Feira Cultural no Colégio Divanir Boratto mobiliza pais, alunos e estudantes

Os alunos do Colégio Estadual Ana Divanir Boratto, no bairro Chapada, se mobilizaram durante duas semanas para organizar a primeira Feira Cultural do colégio nesta terça-feira (19). Os alunos dos três turnos criaram teatros, cartazes, maquetes, apresentações e poesias sobre os “50 anos da Chegada do Homem à Lua” vistos pela perspectiva da História, da Geografia, da Literatura e das Artes.

Os estudantes tiveram a oportunidade de mostrar o aprendizado da sala de aula na prática da construção de seus materiais. A estudante do 7°ano, Luana Oliveira, conta que com a feira aprendeu não apenas sobre a chegada do homem na lua mas também o satélite da terra. “Não imaginava que o homem foi para a lua há tanto tempo, com as aulas de História para fazer os cartazes aprendi mais. Descobri que a lua fica muito longe daqui, antes pensava que era só subir muito alto para alcançar”, conta a estudante.

O tema da feira foi proposto pela professora de História do Colégio, Christiane Pereira, que ajudou a contar a história e o período da guerra pela chegada ao espaço entre a União Soviética e os Estados Unidos através de cartazes e maquetes. Christiane explica que para ocorrer a feira foi preciso que a comunidade se mobilizasse. “Com a ajuda da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF), da contribuição de funcionários e de dinheiro do nosso próprio bolso foi possível realizar a feira, pois vemos como importante para a aprendizagem que acontece no ambiente escolar”.

 

Colégio passa por dificuldades

O Colégio Estadual Ana Divanir Boratto recebe de manhã estudantes da 1° à 3° série do ensino médio, à tarde estudantes de 6ª a 9ª série e à noite estudantes que estão concluindo os estudos e convivem com a incerteza da permanência no lugar desde 2002. Isso porque o espaço cedido pela escola municipal que fica ao lado tem que ser entregue para a Prefeitura para que os alunos possam ocupar o lugar, deixando o colégio sem sede.

A falta de estrutura também preocupa professores e alunos. A biblioteca, a sala de informática e a sala dos professores dividem espaço, assim como a sala da direção e da equipe pedagógica ocupam um espaço pequeno que também serve de almoxarifado.

A quadra esportiva utilizada na disciplina de Educação Física fica nos fundos da escola e foi feita por um grupo de religiosos, com materiais comprados com ajuda dos professores. Como não tem cobertura, a realização das aulas nos dias de chuva fica impossibilitada. O colégio conta com nove televisores para a aprendizagem dos alunos, porém só dois funcionam e nas salas os ventiladores também estão com o uso comprometido.

Josiane Kieras, uma das professoras que ajudou a realizar a feira, conta que além de ensinar é preciso pensar nas questões sociais. “As comunidades da Chapada e do Boratto precisam da escola e nossa estrutura é precária, estamos de favor no prédio da Prefeitura”. A professora relata que o colégio não tem nenhum tipo de laboratório e, mesmo assim, foi possível realizar a Feira Cultural. “Fizemos pela primeira vez com muito sacrifício, não tem romantismo na precarização da educação”, observa.

Josiane Kieres acredita que o Estado tem papel fundamental na formação de estudantes, principalmente para os jovens de periferia. “Não tem ideia da importância que o ensino fundamental tem para um jovem de periferia, dando suporte que procure garantir acesso ao ensino básico e condições para chegar ao ensino superior”.

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