O JORNALISMO NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL

 A proteção dos direitos das crianças, especialmente contra a violência sexual, foi o tema central de uma palestra realizada durante a 33ª Semana de Comunicação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A jornalista e pesquisadora Lynara Ojeda discutiu a importância da proteção dos direitos humanos, especialmente em relação a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.

 

Nos últimos três anos, mais de 164 mil crianças e adolescentes foram vítimas de estupro no Brasil, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Desses casos, 38,3% envolvem jovens entre 10 e 14 anos, enquanto mais de 35% são registrados contra crianças de 0 a 9 anos. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) revela que, em média, 38 meninas de até 14 anos se tornam mães diariamente.

 

Para Lynara, o jornalismo tem um papel crucial ao trazer à tona esses casos, mas precisa ser feito de maneira responsável e sensível. “A maneira como as histórias são contadas pode fazer a diferença para as vítimas e suas famílias”, destaca.

 

Segundo a palestrante, é essencial que os profissionais de comunicação tratem esses temas com empatia, garantindo o respeito à dignidade das crianças envolvidas. Ela também lembrou que a violência sexual, na maioria dos casos, acontece de forma silenciosa, por isso é importante que o jornalismo contribua para a conscientização e o combate a esse problema.

 

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que é dever da sociedade assegurar a proteção dos direitos das crianças. No entanto, a realidade mostra que ainda há um longo caminho a percorrer. De acordo com um levantamento do Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em 2023, 62% das crianças e adolescentes no Brasil viviam em situações de vulnerabilidade, o que evidencia a necessidade de políticas públicas mais eficazes e de uma maior conscientização social sobre os direitos da infância. 

 

Por Yasmin Salgado 

 

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