Falta de políticas públicas provoca déficit habitacional em Ponta Grossa

Movimentos sociais demandam ações do governo municipal para implementação de projetos de habitação popular

Após a ação da polícia, que despejou 60 famílias de uma ocupação no início de fevereiro, movimentos sociais questionaram a Prefeitura de Ponta Grossa sobre políticas habitacionais no município. Segundo o manifesto de solidariedade às famílias desalojadas, o governo local não apresenta projetos relacionados à habitação popular há dez anos, problema que foi agravado com a chegada da pandemia. 

De acordo com a assistente social, com experiência em políticas públicas, Sandra Maria Scheffer, existem muitas dificuldades enfrentadas pelas famílias de baixa renda e sem teto. Dentre elas estão a alta demanda habitacional decorrente da desigualdade social, programas habitacionais que entram em ascensão e logo após em declínio e, em alguns desses programas, critérios socioeconômicos que excluem determinadas famílias.

A assistente social afirma que a política habitacional é de responsabilidade do Programa Habitacional para famílias de baixa renda em Ponta Grossa, que atua na cidade há 32 anos. “Isso indica fatores como a forma de gestão que altera a cada quatro anos, a propositividade ou não de novos programas e a oferta ou falta de recursos nas três esferas da união”, explica Sandra. Esses elementos são indispensáveis para definir a qualidade das políticas habitacionais no município.

O governo municipal pretende realizar uma reforma administrativa que prevê a extinção da Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar). Para Scheffer, existe uma demanda habitacional crescente e represada e com o encerramento dessas políticas a defasagem habitacional será progressiva. “Sou desfavorável à extinção  do órgão, deveriam estimular, alterar, cobrar, mas não encerrar as atividades”, complementa a assistente social.

Segundo a Companhia de Habitação do Paraná, dados de fevereiro de 2021 revelam que há um déficit habitacional em Ponta Grossa de 23 mil pessoas, cerca de 12% do total do Estado. De acordo com o Plano Estadual de Habitação de Interesse Social (PEHIS), o município está na quarta colocação do Paraná com maior defasagem habitacional.

 

Imagem: Catharina Iavorski

 

 

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