Desde março de 2020, quando iniciou o período de isolamento social, o número de denúncias, medidas protetivas e flagrantes de violência contra mulher caiu significativamente em Ponta Grossa, bem como em diversas outras cidades do estado do Paraná.
Conforme os dados do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, em 2019 no intervalo de março até junho, foram registradas 363 Medidas Protetivas de Urgência, porém neste ano, considerando o mesmo espaço de tempo foi totalizado 288 Medidas protocoladas, resultando em uma queda de 20,6%. Entretanto, no número de flagrantes, a queda maior é referente ao mês de junho, pois em 2019 foi totalizado 32 flagrantes, já neste ano essa contagem caiu pela metade, fechando junho com 16 casos.
Fonte: Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.
Por que isso está ocorrendo?
Durante o período de isolamento social as vítimas estão ainda mais expostas a agressões, mas as dificuldades na hora de denunciar, a presença constante do agressor no mesmo ambiente e a falta de informações sobre como proceder com o Boletim de Ocorrência em meio à pandemia são alguns dos fatores que colaboram para a diminuição das denúncias.
Como denunciar?
De acordo com Delegacia da Mulher de Ponta Grossa, as vítimas, em situação de emergência são orientadas a acionar a Polícia Militar, pelo número 190, ou a Patrulha Maria da Penha que está disponível 24 horas, no número 153 e Polícia Civil do Paraná (PCPR), que permite registrar Boletins de Ocorrência de forma 100% on-line, por este link. Outra possibilidade de ajuda é projeto de extensão Núcleo Maria da Penha, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Numape/UEPG), que faz plantões telefônicos de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, pelos telefones (3220-3475 | 2102 – 8614 | 2102 – 8615). Além disso, existe a Campanha Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica, ela funciona da seguinte forma: Faça um X vermelho na sua mão e mostre ao atendente da farmácia, a Polícia Militar será chamada até o local. No entanto, não é possível solicitar Medidas Protetivas por outros meios, ou pela internet, a vítima deve se dirigir à delegacia mais próxima.
Por Valéria Laroca