Doze mulheres são assassinadas todos os dias, em média, no Brasil, é o que mostra o levantamento feito pelo site de notícias G1, relativo aos casos relatados em 2017. Este ano a violência contra a mulher continua. Nos últimos sete dias, foram apresentados no telejornal da RPCTV, filiada da Rede Globo, três desses feminicídios que aconteceram no estado do Paraná. A reportagem apontou a lentidão das investigações.
Quinta-feira, 07 de junho: “Justiça nega pedido de liberdade de ex-namorado acusado pela morte de Nathalia Deen”. O feminicídio foi amplamente repercutido pela imprensa local, desta vez, a matéria apresentada tem quase seis minutos e ocupa uma parte considerável do telejornal. Acompanhada de uma tentativa de serviço, a reportagem tenta colocar e incentivar as mulheres a recorrerem aos seus direitos, como a proteção e segurança.
Sábado, 09 de junho: “Irmão é condenado por tiro que deixou jovem em estado vegetativo”. A matéria é a mais curta das três analisadas, tem apenas 57 segundos e apenas apresenta os fatos ao público.
Terça-feira, 12 de junho: “Exame confirma que corpo encontrado em região de serra é de jovem desaparecida”. Mais um caso em que o ex-companheiro se coloca no direito de privar a mulher da sua própria vida. Nesta reportagem a contextualização não é dado e também não aparece de forma alguma a perspectiva de gênero necessária para se tratar este tipo de material. Aqui não há a preocupação em orientar e alertar sobre a conduta abusiva de parceiros ou ex-parceiros.
Pode-se perceber o quanto o Jornalismo ainda deixa de mostrar informações sobre os casos de feminicídio em Ponta Grossa. Talvez se todas reportagens tivessem maior tempo de produção seria possível a inserção daperspectiva de gênero e informações em casos de violência contra a mulher. Contudo, conhecimento e informações sobre este assunto ainda são necessários e é papel do jornalismo diário trazer as contextualizações adequadas para as pautas mesmo com tempo limitado.
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Kethlyn Lemes