Organizações coletivas oferecem o acompanhamento de mulheres que precisam de auxílio para desenvolver as técnicas de amamentação
Agosto é o mês escolhido para falar sobre a amamentação, conhecido como Agosto Dourado. A Coletiva de Doulas de Ponta Grossa realizou, durante todo o mês, movimentos de conscientização sobre o assunto. Foram feitas rodas de conversa, pinturas gestacionais e diversas ações durante todo o período. A integrante da coletiva, Juliane Carrico, ressalta a importância das atividades que são desenvolvidas no mês. “É preciso lembrar o que as outras pessoas podem fazer para apoiar a causa, não apenas as mães que estão amamentando”, ressalta.
A doula e consultora de amamentação, Sabrina Domingues, ministrou rodas de conversa na cidade durante o último mês de agosto. Ela explica que a amamentação é questão de saúde pública. “A realidade do Brasil é de que muitas mulheres não têm condições de bancar uma fórmula”, afirma, fazendo referência à alimentação destinada às crianças. Ela lembra que a sociedade como um todo deveria abraçar a causa da amamentação. “Existem muitos tabus e mitos em relação a amamentação, como o leite fraco ou a ideia de que é feio amamentar em público”, lamenta.
Sabrina lembra que a falta de informações sobre o assunto é o que mais prejudica as mulheres. “A mãe não tem obrigação de saber como amamentar, são os profissionais da saúde que devem ensiná-la”, destaca. A doula compara o ato da amamentação com andar de bicicleta. “Amamentação não é instintivo, como muitos pensam, é técnica, precisa praticar para aprender”, finaliza.
O Ministério da Saúde apoia o aleitamento materno, trazendo iniciativas como o Hospital Amigo da Criança e as Salas de Apoio à Amamentação. Porém essas iniciativas não são obrigações, apenas recomendações para as instituições. O coletivo de doulas da cidade traz como objetivo conscientizar a população sobre a relevância dos assuntos maternos.
Relembre
Em março deste ano, aconteceu um protesto na Universidade Federal do Paraná. Uma estudante estava amamentando na instituição e sofreu preconceito por parte de outros estudantes. Eles utilizaram palavras ofensivas e afirmaram que a amamentação não deveria acontecer em lugares públicos. Em resposta, diversas mulheres se uniram e protestaram contra esta atitude, exigindo reconhecimento sobre a causa da amamentação.