No dia 29 de agosto, a Prefeitura de Ponta Grossa deixou a administração da TV Educativa após aprovação do Projeto de Lei nº339/2021 em primeira discussão na Câmara Municipal de Ponta Grossa. Porém, a partir de acordo entre o Conselho de Curadoria da FUNEPO e reitoria da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a responsabilidade e os recursos fornecidos pelo município passarão a ser administrados pela Universidade. A proposta deve ser oficializada antes do projeto ser votado em segunda discussão.
Apesar de ter sofrido cortes em seus investimentos nos últimos anos, a TVE se manteve viva através de doações e foi essencial para que crianças da rede municipal acompanhassem as aulas e tivessem acesso à educação durante a pandemia da COVID-19 pelo ensino remoto. Para a professora de CMEI, Thays Oliveira, a TV Educativa não foi apenas um auxílio, ela foi o canal principal de ensino para manter ativa o ensino público em Ponta Grossa, sendo um investimento não só na educação escolar e sim em leitura de mundo e cultura.
Segundo Thays Oliveira, é de extrema importância que a TVE continue ativa, já que ela colaborou com a união das redes de ensino municipais para manter a rotina cotidiana escolar em prol das crianças. Ela acrescentou que o fechamento da TV seria um prejuízo para toda a comunidade educacional e apagaria o papel potencializador que desempenhou na continuidade do ensino escolar durante a pandemia.
O Conselheiro da TVE Manoel Correa explica que ainda não há clareza sobre como será a atuação da UEPG na TV. Mas defende a importância de uma TV educativa aberta que não seja privada, para a cidade. Manoel acrescenta que só não há total clareza nesse momento porque existe um custo para fazer uma manutenção da TV e para que ela funcione é preciso ter um efetivo de profissionais e, em suas palavras, isso não tem acontecido de maneira significativa nos últimos tempos, causando um sucateamento.
Para o conselheiro a TVE representa um instrumento de democratização dos meios de comunicação. “O momento que a Universidade aparece na história trouxe um alívio para a defesa da TV e para todos que defendem a democratização dos meios de comunicação na cidade, porque ela pode sim ser capaz de fazer uma boa gestão”, complementa.
Manoel Correa acredita que a UEPG precisará de um efetivo e de um planejamento de produção de conteúdo para que a TV funcione. E um convênio com outras TV ‘S universitárias e produções independentes.
A TVE foi inaugurada em 28 de abril de 2000. Pertence à Fundação Educacional de Ponta Grossa e até a aprovação do Projeto de Lei era administrada pela Prefeitura da cidade. Por hora, a respeito do rumo que a UEPG trará para a TV Educativa é necessário que todos aguardem mais informações de um parecer do reitor sobre como ela vai atender a população e garantir que ela não seja uma TV da universidade e sim uma TV pública.