A ação, que integra a campanha “Onda Furta-Cor Ponta Grossa”, foi realizada de maneira gratuita para mães e gestantes
Lorena Santana
Com o objetivo de ouvir as mães, na tentativa de diminuir o impacto da falta de atenção à saúde mental materna, foi realizada no dia 12 de maio, uma roda de conversa com o tema “Exaustão Materna”. A mediação foi feita pelas Doulas Juliane Carrico e Mariana Toledo.
Dentre os assuntos abordados, como a invisibilidade e desvalorização do trabalho materno, a culpa que a cultura patriarcal impõe às mulheres e a competição que a sociedade submete as mães, as mulheres se sentiram à vontade para compartilhar relatos e trocar experiências.
Segundo Mariana Toledo, a maternidade se torna pesada para muitas mulheres, principalmente quando o genitor não exerce a paternidade. “Pai não é rede de apoio. Assim como a mãe, ele tem responsabilidades acerca da criança. A partir do momento que a sociedade constrói o pai como um ajudante, a mãe se sobrecarrega, encara a exaustão. Ela se culpa e se sente ingrata”, declara Mariana.
A participante da conversa, Bruna Burg, reconhece que a maternidade tem peso diferente a depender da companhia que a mulher tem durante esse período. Socialmente, as mulheres são frequentemente colocadas na posição de permanecer em casa com as crianças, sendo responsabilizadas por garantir que tudo esteja pronto para receber o companheiro que passou o dia fora. “O puerpério é uma das fases mais difíceis para uma mulher, mas quando ao lado dela está alguém que compreende esse processo, ao invés de cobrar as ‘obrigações de dona de casa’, as coisas se tornam mais leves”, analisa Bruna.
De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma a cada cinco mulheres brasileiras sofre com depressão pós-parto, no período de 6 a 18 meses do bebê. Juliane Carrico explica que o pós-parto é sempre bastante intenso e a mulher se torna muito mais sensível por conta da grande quantidade de hormônios que se perde no momento do parto. Se quem está ao redor daquela mulher não tem preparo e conhecimento sobre isso, esse momento pode se tornar ainda pior. “O objetivo da campanha Maio Furta-Cor é trazer o assunto da saúde mental materna, tão minimizado e pouco explorado, à tona, para que as mulheres vejam nesse espaço um lugar seguro e compreensivo, longe de qualquer julgamento”, esclarece Juliane.
Até o fim do mês de Maio ocorrerão ações voltadas à saúde mental materna. O cronograma completo pode ser consultado através do perfil do Instagram @ondafurtacorpontagrossa.