Em tempos em que o discurso do ódio permeia na sociedade, falar sobre direitos humanos torna-se imperativo, principalmente no meio escolar.
É de conhecimento público que desde 2013 o ensino de Direitos Humanos passou a fazer parte, de forma transversal, do currículo da Educação Básica e do Ensino Superior de todo o país, fundamentado nos princípios de dignidade humana, democracia, transversalidade, sustentabilidade, reconhecimento e valorização das diversidades.
No entanto, infelizmente, nem todas as escolas têm como meta aplicar a proposta do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que tem como desafio a superação das diferenças no ambiente escolar. É fato que essas diferenças são muitas! Bullying, agressões, intolerância, inversão de valores e descasos indicam a necessidade de se trabalhar nas escolas temáticas como: tolerância, respeito, colaboração e empatia, ou seja, o trabalho com os valores torna-se imprescindível. Para isso, professores, equipe gestora, funcionários e comunidade escolar precisam dialogar sobre esses assuntos nos espaços comuns da escola.
Há várias maneiras de se criar esse diálogo como, por exemplo, ter um grêmio estudantil ativo, já que este é uma organização que representa os estudantes da escola, e tem como maior objetivo unir e movimentar os alunos para a discussão de seus direitos e deveres, debatendo assuntos diversos sobre escola, comunidade e sociedade. O grêmio pode organizar atividades culturais, esportivas e sociais de cidadania. Sendo assim, oportunizando a autonomia aos discentes para que possam fomentar diálogos em relação aos direitos humanos, fortificando ações/atitudes em benefício do meio escolar e da comunidade.
Também é significativo introduzir discussões em sala de aula sobre os direitos já conquistados e os impasses que sempre surgem na aplicação da educação em direitos humanos nas escolas do Brasil. A equipe gestora da escola ou a própria Secretaria de Educação do Estado pode buscar parcerias com outras Instituições para ampliar o diálogo, a mediação e a escuta, pois esses são fundamentais para que se mantenha o respeito e a convivência nas escolas, uma vez que trazer olhares de fora, possibilitam que nossos discentes e a comunidade tenham outras visões, criando criticidade, desenvolvendo essa cultura e permitindo que nossos jovens se expressem e tornem-se verdadeiros cidadãos de bem.
É importante ressaltar que é possível e necessário trabalhar a temática de direitos humanos com os alunos desde a Educação Infantil, explorando através da dimensão lúdica a compreensão, a tolerância, o respeito e a empatia, pois as brincadeiras permitem estimular a criatividade, facilitando o entendimento e a cooperação entre os indivíduos. Sem dúvida, é um ótimo caminho para estabelecer nos pequenos a compreensão de mundo, o que é viver em sociedade.
Outra possibilidade, que os alunos adoram, é aprender através de jogos. Existem jogos gratuitos para download que podem ser trabalhados em sala de aula e que tratam da temática dos direitos humanos. O RECIMAM (Rede de Cidadania Mateus Afonso Medeiros) é um sítio que possui jogos que recriam situações de forma lúdica para tratar de temas relacionados aos direitos humanos, apoiando o trabalho docente em sala de aula.
As possibilidades são muitas, o que faltam são profissionais comprometidos em realizar um trabalho em sala de aula que vise a formação cidadã e humana dos discentes. Por isso, é primordial criar espaços nas escolas para trabalhar a educação em Direitos Humanos.
Por Alexandra Nunes