Projeto destaca trajetos históricos que valorizam a presença e a cultura negra em Ponta Grossa
O primeiro circuito do projeto Rota Preta PG foi realizado nesse sábado (26) em Ponta Grossa, reunindo participantes em um trajeto dedicado à memória da população negra da cidade. A ação, vinculada ao Museu Campos Gerais (MCG) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), faz parte de uma importante iniciativa de extensão voltada ao reconhecimento de espaços ligados à história preta do município.
O circuito percorreu locais mapeados ao longo de seis meses por pesquisadores, estudantes de graduação e licenciatura em História, estagiários do museu e integrantes da comunidade local. Ao todo, 51 pontos de relevância histórica e cultural foram identificados, cobrindo regiões centrais da cidade, bairros como Uvaranas e Olarias, além de áreas da zona rural.
Quem guiou o trajeto histórico foi Merylin Ricielli, pós-doutoranda em História pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que destacou a importância do levantamento realizado. Para Ricielli, além das marcas históricas que os locais representam, foi possível identificar uma rede de práticas culturais que conecta diversos territórios negros da cidade, como o samba e a capoeira, que continuam a enriquecer a vivência cultural de moradores.
O projeto terá diferentes roteiros temáticos, e a proposta é oferecer passeios regulares abertos ao público. O intuito é incentivar a educação patrimonial, promover a valorização da memória coletiva e reforçar o reconhecimento da presença negra na formação histórica de Ponta Grossa.
Segundo a equipe organizadora, novas edições do circuito serão programadas nos próximos meses, e outras atividades complementares, também voltadas ao resgate e preservação da história negra, estão previstas.
Por Maria Gallinea