O branco do dia 30 na mídia tradicional ponta grossense

Em tempos que a educação sofre ataques constantes e as Universidades apresentam riscos em seus funcionamentos com os cortes realizados pelo Governo, as manifestações tomaram as ruas pelo país nos dias 15 e 30 de maio. Estudantes, professores e servidores ergueram suas vozes contra os 30% retirados dos investimentos na educação. Em Ponta Grossa, o dia 30 não ficou vazio e foi marcado com protestos durante a manhã e a noite.

Com atos tão simbólicos, um momento discutível e a população reagindo, o jornalismo não deveria se apresentar como mediador desse debate? As manifestações não deveriam ser pauta obrigatória dos jornais regionais, quando estudantes defendem as duas Universidades atingidas que estão dentro de Ponta Grossa?

No portal aRede nenhuma matéria foi veiculada sobre as manifestações e, sobre o assunto, somente houve mais uma replicação de assessoria em uma nota que, claramente, se posiciona contra as manifestações sob o título “Ministério da Educação diz que professores e pais não podem divulgar protestos”. No site do Diários dos Campos também não se encontrou nenhuma veiculação sobre o dia 30, que ficou correspondido pela hashtag #30M.

O site Periódico UEPG foi o único veículo jornalístico da cidade que publicou matérias sobre as manifestações. A cobertura de atos deve ficar restrita apenas ao jornalismo universitário? Os critérios de noticiabilidade e a violações dos direitos a uma educação de qualidade devem estar presentes nas pautas das mídias convencionais, pois elas têm um número maior de leitores e atingem mais pessoas. Esse jornalismo tradicional deveria esquecer as réplicas e pautar o real movimento da cidade.

 

João Pedro Teixeira 

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