Café da manhã no RU: inclusão alimentar ainda é desafio na UEPG

Proposta anteriormente feita em época de eleição é vista como questão de acessibilidade dentro da universidade.

 

Por Leonardo Correia e Malu Dip

 

  O café da manhã é fundamental para garantir energia, concentração e rendimento ao longo da rotina acadêmica. No contexto do Restaurante Universitário, a oferta desse desjejum poderia representar não apenas uma alternativa prática e acessível para os estudantes, mas também um incentivo à adoção de hábitos alimentares mais saudáveis dentro do ambiente universitário, já que muitos acadêmicos enfrentam insegurança alimentar em nosso país. Por exemplo, um estudo realizado em 2022 na Universidade Federal do Rio Grande do Norte constatou que 50,8% dos estudantes relataram algum grau de insegurança alimentar (leve, moderada ou grave).

 

Restaurantes universitários garantem alimentação acessível e nutritiva, sendo fundamentais para a permanência e inclusão estudantil nas universidades públicas. Foto: Aline Jasper.

  Segundo a reportagem “Restaurantes universitários integram política de inclusão da UFPR” os restaurantes universitários da Universidade Federal do Paraná servem por mês cerca de 250 mil refeições, entre café da manhã, almoço e jantar. Os estudantes pagam R$1,30 pelo almoço ou jantar, preço mantido pela UFPR há mais de duas décadas, desde 1999. Além do almoço, os restaurantes também oferecem o café da manhã pelo valor de R$ 0,50. 

  A Universidade Estadual de Ponta Grossa, também oferece a estimativa de atendimento nos seus restaurantes universitários, na página: https://www2.uepg.br/ru/ Nossos Restaurantes Universitários trabalham em sistema de rodízio, onde atendem diariamente, aproximadamente, 2000 usuários..” 

  Porém, a UEPG não oferece café da manhã para os acadêmicos. A jornalista, e atual mestranda da instituição Tamires Limurci, foi representante do Centro Acadêmico João do Rio do Departamento de Jornalismo (CAJOR) de 2022 a 2023. Tamires operava no cargo de comunicação, relações públicas e vice-presidência. “A movimentação do café foi em ano de eleição. A primeira vez que falamos de café da manhã foi quando o atual reitor se reelegeu e a campanha toda dele foi sobre esta bandeira.” resgatou a jornalista. 

  Tamires também ressaltou que a cobrança não pode se estender mais uma vez como se fosse uma promessa para os próximos anos, sendo que os estudantes esperam há anos pela implementação. 

  Em enquete realizada na semana do dia 29/09 a 03/10, 100% dos estudantes entrevistados, tanto do campus Central quanto de Uvaranas, disseram ser a favor da implementação do café da manhã nos restaurantes universitários. A pergunta realizada foi “Você acha que o RU deveria incluir o café da manhã no cardápio de refeições? Sim ou Não? Por quê?” e algumas das respostas obtidas foram: 

  Laiane Pedrozo, Economia segundo ano UEPG – “Eu acho que o café da manhã deveria sim ser incluído no cardápio do R.U porque os alunos que estudam de manhã acabam tendo que sair muito cedo de casa e se comem alguma coisa antes de sair provavelmente a próxima refeição será só o almoço e entre as duas é muito tempo. Entre as aulas a única opção que temos é de comprar alguma coisa, mas os alunos que não têm condição de comprar todos os dias acabam sendo afetados por isso. Além do que, às vezes acontece de sairmos de casa sem tomar café para não perder o ônibus ou algo do tipo, para chegar na aula mais rápido e a primeira refeição acaba sendo o almoço no R.U.”

  Izabela Jacomel Piegat, Direito terceiro ano UEPG – “Deveria, porque é uma questão de acessibilidade para a comunidade universitária e em especial para quem estuda cedo, para quem trabalha e para quem vem de longe. As pessoas às vezes se locomovem de muito longe para vir para a universidade, não dá tempo de comer até porque as aulas começam cedo, então seria interessante ter uma opção para quem mora perto, mas também para quem vem de longe.”

  Lorhan Augusto Vidal, Engenharia Civil segundo ano UEPG – “Sim, pois isso ajudaria os estudantes de baixa renda que às vezes precisam sair de casa muito cedo. Por exemplo, ele não precisará acordar tão cedo para tomar café. Pode tomar na faculdade, fora que isso seria mais dinâmico e facilitaria a vida de qualquer estudante.”

  Matheus Assunção, Ciências Biológicas Bacharelado segundo ano UEPG – “Sim, principalmente para as pessoas que vêm de outras cidades, acabam vindo muito cedo, muitas acabam não conseguindo comer antes de vir e isso ajudaria a não ficarem com muito fome durante o período da manhã, e ajudaria também as pessoas com condições menos favorecidas economicamente, a comerem, sem precisar gastar tanto nas lanchonetes nos campus.”

  Ana Letícia de Oliveira Rocha, Pedagogia primeiro ano UEPG – “Eu acho importante, primeiro porque por exemplo eu sou de outra cidade e chego muito cedo aqui na universidade. Às vezes não tenho dinheiro para ir em uma lanchonete comprar alguma coisa e no R.U seria bem mais fácil se tivesse café da manhã porque o almoço já me ajuda por ser 3,80. Demoro muito para chegar na minha casa, se o almoço já me ajuda, imagine tendo o café da manhã, ia me ajudar ainda mais.”

  Jacqueline Sliwinski, Direito terceiro ano UEPG – “Sim, porque tem bastante gente que se mudou para Ponta Grossa para estudar e o café da manhã facilitaria muito mais até a questão financeira da pessoa que comer no R.U. A gente tem aula de manhã em alguns dias específicos e se tivesse café da manhã comeríamos, porque sempre estamos atrasadas pelo fato de que a UEPG é muito longe da nossa casa. A gente vem muitas vezes sem comer, não come a manhã inteira só no almoço, então é muito importante.”

 

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