Estudantes do Ensino Médio da rede pública em Ponta Grossa encontram problemas ao se preparar para as provas de vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio no modelo de ensino remoto adotado durante a pandemia da Covid19. As principais dificuldades enfrentadas são: não ter um ambiente adequado para estudar, falta de tempo, de material didático e de professores que possam tirar suas dúvidas.
O aluno do Colégio Estadual Regente Feijó, Lincoln Nascimento, comenta a ausência de respostas por parte dos professores: “Quando estou assistindo aula e fico sem entender, não tenho como tirar minhas dúvidas. Eu mal tenho retorno dos professores sobre as notas, quem dirá sobre os conteúdos”. O aluno também fala sobre não ter um local adequado para estudar em casa. “Nós alunos estamos sobrecarregados porque nossa casa não é um bom local para estudar, os meus pais me chamam para ajudar a fazer alguma coisa, não é fácil ter foco”.
O estudante do colégio Centro Estadual de Educação Profissional de Ponta Grossa (CEEPPG), Felipe Goes, aponta falta de tempo para conciliar estudos com trabalho. “Primeiro trabalhar rouba muito tempo, chego muito cansado do estágio e ainda preciso fazer as atividades do colégio até começar a estudar perco ainda mais tempo”. Ele ainda menciona a meritocracia e a desigualdade de oportunidades no nosso país. “Isso me faz ter medo de um concorrente que não precisa trabalhar e tem muito mais tempo para dedicar-se aos estudos”
Não só os estudantes que estão cursando o ensino médio enfrentam dificuldades, os de renda baixa que já concluíram também foram atingidos. Com a pandemia, os cursinhos populares gratuitos cancelaram as aulas e a falta de dinheiro para pagar um cursinho particular impossibilitou a aprendizagem. É o caso da ex aluna do colégio Estadual Regente Feijó, Jeniffer Faustin: “Pagar um cursinho online, não se torna uma opção quando os pais não podem ajudar e fica difícil tirar dúvidas. As apostilas que utilizo para estudar foram doações de parentes”.