Professores da UEPG iniciam greve na próxima segunda-feira

A defasagem salarial da categoria atinge 42%, que significa o não pagamento de três salários

Contra a defasagem salarial, professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa/UEPG iniciam greve a partir do próximo dia 15 (segunda-feira). A categoria se posicionou, principalmente, pelo respeito à Lei da data-base e contra a proposta de reajuste de 5,79% nos salários anunciado pelo governador Ratinho Jr. (PSD). A defasagem salarial da categoria atinge 42% desde o ano de 2016, o que representa o não pagamento de cerca de três salários ao ano. A decisão da greve foi tomada em assembleia realizada nesta quarta-feira (10) no Campus Central da UEPG.

O anúncio do reajuste a ser pago a partir de agosto feito pelo Governo Estadual foi apresentado como uma medida para atender às demandas dos professores. Esse anúncio foi recebido com frustração e indignação pelos docentes tanto pelo valor pago quanto pela data do final de julho para implementação, como foi apontado pelos professores durante a Assembleia. “Não tem mais condição de flexibilizar essa data e jogar para frente, a greve é a única maneira dos trabalhadores forçarem os governos que não respeitam os direitos dos trabalhadores”, destaca Sérgio Luiz Gadini, presidente da diretoria provisória do Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg).

O anúncio do reajuste a ser pago foi recebido com frustração e indignação pelos docentes | Foto: Alex Dolgan

A categoria alega que a data-base para o pagamento era até o dia 1° de maio e o aumento proposto é insuficiente para compensar as perdas salariais acumuladas ao longo dos últimos anos, o que reflete a não valorização da categoria. A professora do departamento de Educação, Carina Alves da Silva Darcoleto, aponta as implicações causadas pela precariedade do trabalho. “Não tem conversa e não tem negociação, mas tem nós professores com condições precárias de trabalho. Nossa categoria está adoecendo pelo trabalho árduo com excesso de carga horária, sem perspectiva de carreira e sem o reajuste salarial. Não temos outra solução a não ser pela greve”, afirma Carina.

Os sindicatos dos professores universitários reivindicam um reajuste salarial que seja condizente com a importância do trabalho realizado pela categoria e que contemple as perdas acumuladas nos últimos anos. “Esse reajuste é um desrespeito aos professores, foram 4 anos e 4 meses de tentativas de diálogo com o governo. Então não foi por falta de diálogo com os sindicatos”, afirma o presidente do Sinduepg. Além disso, os professores durante a assembleia enfatizam a necessidade de melhorias significativas nas instituições de ensino superior para as condições de trabalho dos professores.

Foto: Divulgação ANDES

Greves

O posicionamento dos professores universitários contra o reajuste salarial anunciado pelo governador Ratinho Jr. ocorre por todo o Paraná. As paralisações refletem a insatisfação generalizada com a defasagem salarial enfrentada pela categoria. Desde março, sete universidades estaduais aprovaram o indicativo de greve. 

A Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do estado, entrou em greve com tempo indeterminado desde a primeira semana de maio. A decisão foi aceita pela categoria após ampla maioria de votos durante a Assembleia Geral do Sindiprol/Aduel no dia 4. Outras instituições estaduais a iniciar a greve foram a Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste) e a Universidade do Paraná (Unespar) que aprovaram a greve a partir do dia 15. A Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) também decidiu pela greve a partir do dia 15 durante assembleia no dia 10. 

Das sete instituições que aprovaram indicativo de greve, falta a decisão da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que ocorre no dia 11 e a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), que marcou assembleia para o dia 17. 

Com a deflagração da greve, ficam suspensas as atividades letivas em todas as instituições. Somente os serviços e atividades essenciais devem ser mantidos nas universidades paranaenses.

Por: Alex Dolgan

Atualização: 11/05/2022  | 10:20

 

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