Imigrantes enfrentam dificuldades na integração ao mercado de trabalho

Xenofobia, violência de gênero e violações aos direitos trabalhistas são as formas de preconceito mais comuns vividas por imigrantes

Debate sobre a integração e empregabilidade de migrantes. Foto: Ester Roloff

Os desafios enfrentados por imigrantes se estendem por todas as partes de suas vidas. Desde dificuldade de acesso à educação, saúde e moradia, até barreiras no exercício da cultura de origem. Uma das principais áreas é a trabalhista, que representa toda inserção socioeconômica dos imigrantes no novo país. A Federação das Indústrias do Estado do Paraná, visando fortalecer a empregabilidade no setor industrial, promoveu o debate ‘Diálogo com a Indústria: Integração e empregabilidade de migrantes’, no dia 8 de outubro, no SESI Ponta Grossa. O evento contou com a presença da Cáritas e com representantes da Organização Internacional para as Migrações (OIM), oŕgão ligado à ONU.

Representando a Cáritas, Gislaine da Rosa apresentou os benefícios da contratação de imigrantes para as empresas em Ponta Grossa. “Muitas vezes os imigrantes e refugiados possuem formação acadêmica ou experiências em certas áreas de trabalho, o que pode contribuir para o mercado local“, esclarece. Gislaine cita algumas das vantagens: diversidade cultural, expansão do mercado de clientes, fortalecimento da reputação da empresa e da marca, interculturalidade e muitas outras. “Ao atravessar a fronteira, a história e os conhecimentos da pessoa não deixam de existir, ao contrário do que diz o preconceito contra imigrantes”, garante.

A coordenadora de projetos da OIM, Talita Souza, fala sobre as barreiras que os imigrantes precisam atravessar para se inserir no mercado de trabalho. “O primeiro obstáculo é a língua e o segundo a falta de documentação, principalmente quando são refugiados que saem de seus países, muitas vezes, apenas com uma mala de mão”, lamenta. Talita explica que as dificuldades continuam a existir mesmo após a integração socioeconômica. “É preciso reduzir a vulnerabilidade social, sensibilizando as empresas e informando sobre as maneiras corretas de incorporar os imigrantes no ambiente de trabalho”, observa.

As nacionalidades atendidas pelos projetos, tanto da Cáritas quanto da OIM, em Ponta Grossa são: Cuba, Colômbia, Haiti, Argentina, Bangladesh, Marrocos, Síria, Serra Leoa e, com destaque, Venezuela. Até 2023 os venezuelanos eram cerca de 480 mil imigrantes no Brasil, o que representa 25% do total de imigrantes no país; destes, cerca de 150 mil foram atendidos pelas iniciativas.

Por Ester Roloff

 

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