O jornalismo ainda é um espelho inquebrável de representações, quantificações e superficialidades

Embora a Globo tenha anunciado a transmissão, pela primeira vez, da Copa do Mundo de Futebol Feminino que teve sua abertura no dia 07 de junho e vai até o dia 07 de julho, podemos ver disparidades gritantes entre a cobertura da copa feminina e a cobertura que ocorreu na Copa do Mundo de Futebol Masculino no ano passado entre os dias 14 de junho a 14 de julho.

Fazendo uma análise entre o que já foi apresentado pelo jornal Diário dos Campos sobre a Copa Feminina e o que foi apresentando um ano antes, na Copa Masculina, conseguimos perceber o nível de representatividade bem maior de matérias sobre a Copa do Mundo Masculina. A datar da abertura da Copa Feminina no jornal Diário dos Campos em que só foram apresentadas oito matérias de assessoria a respeito dos resultados dos jogos da seleção brasileira, até agora.

Em todo caso, quando você busca na barra de pesquisa disponível no site do jornal por: Copa do Mundo Masculina 2018, se depara com uma infinidade de matérias. Algumas matérias ainda são datadas de três meses antes e falam sobre diversos assuntos envolvendo a Copa. Alguns exemplos são: Pesquisa sobre o quanto o brasileiro está interessado na Copa do Mundo Masculina; O que as seleções da Copa do Mundo tem a ensinar para o mundo dos negócios; UEPG flexibiliza horários de expediente na Copa do Mundo; Portadores do cartão Sicredi Visa concorrem a viagens para a Copa do Mundo; outra mostra que o brasileiro está mais interessado na Copa do Mundo do que com as eleições ou a lava jato; teve ainda matérias envolvendo o comércio ou o país em geral e de cobertura de outros jogos, sem ser apenas do Brasil.

Assim pergunto: Onde está a transmissão efetiva que foi prometida? E se o Diário dos Campos publicou no ano passado sobre o comércio estourar com a Copa, os horários mudaram por conta de “todo os jogos”, e o álbum de figurinhas da seleção brasileira formar mesas de trocas de figurinhas, nas praças da cidade, e um sentimento de comunidade. Onde estão todos esses eventos típicos em copas do Mundo? Onde está e euforia do País que tem orgulho de dizer que é conhecido pelo ótimo futebol.

Mas se pararmos para analisar, embora a transmissão da Copa do Mundo de Futebol Feminino seja um passo de grande importância não só para o futebol feminino, e para a conquista e luta feminista, além de ser importante para todas as mulheres e para o País. Não podemos deixar de questionar que a representatividade não se dá apenas pela aparição, ou quantidade, também está na forma como representamos, damos relevância. E no jornalismo a forma como contamos a história, construímos a narrativa e damos importância é um processo de extrema reflexividade. Não se trata apenas do O que? Quem? E Onde? Temos também o Como? De Que forma? E Por que?

Embora a transmissão da Copa Mundial Feminina seja um grande passo, os jornais, tanto televisivos, quanto portais e sites precisam rever os conceitos do Jornalismo. Quebrar o escudo feito de espelho em que tem se escondido, parando de refletir o que já lhe é dado e começar a produzir o que está além da superficialidade.

Por Rafael Santos

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