Numape registrou 893 medidas protetivas de urgência em 2024

Bairro Contorno e Uvaranas lideram o ranking dos bairros com mais solicitações

Amanda Grzebielucka, Bebel Costalonga e Malu Dip

 

 Em 2024, o Núcleo Maria da Penha (Numape), da Universidade Estadual de Ponta Grossa, registrou 893 medidas protetivas de urgência. De acordo com levantamento, os bairros do município com maiores índices de violência contra a mulher a partir das situações judicializadas encaminhadas ao NUMAPE são o Contorno com 138 solicitações, Uvaranas com 121 e Neves com 96 pedidos. Juntos, os três bairros representam aproximadamente 40% dos casos.

 De acordo com a assistente social do Núcleo e uma das autoras do levantamento, Thais Aniskievicz, algumas atividades de sensibilização em redes como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidade Básica de Saúde (UBS) e escolas são realizadas nos bairros numa tentativa de combater os casos de violência doméstica. “O Numape constantemente busca a publicização de eventos como rodas de conversa, palestras e panfletagens a fim de atingir uma comunidade como um todo, cumprindo os objetivos do projeto de extensão”, afirma Thais. Ela ainda acrescenta que não existem dados publicados referente a este ano para fazer comparação ao ano anterior, porém, os índices tendem a crescer anualmente.   

 O Núcleo trabalha  com um atendimento interdisciplinar, em que a mulher tem acesso a uma equipe composta por quatro advogadas, uma assistente social e uma psicóloga. O processo inicia com a assistente social, momento no qual acontece o acolhimento inicial da vítima, a identificação das necessidades socioeconômicas e o direcionamento para os serviços de apoio.

 Depois disso, as advogadas realizam os requerimentos para a medida protetiva de urgência e as orientações sobre como prosseguir a partir desse momento, com orientações jurídicas gratuitas das ações (divórcio, guarda e visitas) e também o acompanhamento nos procedimentos judiciais. É importante destacar que os atendimentos ainda incluem, após a análise jurídica dos casos, o encaminhamento para as redes de proteção adequadas (saúde, assistência social, judiciário e educação) e a realização de atividades externas de cunho educativo que auxiliam na prevenção e ressocialização das vítimas. 

  A atenção psicológica também desempenha um papel fundamental e indispensável no andamento dos casos. “A psicóloga oferece suporte emocional, auxílio no enfrentamento da violência e acompanhamento psicológico individual, buscando ressignificar e promover autonomia da assistida”, destaca Aniskievicz.  O  atendimento tem como objetivo a reconstrução da autoestima e fortalecimento emocional das mulheres atendidas. 

 Após a abertura do chamado, o Núcleo oferece um acompanhamento contínuo, tanto juridicamente quanto socialmente, com o objetivo de obter informações e monitorar as situações já apresentadas e caso haja a necessidade de novas providências, o mesmo também realiza. O suporte pode se estender a depender da complexidade do caso, mas geralmente o acompanhamento permanece ativo até o final do processo judicial e enquanto existir risco ou demanda da mulher.

 O NUMAPE conta com apoio institucional e financeiro da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) do Paraná, Programa Universidade Sem Fronteiras (USF) e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) para que possam realizar os acompanhamentos.

LEIA TAMBÉM

COMENTÁRIOS

Deixe uma resposta