Coletivizando: Parto Humanizado lança projeto em Ponta Grossa com foco em gestantes jovens negras e periféricas

Iniciativa oferecerá capacitação, acolhimento e independência financeira, promovendo direitos e desenvolvimento pessoal com ênfase na saúde e empreendedorismo solidário.

Por: Isabelli Piva e Leonardo Correia

No Paraná, as políticas públicas para mulheres estão ganhando corpo, desde 2023 mais de 134 Organismos Municipais de Políticas para Mulheres (OPMs) já foram criados.

   O projeto Coletivizando: Parto Humanizado, realizou seu lançamento na penúltima sexta-feira (24) de Outubro, no salão da Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa (FASPG), local onde o programa criado pela Associação União das Mulheres dos Campos Gerais (AUMCG) ativa desde 2014, com o apoio da Fundação Banco do Brasil, apresentou suas propostas para o público, em especial, sobre a valorização, capacitação e o acolhimento para mulheres gestantes, com foco nas jovens negras e pardas de comunidades periféricas.

   Disponível para 160 mulheres, o projeto tem quatro eixos principais, que buscam promover a independência financeira, conhecimentos sobre a maternidade, direitos da mulher e formação técnica. As inscritas serão capacitadas em economia solidária, formação humana, saúde e bem estar, empreendedorismo e renda solidária. Entre os encontros, haverá palestras e oficinas gratuitas e as mulheres receberão um kit enxoval confeccionado em conjunto no projeto. ​O local dos encontros e oficinas será divulgado em breve pelo Instagram da União das Mulheres dos Campos Gerais (AUMCG) aos grupos formados, garantindo um espaço adequado e acessível a todas as participantes.

   Várias representantes responsáveis pela ação e por postos políticos, sociais e da saúde compareceram ao evento, entre elas: Presidente da associação união das Mulheres e dos Campos Gerais, Presidente também do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Ponta Grossa Andrea Marques Ribeiro, a Prefeita de Ponta Grossa Elizabeth Schmidt, a Coordenadora Geral de Fortalecimento da Rede de Atendimento da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Ministério das Mulheres, Maura Luciane Souza, Presidente da FASPG Tati Belo , Presidente da Fundação Municipal de saúde Lilian Brandalise  e a Representante do Concelho Municipal de Promoção da Igualdade Racial Cristiane de Fátima Zelenski.

De janeiro a agosto de 2024, mais de 90 casos de feminicídio foram registrados no Paraná. Violência de gênero ainda é capítulo sombrio da história.

   Para a criação de políticas públicas para as mulheres no país, é importante  discutir políticas de gênero, equidade e misoginia. A coordenadora da Rede de Atendimento da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres Maura Luciane Souza traz em sua fala: “O projeto é essencial para fortalecer de fato o compromisso da sociedade com o enfrentamento à violência contra as mulheres, mas também pela promoção dos direitos delas. São muitos direitos que elas têm, que estão no papel, estão na Constituição Federal e que a gente, para fortalecer, precisa implementar”, ressalta.

   Para a Presidente da Associação União das Mulheres e dos Campos Gerais, Andrea Marques, o projeto busca o desenvolvimento pessoal e o acolhimento das gestantes, especialmente jovens que não recebem apoio familiar ou da comunidade, mulheres negras, pardas, indígenas e periféricas.  “O projeto tem o sentido de dar oportunidade para as mulheres, de dar um sentido de crescimento pessoal, um crescimento coletivo, mais humano, mais solidário, de acolhimento”, conclui.

Mais de 2,663 milhões de mulheres empregadas no Paraná no 4º trimestre de 2024, com a menor taxa de desemprego da história (cerca de 4,2 %).

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