O papel de albergues e casas de acolhida no processo de reintegração social

Mais de 100 vagas são ofertadas em instituições de acolhimento para população em situação de rua na cidade

 

De acordo com o levantamento realizado em 2023 pelo Observatório Nacional dos Direitos Humanos, 570 pessoas vivem em situação de rua na cidade de Ponta Grossa. Com a intenção de amenizar as dificuldades sofridas por esse público, na cidade há lugares que prestam serviços e atendem as necessidades básicas de quem se encontra em tal situação, como a Casa da Acolhida dos Vicentinos e o Albergue Noturno Maria Isabel Wosgrau. 

 

O Albergue, localizado na rua Generoso Marques dos Santos, 197 – Centro, oferece serviço de acolhimento noturno. Regina Pedrozo, assistente social e responsável técnica, explica sobre a direção do ambiente: “O local é comandado desde 2023 pelo grupo Renascer através de um termo de colaboração com a Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa (FASPG). O grupo propõe um encaminhamento para o acompanhamento complementar ao trabalho social com as famílias, através do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) e o de Referência Especializado (CREAS), inseridos no território, para que a população necessitada obtenha acesso a serviços específicos”, ressalta

 

Regina ressalta que o serviço ofertado pelo Albergue é pontual, unicamente noturno, sem qualquer vínculo ou acompanhamento com o usuário. Em relação às vagas, a assistente social informa: “Os lugares são distribuídos por ordem de chegada. Porém, quem comparece todas as noites e chega cedo, tem sua cama garantida.” 

São 70 vagas disponibilizadas pelo albergue, mas o lugar se adapta oferecendo mais espaço dependendo da demanda, que aumenta em dias de inverno, por exemplo. 

 

Cláudio Cavalcante, 51 anos, utiliza o serviço oferecido pelo Albergue. “Minha família não é daqui, vim do Norte para tentar uma vida melhor tem um mês. Não consegui emprego ainda e quando cheguei não tinha nem lugar para dormir. Aí me indicaram o albergue.  Passo minhas noites lá e de dia tento procurar alguém que esteja contratando. É muito bom ter pelo menos onde repousar sem medo”, conta. 

 

A Casa de Acolhida dos Vicentinos, localizada na rua Doralício Correia, 316, oferece um serviço focado no acompanhamento dos usuários ao invés de um acolhimento pontual. ‘’Nós aqui da Casa oferecemos abrigo provisório para população em situação de rua oferecendo, além do espaço na casa, que pode ser de até 90 dias, roupas, calçados kit higiene, quatro refeições diárias e todo auxílio necessário para ajudar a pessoa no processo de saídas das ruas, organizando suas documentações, inclusive currículo para buscar trabalho’’, explica a assistente social Patrícia Stunitz. 

 

São 70 vagas exclusivas para quem está no processo de acompanhamento. Mas, através da parceria da Casa da Acolhida com o Ministério Melhor Viver, são disponibilizadas 40 vagas extras para pernoite, diariamente.

 

Casa da acolhida localizada no bairro Cará-Cará. Foto: Lorena Maria

 

Layana Mendes, 25 anos, relata: “Eu vivia na rua com o meu companheiro, a gente dormia e passava os dias lá. Faz uns dois meses que ele morreu. Me vi sem rumo e através da Casa de Acolhida, além de dormir sem medo, afinal para mulher é muito mais difícil na rua, eu consegui novas oportunidades. Documentos, emprego, vida nova.” 

 

O mês de agosto registrou temperaturas negativas em Ponta Grossa. O frio trouxe reclamações por parte da população, mas a parcela que mais é atingida é a em situação de rua. “No inverno a procura aumenta. Quem está na rua está mais sujeito aos prejuízos do frio e precisa ser acolhido”, observa Patrícia. 

 

Quando identificados casos de pessoas em situação de rua no município, a orientação é de que se entre em contato com a equipe do Serviço de Abordagem Social pelo telefone ou WhatsApp: (42) 98879-3792. Uma equipe se desloca até o local para fazer o atendimento, prestando orientação e encaminhamentos para locais de acolhimento disponíveis.

 

Por Lorena Maria

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