Campanha Maio Furta-Cor conscientiza a população sobre a saúde mental materna

O mês de maio é marcado por ações pela conscientização e promoção de saúde mental nos calendários municipais e estaduais

A saúde mental materna é uma questão de saúde pública e diz respeito a todos. Foto: Onda Maio Furta-Cor Ponta Grossa

O Maio Furta-Cor é uma campanha comunitária sem fins lucrativos que busca conscientizar e sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna. Este ano, a campanha tem como slogan “Uma mãe leva outra”. O movimento acontece desde 2021 e visa implementar políticas públicas de apoio às mães e trazer ações de conscientização. A campanha conta com mais de 400 representantes, que estão presentes em cinco continentes e em mais de 14 países. 

A representante do Maio Furta-Cor em Ponta Grossa, que também é doula e educadora perinatal, Juliane Gibala, fala sobre a campanha e maneiras de prevenir o adoecimento mental materno. “Precisamos fazer com que a comunidade pare de romantizar a maternidade e olhar para essas mães, mostrar que a gente se preocupa com o que acontece com elas porque isso influencia diretamente na construção da sociedade”. Segundo ela, o Maio Furta-Cor é uma forma de trazer essa percepção para a sociedade, ocupando todos os espaços possíveis, visto que a saúde mental materna é um assunto para todos, não só para as mães. “A gente não fala para as mães, mães já sabem disso, estamos falando para os maridos, para os adolescentes, para quem não quer ser mãe”, afirma. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que uma em cada cinco mulheres terá um episódio de saúde mental durante a gravidez ou até um ano após o nascimento do bebê. Outro estudo realizado pela fundação britânica Parent- Infant aponta que uma em cada dez mulheres apresenta dificuldade em criar vínculos com seus bebês. Cerca de 73% dessas mulheres não recebiam orientações sobre como enfrentar essa situação e estabelecer conexões verdadeiras entre mãe e filho, esse é um problema que a campanha tenta evidenciar.

A educadora perinatal relata que podemos diminuir o adoecimento mental materno criando programas de prevenção, como um pré-natal psicológico com protocolos atualizados e políticas públicas que atendam também mulheres em situação de vulnerabilidade. Além disso, é importante ouvir essas mulheres e olhar para cada uma com sua individualidade, sem comparação. 

A psicóloga perinatal e representante-regente da Campanha Maio Furta-Cor, Nicolle Fontanela, destaca que as políticas públicas servem de ferramentas para implementar mudanças progressivas na sociedade. E falar sobre a saúde mental materna ajuda a evidenciar a necessidade de promoção, prevenção e tratamento do adoecimento das mães. Nicolle pontua que isso pode ser feito a partir da capacitação de profissionais que já estão no atendimento às gestantes e mães no pós parto. “Essa capacitação pode ser feita para saberem rastrear possíveis transtornos mentais como depressão e ansiedade nas mães e assim encaminhá-las para o tratamento adequado”, explica.

Em Ponta Grossa, o Maio Furta-Cor conta com programações até o fim deste mês. Os próximos eventos podem ser conferidos no Instagram da campanha, @ondafurtacorpontagrossa

 

Nos próximos dias, o Elos trará o relato de mães que vivenciaram a invisibilidade da saúde mental materna.

Por Pietra Gasparini e Natália Almeida 

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