. Devido a essas situações, Prado acredita na importancia não só de divulgação da campanha do setembro amarelo, mas também na prevenção do suicídio por meio do cuidado da saúde da comunidade LGBTQIAPN+.

MAIS AÇÕES EM PG

A Faculdade Sant´ana está ofertando atendimento psicológico durante todo o mês de setembro, com o objetivo de escutar e acolher as pessoas. Para o atendimento é necessário realizar inscrição, além de pagamento de R$ 10,00 por sessão. As inscrições podem ser feitas pelo formulário: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfg9lm2qLOyUHqj4zIYFna6zGewZtpaMrgJ2ZPGZx3BVG2G3A/viewform.

Outra ação em alusão ao mês amarelo é o evento promovido pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UEPG (PRAE-UEPG) no dia 21 de setembro, com discussões sobre a temática de qualidade de vida e a busca por uma vida valorizada. Serão ofertadas oficinas, auriculoterapia e mesa redonda ao longo do dia. Para participar, os interessados devem preencher a ficha de inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd00NhyEN_yFoKPdgvI0Osqark_im2OeutJHx4YqmJw0xOxVQ/viewform

ATENÇÃO AOS SINAIS

Qualquer sinal de mudança no comportamento de um amigo ou familiar é motivo para ficar atento e oferecer ajuda psicológica quando necessário. Alguns comportamentos comuns se manifestam em pessoas que estão passando por algum tipo de sofrimento. Entre eles, falta de autoestima, visão negativa de sua vida, futuro e culpa. Certos comentários que incitam ideias suicidas também devem ser considerados, bem como o isolamento por tempo prolongado.

COMO BUSCAR AJUDA

Se você acha que está tendo problemas relacionados à sua saúde mental ou conhece alguém que está passando por alguma dificuldade, busque ajuda. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um órgão que presta atendimentos gratuitos de apoio emocional e prevenção do suicídio sob total sigilo e atende em todo território nacional. Os contatos podem ser realizados pelo número 188, 24 horas por dia ou pelo site do CVV nas modalidades e-mail ou chat. 

Outra forma de buscar ajuda é através de Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidade de Pronto Atendimento 24H (UPA) e hospitais, além de números de emergência como o 192, do SAMU.

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