Trabalho desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UEPG analisou materiais publicados de 2019 a 2022
Com o objetivo de analisar a abordagem da imprensa em relação à fome e insegurança alimentar durante os quatro anos do governo do presidente Jair Bolsonaro (2019 a 2022), a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Gabriella Vasco, defendeu, no dia 27 de setembro, a dissertação: “O ‘flagelo da fome’: análise da cobertura sobre a fome e insegurança alimentar realizada por portais jornalísticos brasileiros no período de 2019 a 2022.” A pesquisa foi orientada pela professora Graziela Bianchi e apresentada no miniauditório da UEPG Central.
No trabalho, foram estudadas 31 notícias de portais jornalísticos nacionais, que tratavam sobre o tema. Um crescente foco nas matérias em relação à insegurança alimentar foi percebido a partir de 2019, e com aumento ainda mais presente no período da pandemia do Covid-19, a partir de 2020.
Gabriella explica que a escolha do tema sobre a cobertura jornalística da fome e da insegurança alimentar foi motivada pela crescente relevância dessas questões no cenário social e econômico brasileiro. “Como jornalista e pesquisadora, sempre me interessei por temas que refletem a realidade das populações mais vulneráveis, e a fome, como uma das formas mais graves de exclusão social, é um problema que exige atenção contínua e uma abordagem mais profunda por parte da mídia”, relata a pesquisadora.
A análise realizada pelo trabalho organizou uma divisão do material coletado a partir de quatro blocos a serem observados: estrutura da notícia, fontes consultadas, utilização de imagens e recursos multimídia e aspectos de interseccionalidade presentes ou não nas produções jornalísticas.
A jornalista diz acreditar que a cobertura desenvolvida pode e deve ir além dos dados e estatísticas, humanizando os números e ampliando o debate sobre a fome, um problema que afeta milhões de brasileiros de forma silenciosa. “Meu desejo, com a pesquisa, é o de contribuir para um jornalismo mais crítico e engajado, capaz de cumprir seu papel social de informar com responsabilidade e provocar reflexões”, conclui a pesquisadora.
Por Lorena Santana