PALESTRA DEBATE DESIGUALDADE DE GÊNERO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Epistemologia feminista, gênero e ciência foi o temaabordado em uma das palestras realizadas durante a 5ª Semana de Gênero, Ciência e Tecnologia. O evento foi promovido pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus de Ponta Grossa e também pelo Coletivo Marie Curie. A atividade realizada no dia 28 de maio teve como palestrante convidada a professora BettinaHeerdt, do departamento de Biologia Geral da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Durante sua apresentação, a professora trouxe diversos exemplos de como a desigualdade de gênero permeia as relações sociais. Casos presentes há muito tempo nassociedades, como na pré-história, onde as mulhereseram vistas em segundo plano em relação aos homens. Essa divisão de “papéis” tem reflexo até os dias atuais. Bettina também apresentou o trabalho de algumas teóricas, que realizam a discussão sobre o papel do gênero na ciência, através da epistemologia feminista.

Foto: Matheus Gastaldon

A discussão sobre a relação “gênero x ciência” surge a partir de movimentos sociais, em países da Europa e também nos Estados Unidos. Já no Brasil, esse debate tem origem nas academias. Apesar da elevação na participação das mulheres na produção do conhecimento científico, as desigualdades ainda se fazem presentes. Uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre os anos de 2001 e 2015, justifica essa realidade. Conforme os dados apresentados, em 2015, apenas 35,5% das Bolsas de Produtividade em Pesquisa foram designadas para mulheres, enquanto 64,5% foram destinadas a homens. Uma diferença de quase 4.080 bolsas.

A 5ª Semana de Gênero, Ciência e Tecnologia contou com diversas atividades que discutiram a temática “Mulher na Ciência: avanços, permanências e desafios”. NadiaKovaleski, professora da UTFPR e coordenadora do Coletivo Marie Curie, conta que dentro do espaço universitário existem casos de preconceito de gênero e que a proposta do Coletivo é desenvolver ações para dar fim a esse problema. “Nos demos conta que existe discriminação, até por parte de docentes, em relação as mulheres que fazem Engenharia Elétrica, Mecânica. O objetivo do Coletivo é fazer com que qualquer pessoa se sinta bem, diz a coordenadora. O evento contou comdiversas palestras e mesas redondas durante a semana e teve seu encerramento no dia 30 de maio, com a realização da exposição artística “A Visão da Mulher pela Mulher” e apresentação especial da cantora MUM e da banda A Vera.

Foto: Matheus Gastaldon

Matheus Gastaldon

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