O jornalismo inclusivo: a importância da Libras na formação dos comunicadores

No dia 26 de setembro, celebramos o Dia Nacional do Surdo, uma data que nos convida a refletir sobre os desafios enfrentados por essa comunidade e, principalmente, sobre a inclusão e o acesso à informação.

Segundo o IBGE (2022), no Brasil, o número de pessoas Surdas passa dos 10 milhões, e parte delas se comunicam através da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Por isso, garantir que essas pessoas tenham acesso igualitário à informação é fundamental em uma sociedade que busca, mesmo que a pequenos passos, a inclusão. Neste contexto, uma questão ganha relevância: os jornalistas, como profissionais da comunicação, precisam estar aptos a atingir todos os públicos, e isso inclui, dominar Libras. 

 

O jornalista tem um papel de responsabilidade social por intermediar fatos e notícias. Contudo, esse papel só será cumprido de forma plena quando todos, sem exceção, tiverem acesso à informação. Por mais que o jornalismo tenha evoluído em diversos aspectos, a formação dos profissionais ainda carece de um ponto crucial: o ensino de Libras na graduação de jornalismo. Infelizmente, essa não é uma obrigatoriedade na maioria das universidades. A inclusão da língua oficial da comunidade Surda brasileira na formação do jornalista seria um grande passo para garantir que, desde o início de suas carreiras, esses profissionais já estivessem preparados para cumprir seu papel de maneira inclusiva.

A inclusão da comunidade Surda no acesso à informação vai além de uma bondade, é um direito constitucional. Deixar a comunidade Surda à margem dos acontecimentos no país e no mundo é privá-la de participar ativamente da vida social, cultural e política do país. Muitos Surdos relatam a sensação de viver como estrangeiros em seu próprio país. Isso ocorre porque em uma sociedade majoritariamente ouvinte, a comunicação se dá quase exclusivamente pela língua portuguesa oralizada. Os meios de comunicação, por não serem acessíveis em Libras, reforçam essa barreira. No entanto, a comunicação através de Libras é uma realidade para milhões de Surdos e, para que essa barreira comunicacional seja rompida, é urgente que os jornalistas comecem a entender a importância de se adaptar a essa realidade.

Ao dominar Libras, o jornalista está exercendo seu papel de forma ética e responsável, garantindo que a informação jornalística seja entregue ao maior número de pessoas.

Neste Dia Nacional do Surdo, que possamos refletir sobre a importância de tornar o jornalismo acessível à comunidade Surda e sobre o papel transformador que os profissionais da comunicação podem desempenhar na inclusão social.

Por Maria Eduarda Ribeiro

Instagram: @mariaribeirosts
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