Em busca de resgatar a ancestralidade, o centro de terreiro Corações de Àsé e o dirigente do Ylê Égbè Asè Oba FunFun, Bábàlorixá Alamire, promoveram um batuque na Estação Saudade, localizada no Parque Ambiental. “Estamos tentando inserir a cultura afrobrasileira na cidade de Ponta Grossa, com samba de terreiro, batuque e capoeira”, declara Rosangela Mileo, integrante do Instituto Sorriso Negro dos Campos Gerais (ISNEC), uma organização não gorvernamental que luta pelo direito dos negros na região dos Campos Gerais.
“O evento é para quebrar os paradigmas que a sociedade tem contra a cultura afro e também para louvar a nossa ancestralidade, independente da religião ou cor”, relata o dirigente do Ylê Égbè Asè Oba FunFun. O evento foi realizado no Dia da Consciência Negra e contou com roda de capoeira, samba de terreiro e Islam. Segundo a integrante do terreiro Corações de Àsé, Ekedj Nathy, o encontro é importante para mostrar que o preto tem voz e que a cultura afro pode ser celebrada em público e não ser discriminada. “A população da cidade de Ponta Grossa tem uma mente muito fechada, eles não conseguem entender que o que faz bem pra mim não precisa fazer bem pra você, mas não te dá o direito de não me respeitar”.
De acordo com Brayan Schultz, integrante do terreiro Corações de Àsé, a importância deste evento é acolher diversos grupos sociais para celebrar a cultura afro. “Não importa sua cor, se você é LGBTQIA+, indígena e etc, esse encontro acolhe a todos”, diz. Brayan ainda lembra que a luta contra o preconceito é o ano todo e não só na semana da consciência negra.
Por Amanda Grzebielucka