O evento abordou temas como acessibilidade e o empreendedorismo para pessoas surdas
O 2º Seminário Surdidade foi realizado nos dias 10 e 11 de setembro no Grande Auditório do campus central da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O evento contou com a participação de professores, especialistas e estudantes, que discutiram acessibilidade para pessoas surdas. A Língua Brasileira de Sinais (Libras), educação bilíngue e o empreendedorismo foram alguns dos temas abordados.
No primeiro dia (10), o professor surdocego, Carlos Eduardo Vilela , compartilhou sua experiência pessoal e os desafios enfrentados, que incluem dificuldades na comunicação e o preconceito que muitas vezes limita as oportunidades de inclusão. Vilela ressaltou a necessidade urgente de maior inclusão de surdos e surdocegos em diferentes setores da sociedade. “É crucial ter profissionais guiados e ouvintes preparados para conviver com surdos e surdocegos”, destacou.
Ele também abordou as formas de comunicação para surdocegos – como Libras tátil e Tanoma – e discutiu sua própria experiência com a bengala, que considera um símbolo de segurança e autonomia. “Usar a bengala me trouxe liberdade e independência após um período de vergonha”, relatou Vilela. Além disso, mencionou a Lei 14.951/2024, que estabelece a regulamentação das cores da bengala para identificar diferentes graus de deficiência visual e desmistificou algumas ideias preconceituosas sobre a capacidade dos surdocegos em realizar tarefas diárias.
No último dia do evento (11) , a professora Denielli Kendrick abordou o papel do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) de Guarapuava. Kendrick destacou o impacto significativo do CAS, que oferece suporte a 44 municípios do Paraná, na capacitação de educadores e no atendimento às necessidades da comunidade surda. “O CAS tem sido fundamental para capacitar professores e fornecer suporte necessário às pessoas com surdez e suas famílias”, afirmou. Em seguida, a professora Fabielly Kolisnek discutiu o ensino de Libras como primeira e segunda língua, enfatizando a importância da formação bilíngue nas escolas para promover uma educação inclusiva e de qualidade.
O seminário foi encerrado com fala do professor Éden Veloso, que falou sobre o empreendedorismo surdo e a importância da independência financeira. Veloso compartilhou sua trajetória profissional e incentivou a comunidade surda a buscar protagonismo no mercado. “O empreendedorismo nos dá a oportunidade de mostrar que podemos ser protagonistas de nossas próprias histórias”, concluiu.