O professor Valdisnei Osório da Silva foi acusado de assediar uma aluna de 13 anos, em agosto. Ele leciona matemática nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio do Colégio Cívico-Militar Frei Doroteu de Pádua e do Instituto de Educação Prof. César Prieto Martinez, em Ponta Grossa. Atualmente, Valdisnei está afastado de suas funções no Cívico-Militar, mas os protestos que aconteceram ontem (21), no Núcleo Regional de Educação (NRE-PG) e no Instituto de Educação desde as 7h20, pediam que ele fosse expulso dos dois colégios.
Conforme a denúncia, o professor teria chamado a aluna para fazer a chamada. A estudante foi até a frente da classe e nesse momento o educador teria passado a mão nos ombros da garota e descido até próximo das partes íntimas. Desde então a menina não frequenta o colégio.
Os protestos reuniram alunos de todas as turmas do Instituto, que estavam com cartazes onde diziam: “Um toque dura 5 segundos mas deixa marcas para a vida toda”, “Sob o assédio não se cale, grite”, além de escritas no corpo como “#NãoÉNão”. Os estudantes saíram do colégio e foram até a frente do NRE de Ponta Grossa para pedir respostas, e os organizadores entraram para conversar sobre as medidas a serem tomadas. O Núcleo de Educação decidiu pelo afastamento do professor por 30 dias.
Um fato parecido com o de agosto já tinha acontecido em 2013, na ocasião ele foi exonerado do cargo no Colégio Cívico-Militar Frei Doroteu de Pádua. Um tempo depois fez um Processo Seletivo Simplificado (PSS) e retornou a dar aulas. Hana Emanuely Carvalho, aluna do Cívico-Militar, comentou sobre a direção do colégio tentar abafar a divulgação do caso “O diretor foi em todas as salas orientando que não podíamos falar sobre o ocorrido, pois o assunto já estava sendo resolvido, e se quiséssemos falar era pra ir lá na direção resolver” ela complementou afirmando que acha a postura “um absurdo”. A equipe de reportagem tentou contato com a diretoria do colégio, mas não obteve retorno.
Uma aluna do Instituto de Educação Prof. César Prieto Martinez, que preferiu não ser identificada, estava presente nos protestos e fala que outras estudantes já foram assediadas pelo mesmo professor. O corpo discente se organiza para encontrar mais depoimentos para fazer uma denúncia em nome do Instituto de Educação. “Queremos justiça, não queremos só trinta dias de afastamento” afirma a aluna.
O caso está sendo apurado pelo Governo do Estado e pela Secretaria de Educação. Três denúncias já foram oficializadas à Polícia Civil contra o professor sobre assédio e importunação sexual. Segundo a delegada Ana Paula Cunha Carvalho, responsável pelo NUCRIA, que acompanha o caso, o professor terá de ir até a delegacia prestar depoimento. Até que as denúncias sejam apuradas, o professor está afastado de suas funções em sala de aula.