Exposição apresenta roupas de mulheres vitimas de violência sexual

Amostra do berço foi apenas um fragmento da exposição

Durante a palestra “Violencia sexual e aborto legal: a busca pela garantia de direitos” os espectarores entravam no Auditorio Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa e se deparavam com um berço em frente ao palco.  Algumas pessoas não entendiam o motivo de ter um berço montado em uma palestra que discute o aborto legal, até que a coordenadora da exposição, Marcela Godoy, explica para os ouvintes o que era aquela amostra. 

A montagem do berço na palestra é um fragmento da exposição criada pelo projeto de extensão da UEPG denominada “O que você estava vestindo”, o qual é coordenado pela professora de biologia Marcela Godoy.  Esse projeto de extenção tem como intuito apresentar roupas de vitimas de violência sexual durante o ato da violência e desconstruir a lógica de que mulheres são violentadas por causa da roupa. Além de trazer os vestuários, a exposição consiste na leitura dos depoimentos de vítimas.  

O projeto inicial da exposição veio de uma universidade no Kansas, Estados Unidos, no qual Marcela solicitou a reprodução e adaptação à realidade brasileira, especialmente das mulheres de Ponta Grossa.  A professora Marcela explica que a montagem do berço é apenas um fragmento da exposição como um todo e contou com a ajuda de estudantes e professores do curso de Artes Visuais da UEPG. No caso dessa exposição, foi adaptado seguindo o depoimento de  uma mãe que estava amamentando seu bebe e foi violentada por trás pelo cônjuge. “A ideia de mostrar isso é de emergir discussões sobre os sistemas machistas e patriarcais antes de chegar na violência propriamente dita”, explica Marcela. 

A exposição, que está em sua terceira edição, chocou os espectadores durante a palestra. Marcela conta que viu expressões de espanto quando leu o depoimento da vítima violentada, principalmente no trecho em que a vítima fala “por frente era um ato de amor e por trás um ato sórdido do mais puro terror”. Recentemente, o projeto de extensão ganhou o edital da Fundação Araucária para futuras exposições, que serão abertas para a comunidade acadêmica e não acadêmica. 

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