Médicos afirmam que exercício físico é essencial para o controle da doença
Segundo a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil ocupa o 6º lugar no mundo entre os países com mais pessoas com diabetes no geral e o 3º lugar quando se fala em diabetes tipo 1. Como os sintomas da doença podem demorar a se apresentar, cerca de 1 a cada 3 pessoas com diabetes não sabem ter a doença. Considerando essa informação, o número de diabetes no país pode ser ainda maior.
Entre os principais sintomas estão: muita sede, vista turva e emagrecimento. A universitária, Vivian Ferraz, descobriu aos 10 anos que possuía diabetes tipo 1. “Descobri em um espetáculo de balé onde passei muito mal, mas já tinha os sintomas fazia tempo”, lembra. Ela relata que muitas vezes a insulina sozinha não é tão eficaz. “A dança ajuda muito para a diabete, porque o exercício físico ajuda até mesmo a diminuir a aplicação de insulina, é como um outro remédio”, afirma.
Vivian conta que o principal problema que os diabéticos enfrentam ao fazer exercícios é a hipoglicemia (pouco açúcar no sangue, que pode levar a desmaios e, nos piores casos, ao coma). “É importante sempre estar atento aos sintomas e se alimentar antes do exercício”, aconselha. A universitária dança desde os cinco anos e ama o esporte. “É uma forma de lazer, a pessoa entende mais seu corpo e cuida mais da saúde, o exercício é um tratamento”, finaliza.
Com sete anos, Talita Oliveira Machado descobriu possuir diabetes tipo 1. “Minha glicemia em jejum estava 545, quando o normal é 100, então no dia seguinte já iniciei o tratamento”. Inicialmente, a estudante usou a caneta de insulina, com 8 a 10 aplicações por dia, mas hoje, aos 15 anos, usa a bomba de infusão de insulina. “É considerado o melhor tratamento, pois é o que chega mais próximo das funções do pâncreas”, explica. Atualmente, ela pratica balé e jazz, mas diz que se tivesse mais tempo faria outros tipos de dança, pois ama o esporte.
Talita confessa que a doença já atrapalhou ela durante as aulas de dança. “Se está muito alta (hiperglicemia) fico com muita sede e as vezes preciso correr para o banheiro no meio da aula, mas o exercício ajuda a baixar o açúcar no sangue”. A menina conta que seus médicos asseguram que diabetes não é uma doença, mas uma condição. “Você pode dançar o quanto quiser, fazer o esporte que quiser, apenas com a condição de ficar de olho em sua glicemia e prestar atenção aos sintomas”, declara.
Aproximadamente 20 milhões de brasileiros são diabéticos, é o que estima a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). “Uma de nossas metas é diminuir a diferença entre o tratamento oferecido nas redes de saúde pública e privada”, conta a médica e integrante da SBD, Bianca de Almeida Pititto. “No serviço público, embora já haja melhora, infelizmente há uma escassez de medicamentos gratuitos, que nem sempre são tão eficientes quanto os que são vendidos”, lamenta. A proposta que fizeram ao Ministério da Saúde é que o Sistema Único de Saúde (SUS) tenha os mesmos medicamentos que estão presentes na rede particular.
Qual a diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2?
A diabetes tipo 2 abrange a maioria dos diabéticos, cerca de 90%. Ela ocorre quando o organismo não consegue usar a insulina que produz ou não produz insulina, assim não consegue controlar a taxa glicêmica do corpo. Dependendo da gravidade pode ser controlada apenas com planejamento alimentar e atividade física, mas em casos mais graves pode ser necessário o uso de medicamentos. Se manifesta mais frequentemente em adultos, mas com o aumento de casos de obesidade em crianças e adolescentes, pessoas mais jovens estão sendo afetadas.
Já a diabetes tipo 1 aparece geralmente na infância e adolescência, mas pode ser diagnosticada em adultos também. Ela acontece em pessoas com predisposição genética, nas quais o sistema imunológico ataca equivocadamente as células do pâncreas que produzem insulina. Essa variedade é sempre tratada com medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
Por Ester Roloff