5ª Parada Cultural LGBTQIA+ dos Campos Gerais acontece neste domingo

Após duas edições online, o evento volta a ser realizado nas ruas de Ponta Grossa

A cidade de Ponta Grossa recebe neste domingo (4) a quinta edição da Parada Cultural LGBTQIA+ dos Campos Gerais. Com o tema “Ciência e Tecnologia” destacando a importância da ciência frente à pandemia da Covid-19, o evento volta a acontecer presencialmente após duas edições no modelo remoto.

A concentração inicial do evento está agendada a partir das 12 horas (meio-dia) na Praça Barão de Guaraúna, conhecida como Praça da Igreja dos Polacos. Além de ser um ato político e democratico de enfrentamento ao preconceito à comunidade LGBTQIA+, a Parada tem o objetivo de fomentar os direitos, lutar pela igualdade e celebrar o amor das pessoas LGBTQIA+.

Na programação, o evento gratuito e aberto ao público conta com a tradicional marcha que percorre a Avenida Vicente Machado até a Feira do Produtor, próximo do Restaurante Popular Guilherme Cavina. Para a coordenadora de comunicação da Parada Cultural LGBTQIA+ dos Campos Gerais, Bhya Amabylle, a marcha é um dos momentos de destaque durante o evento. “É na marcha que podemos reivindicar nossos direitos e políticas públicas, combatendo a discriminação em prol do respeito e igualdade de direitos, não deixando de fora a nossa celebração pelo amor”. Já na Feira do Produtor o ato continua até às 20h00 com apresentações de cerca de 20 artistas, entre eles DJ’s, cantores locais e performances drags.

Segundo o organizador da Parada, Erick Teixeira, é recomendado o uso de máscaras de proteção facial durante o evento devido à grande concentração de pessoas, mas a utilização não é obrigatória. “O tema desta edição é Ciência e Tecnologia, reforçando a importância da ciência, nos momentos que enfrentamos e ainda vivemos devido à pandemia do Coronavírus”. Ainda, conforme Erick Teixeira, o evento é totalmente gratuito devido à colaboração, apoio e patrocínio de algumas empresas, ongs, bares e casas noturnas do município.

O ativista do movimento LGBTQIA+, Guilherme Portela, ressalta o significado da Parada. “Não é um evento para destruir famílias e nem falar sobre doutrinação ou manipulação. É construído pela juventude que tem a responsabilidade de construir o futuro dessa cidade”, observa.

A programação da Parada LGBTQIA+ sempre ocorre próxima ao dia 05 de dezembro, devido à Lei 347/2017 que instituiu o dia Municipal de Luta contra Preconeito e Discriminação LGBT. A Parada Cultural LGBTQIA+ dos Campos Gerais é um movimento de cunho político, que celebra a diversidade e promove a luta pelos direitos, pela visibilidade e também ergue pautas interseccionais de gênero, raça e classe. Com uma cadeira no Conselho Municipal LGBT, a Parada atua para representar a sua comunidade e defender que toda forma de amor é válida.

 

História

A Parada LGBTQIA+ dos Campos Gerais surgiu há cinco anos, em 2018, quando Ponta Grossa ganhou visibilidade nacional na luta contra o preconceito e discriminação ao ter a Câmara Municipal ocupada por manifestantes. O fato se deu após o então vereador e líder da bancada cristã, Pastor Ezequiel Bueno (PRB), reagir contra a cantora Pabllo Vittar durante a abertura da tradicional festa do “Chopp Escuro”, conhecida como Munchen Fest. Após as manifestações, ficou instaurado o Dia Municipal de Luta contra o Preconceito e Discriminação, comemorado em 05 de dezembro, mesmo dia da apresentação da cantora na cidade.

No dia 25 de novembro de 2018 aconteceu a primeira Parada Cultural LGBTQIA+ dos Campos Gerais, com o tema “Ninguém Solta a Mão de Ninguém”. O evento foi realizado e organizado pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (DCE-UEPG) – entidade que deixou de existir há três anos. A segunda edição aconteceu no ano seguinte com a organização feita pelos estudantes da UEPG e ativistas do Movimento LGBTQIA+ da cidade.

Em 2020, em decorrência da pandemia da Covid-19, a terceira edição aconteceu de forma online, com a transmissão para o público feita ao vivo pela plataforma do Youtube e Facebook pelo canal oficial da Parada. Já em 2021, também de forma remota, a Parada foi integrada ao 7° Colóquio Mulher e Sociedade, uma promoção do Grupo de Pesquisa Jornalismo e Gênero e do projeto de extensão Elos – Jornalismo, Direitos Humanos e Formação Cidadã da UEPG.

 

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