A Corrida das mulheres no Automobilismo

Iniciativas ampliam as oportunidades para mulheres que sonham em viver o automobilismo dentro e fora das pistas

Por Ticyane Almeida

  O caminho das mulheres no automobilismo ainda é cheio de obstáculos. Em um esporte tradicionalmente dominado por homens, muitas delas enfrentam preconceito e adversidades para conquistar seu espaço, mas seguem rompendo barreiras e provando seu talento em diferentes funções.

  Um exemplo é Suzanne “Susie’’ Wolff, ex-pilota profissional que hoje ocupa o cargo de diretora-executiva da Fórmula 1 Academy. A categoria, criada especialmente para mulheres, tem como objetivo revelar talentos femininos e abrir portas para que pilotas possam avançar para outras categorias do automobilismo. Entre as representantes brasileiras estão Aurélia Nobles e Rafaela Ferreira. No jornalismo esportivo, Mariana Becker, repórter da Rede Bandeirantes, especializada em Fórmula 1, é referência e inspiração para jovens comunicadoras que desejam seguir a carreira no automobilismo.

  No Brasil, iniciativas vêm sendo criadas para ampliar a presença feminina nesse universo. Em 2023, a Comissão Feminina de Automobilismo lançou um projeto apoiado por uma bolsa da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o Sports Grant. O recurso foi utilizado para promover o programa FIA Girls on Track, idealizado pela engenheira Rachel Loh em parceria com a Comissão. O projeto proporciona experiências em autódromos para meninas interessadas no esporte, incentivando a participação feminina não apenas como pilotas, mas também em áreas como engenharias, mecânica, comunicação e gestão.

Bruna Frazão, Bia Figueiredo e Rachel Loh no GP de São Paulo de F1 2023. Foto: Victor Eleutério.

  Rachel Loh destaca a importância de não desistir dos sonhos, apesar das dificuldades, “Se realmente é o seu sonho, corra atrás. Só você define seus limites”. Esse incentivo é fundamental para jovens como a estudante Milena Muraro, que mantém uma página no Instagram dedicada a comentar Fórmula 1. No início, ela enfrentou comentários preconceituosos por ser mulher e falar sobre esporte, mas decidiu seguir firme no seu objetivo, ignorando críticas negativas e mantendo o foco na sua paixão.

  O automobilismo exige dedicação, disciplina, independentemente do gênero. Para Rachel Loh, que acumula 20 anos de experiência no setor, a recompensa compensa todos os desafios “Se essa é sua paixão, vale a pena. Eu amo cada minuto do meu trabalho, mesmo nos dias mais difíceis’’. Assim, cada vez mais mulheres provam que têm espaço e talento para acelerar rumo ao futuro do automobilismo.

 

 

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