O sistema de cotas raciais é uma política de enfrentamento ao racismo estrutural

O sistema de ingresso na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) disponibiliza 50% de suas vagas para o sistema de cotas e 10% destas são para candidatos e candidatas autodeclarados negros e negras.  A diretora de Ações Afirmativas e Diversidade da universidade, Cristiane de Souza destaca a importância do sistema para a reparação de um país desigual como o Brasil. “ Ações afirmativas são concebidas como política social e representam uma forma de minimizar as injustiças sociais e combater a discriminação e desigualdades raciais”, salienta.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua do IBGE de 2012, 56,10% da população se autodeclara preta. Dos 209,2 milhões de habitantes do país, 19,2 milhões se assumem como pretos e 89,7 milhões se declaram pardos, sendo, portanto, maioria no país. Contudo, esse dado não se aplica às universidades. Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada de 2020 mostra que apenas 18% dos jovens pretos e pardos de 18 a 24 anos estão estudando ou terminaram sua graduação. 

O sistema de cotas raciais foi adotado pela UEPG em 2007. Candidatos e candidatas podem preencher a ficha de autodeclaração no momento da inscrição para o vestibular com sua identificação. As cotas raciais implementadas na universidade visam o benefício dos alunos e alunas autodeclarados pretos e pretas para gradativamente aumentar o contingente preto nas faculdades e lutar contra o racismo estrutural presente em nosso país.

 

Imagem: Reprodução ‘Cartilha de Ações Afirmativas’ da Universidade Estadual de Ponta Grossa

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