Bando da Leitura finaliza mês de agosto com a peça “Jornada de Ida”

Projeto promove a integração de pontagrossenses de diferentes idades e gêneros no universo literário

 

Bando-Mulheres

No dia 31 de agosto, foi realizado o encontro mensal das mulheres que integram o grupo de leitura “Bando-Mulheres”, um dos grupos que compõem o projeto “Bando de Leitura”. O local da reunião fica no bairro de Oficinas, onde reside Lucélia Clarindo, contadora de histórias e líder do projeto. Além de sediar reuniões de tantos grupos, também dá palco para espetáculos culturais desde 2014.

A entrada indica o caminho para a imersão no mundo da cultura. Foto: Lorena Santana

 

Agosto é marcado como o mês de conscientização no combate à violência contra a mulher, por isso a reunião do Bando-Mulheres contou com apresentação da peça “Jornada de Ida”, interpretada pelas atrizes Aline Navarro e Viviane Oliveira. A peça aborda aspectos da ancestralidade e expõe situações em que a sociedade se mostra tão invasiva e violenta com a mulher. 

A peça integrou o 3° Festival Catavento, que é uma realização do Coletivo Cacareco. O festival concede oportunidades para grupos de teatro de Ponta Grossa circularem em espaços da cidade que não são tão centrais, chegando a públicos que talvez não tivessem oportunidade de usufruir dessa arte.

A ancestralidade é um tema fortemente explorado durante a apresentação. Foto: Lorena Santana

 

A direção ficou por conta da própria atriz Viviane Oliveira, que teve como inspiração o livro “Mulheres que correm com os lobos”. O livro também é utilizado como base para as leituras e discussões feitas nos encontros do Bando-Mulheres. Viviane idealiza o lado lúdico e visual da peça e Aline entra com a perspectiva de histórias reais que se misturam e resultam na apresentação que chega para o público. Ela e a companheira de cena estudaram teatro juntas e foi assim que se conheceram. O desejo era fazer uma peça autoral e independente. 

Durante as conversas e discussões de ideias para a peça sempre surgiam “angústias comuns”. Foi aí que surgiu a ideia para a apresentação. “A intenção é trazer com a peça experiências coletivas para que as mulheres não se sintam isoladas em suas vivências, com suas histórias, mas que haja uma identificação e assim um incentivo para uma perspectiva de melhora.” declara Aline. 

O cenário contribui para a expressão das emoções das atrizes. Foto: Lorena Santana

 

A direção ficou por conta da própria atriz Viviane Oliveira, que teve como inspiração o livro “Mulheres que correm com os lobos”. O livro também é utilizado como base para as leituras e discussões feitas nos encontros do Bando-Mulheres. Viviane idealiza o lado lúdico e visual da peça e Aline entra com a perspectiva de histórias reais que se misturam e resultam na apresentação que chega para o público. Ela e a companheira de cena estudaram teatro juntas e foi assim que se conheceram. O desejo era fazer uma peça autoral e independente. 

Durante as conversas e discussões de ideias para a peça sempre surgiam “angústias comuns”. Foi aí que surgiu a ideia para a apresentação. “A intenção é trazer com a peça experiências coletivas para que as mulheres não se sintam isoladas em suas vivências, com suas histórias, mas que haja uma identificação e assim um incentivo para uma perspectiva de melhora.” declara Aline. 

A peça transita entre: o que a mulher ainda é, o que ela quer ser e as barreiras que ela precisa vencer. Foto: Lorena Santana

 

“É muito fácil a gente não fazer o que quer e se perder de si buscando atender a todas as demandas que a sociedade coloca nas nossas costas. É tão natural que a gente nem se dá conta”, constata Viviane.

Após a encenação, houve uma oficina com as mulheres que assistiram, onde elas compartilharam suas experiências em um exercício de ouvir e serem ouvidas. 

Uma das participantes do Bando-Mulheres é Viviane da Cunha. Emocionada com a peça,  afirma que o principal motivo foi a identificação em relação aos medos que a mulher carrega: “Nós, mulheres, carregamos uma vida inteira de medos, traumas e por muitas vezes acabamos nos acostumando de tão naturalizados que são. Quando a gente percebe que consegue superar esses medos, a gente fica mais forte. A arte tem o poder de tirar a venda que nos cega e nos dá força para lutar contra essas imposições”.

 

O Bando da Leitura:

Sobre a origem do projeto, Lucélia conta que após ter se aposentado da sua ocupação de professora, duas ex-alunas expressaram um interesse incessante em continuar ouvindo as histórias que ela contava no pátio da escola municipal Frei Elias Zulian. E foi assim que na tarde de um quarta-feira, em 2007, ela abriu pela primeira vez as portas de sua casa para recebê-las.

Além das meninas, um grupo de interessados em participar da roda de leitura também iniciaram as visitas. O grupo, por vezes, chegava a contar semanalmente com 30 integrantes, variando entre crianças e adolescentes. Tal iniciativa fez nascer o grupo que segue até hoje. 

Através de um edital do Ministério da Cultura em 2008, ela conseguiu alguns livros e materiais para montar uma sala de leitura no seu terreno. Por meio de parcerias, dois anos depois estaria concluída aquela que hoje é a sala de leitura do Bando. 

O Bando da leitura é dividido em três grupos:

O “Bando-Bando”, pioneiro em 2007 que reúne semanalmente crianças e adolescentes. Atualmente, o dia do encontro é nas sextas-feiras, no período da tarde.

Além da sala de leitura, há um ateliê que conta com itens de papelaria onde as crianças ficam livres para expressar sua criatividade. Foto: Lorena Santana

 

O “Bando-Mulheres” reúne o público feminino e conta com encontros mensais para a discussão de leituras e exposição de reflexões. O início se deu em 2022 e hoje conta com 12 mulheres.

E por fim, o “Bando da Saudade” que foi iniciado junto ao Bando-Mulheres em 2022., Consiste em um almoço mensal com os idoso do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) do Cará-Cará. Após a refeição, elas promovem uma arte terapia com os participantes. 

Lucélia assume que o gosto pela leitura mudou sua vida e é isso que ela quer transmitir para os participantes do grupo. Seu irmão sempre falava que para quem não tinha posses, a única saída eram os estudos e os livros. Segundo ela, a leitura dá asas, liberta e permite conhecer novos horizontes.

 

“Cheguei a conclusão que é o pobre quem deve ler. Porque o livro, é a bússola que há de orientar o homem no porvir” – Carolina Maria de Jesus. Foto: Lorena Santana

 

Em caso de interesse em participar do projeto, é possível contatar Lucélia através do telefone: (42) 99972-6424. 

 

Por Lorena Santana

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