“Arqueólogo” da Memória Política destaca a importância de lembrar do passado para que ele não se repita futuramente
Aluízio Palmar é jornalista, escritor e Cidadão Honorário de Foz do Iguaçu, cidade do oeste paranaense. Na última segunda-feira (18) do mês em que se completam 60 anos do golpe de 1964, Aluízio esteve na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) para participar do V Ciclo Descomemorar Golpes.
No evento, Palmar destacou a importância de falar sobre a Ditadura Militar e a tortura ocorrida naquele período para que essa história não se apague e, principalmente, não se repita. “Por isso, eu enfatizo a importância do “Dia do Nunca Mais” que é superimportante para a transição da Ditadura para a Democracia. No Brasil, essa transição ainda não está completa mesmo após 60 anos. É necessário que o “Nunca Mais” esteja na agenda das Universidades”, afirma.
História de Aluízio Palmar
Nascido em 24 de maio de 1943, em São Fidélis (RJ), Aluízio Ferreira Palmar estudou na Universidade Federal Fluminense (UFF) e, por conta da sua militância revolucionária, foi preso, torturado e banido do país, após ter sido trocado pelo Embaixador da Suíça no Brasil, junto a outros 69 presos políticos.
Escreveu o livro Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos?. Além de ser ex-integrante do Movimento Revolucionário 08 de Outubro, do Movimento Estudantil de Niterói e criador do site Documentos Revelados – o maior site de arquivos sobre a Ditadura Militar brasileira.
O site é resultado de uma busca do jornalista pela sua própria história e de outros desaparecidos políticos, com objetivo de estimular um compromisso ativo com a democracia e o não apagamento da história do nosso país.
Após guardar diversos documentos, realizou uma parceria para a digitalização deles. “O Centro de Estudos e Pesquisas Sobre a América Latina (CEPEDAL), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), assumiu os meus documentos e realizou a digitalização. Com os arquivos digitalizados, eu criei o site”, conta.
Em 2004, Aluízio lançou o livro Onde Foi Que Vocês Enterraram Nossos Mortos?. A obra é fruto de uma investigação jornalística de 26 anos sobre os últimos momentos de seis guerrilheiros, que estavam na Argentina e desapareceram ao tentar ingressar no Brasil, após insistirem em continuar a luta armada contra a Ditadura Militar em meados de 1974.