Home Blog Page 92

Conscientização: uma luta de todos

0

Na semana em que o Dia da Consciência Negra é celebrado a imprensa felizmente fez o seu papel de divulgar esta luta. O único problema é que o assunto não é apenas para a respectiva semana ou dia, é uma pauta que deveria ser discutida todos os dias, porém não acontece.

Apesar disso, o Paraná TV apresentou duas reportagens bem estruturadas sobre a causa. Não poderia deixar de falar deste fato, mesmo que a produção tenha sido feita na capital do Estado e não em Ponta Grossa. A repórter Dulcinéia Novaes, que expressou a importância da representatividade nesta semana, faz parte da parcela das poucas jornalistas negras no país. Segundo o Perfil do Jornalista brasileiro (2012) a parcela de jornalistas negros no país corresponde a aproximadamente 5% do total.

As reportagens trazem para a discussão o papel dos cidadão e cidadãs negras na sociedade atual, deixando bem claro as dificuldades e desigualdades raciais ainda existentes. Como disse o apresentador do jornal, Evandro Harenza, “as discriminações de gênero e de raça ainda são problemas que afetam a maioria da população”.

A primeira parte da reportagem faz uma colocação importante, a falta de políticas públicas e ações afirmativas para esta faixa da população. A partir dessas e outras constatações a produção contextualiza o público com o dado de que, o Brasil ocupa a 10ª posição no ranking da desigualdade.

Não há como uma produção jornalística tratar deste tema sem esbarrar nas formas preconceituosas com que, muitas vezes, a população age. De forma escancarada as reportagens abordam o racismo impregnado até mesmo nas expressões da linguagem.

A abordagem que a produção jornalística deu aos direitos e dificuldades da população negra contribui para a conscientização que esta é uma causa de todos.

Link das matérias completas:

http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/ponta-grossa/v/brasil-e-ainda-um-dos-paises-mais-desiguais-do-mundo/6301872/ http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/ponta-grossa/v/reconhecer-e-combater-a-desigualdade-racial-ainda-e-um-desafio-no-brasil/6303799/

TODO DIA É DIA DE RESPEITAR OS DIREITOS HUMANOS DAS BRASILEIRAS E DOS BRASILEIROS

0

Fotos: Antoniella Orlandi e Milena Oliveira
Foto: Matheus Rolim
Foto: Enaira Schoemberger

Artigo II da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Direitos Humanos

0

Podcast sobre Direitos Humanos realizado com o professor Volney Santos do departamento de Direito das relações sociais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

O ‘ciúme’ continua matando e o jornalismo reafirmando

0

Primeiramente é importante colocar que o Observatório de Gênero tem por finalidade produzir textos semanais sobre as produções jornalísticas em Ponta Grossa. A partir da perspectiva de gênero coloca-se em discussão, principalmente o conteúdo feito pelas mulheres jornalistas, diariamente nas redações. Dessa forma a busca de conteúdo jornalístico na cidade entre os dias 12 e 18 de novembro, teve 35 matérias, em uma análise inicial.

Do total, apenas uma retratou um tema relacionado a gênero. No entanto, a perspectiva e problematização da situação foi mais uma vez deixada de lado. A reportagem em questão foi produzida pelo Paraná Tv no último dia 14. Ao tratar do julgamento de Paulo Leandro Spinardi <http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-2edicao/videos/t/ponta-grossa/v/ja-dura-mais-de-dez-horas-julgamento-de-spinardi-acusado-de-jogar-ex-namorada-de-penhasco/6288964/>, acusado de matar a ex-namorada, em 2015, a reportagem deixa claro a burocracia quando se trata de crimes desse porte.

Contudo, esse é o único ponto de problematização da temática. Em momento algum o termo feminicídio, que já consta na Lei 13.104/2015, é citado pela repórter e observa-se ainda que a apelação a “motivos”  como ‘ciúme’ aparecem para justificar os crimes contra mulheres. Os mesmos são reproduzidos pelos meios de comunicação no vazio da problematização. O Brasil ocupa a infeliz posição de quinto lugar no mundo entre 83 países que mais cometem feminicídio, a taxa brasileira é de 4,8 assassinatos em 100 mil mulheres (http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/violencias/feminicidio/). A reafirmação de conceitos e justificativas como esas, contribuem diariamente para a desinformação da população e a naturalização de motivos banais em crimes contra a vida de mulheres.

 

TODO DIA É DIA DE CONSCIÊNCIA NEGRA

3

             

Por: Nilvan Laurindo Sousa

 

Dia 20 de novembro é dia da Consciência Negra. Porém vamos pensar como são os demais dias do ano? A existência de um dia, estabelecido por lei, comprova de que algo esta errado. Todo dia é dia de consciência negra. Todavia, o que estamos fazendo no cotidiano das escolas para resgatar a autoestima do aluno negro? Todos estão em sala de aula? Qual abordagem estamos dando sobre a Cultura afro-brasileira e sua contribuição para a formação da sociedade brasileira? Não dá para negar, o preconceito é real, latente e se apresenta de forma silenciosa, na ausência de representação, na desconfiança, no apagamento de nossa história e em atitudes racistas cotidianamente naturalizadas. A criança negra não é visibilizada e quando é, se faz por meio de uma piadinha, um apelido atrelado a sua cor, na resistência dos colegas em não aceitá-la e assim por diante…

A ESCOLA muitas vezes é omissa e negligencia a criança negra, não se preocupa com a convivência multiétnica, contribuindo para a formação de indivíduos preconceituosos e discriminadores,  além de crianças com auto estima baixa, uma por se julgar superior a outra, a outra por se sentir inferior. Desta forma, a criança branca, ao se sentir superior, fortalece, mantém o racismo, o preconceito e a discriminação; já a criança negra, ao se sentir inferior, se auto rejeita, rejeita o grupo ao qual pertence, a sua cultura e a sua história.

A escola é um espaço privilegiado, ela influencia na ideologia que se adota como padrões conceituais de conduta. Para tanto, é preciso reformular os materiais didáticos, considerando que uma vez apreendidos conceitos errôneos durante a escolarização, será difícil a desestratificação desses arquétipos. A mudança inicia quando percebemos a cultura eurocêntrica praticada nas escolas. Por outro lado, há negligência para com a história e a cultura dos negros no Brasil, ou as escolas restringem a sua abordagem à escravidão.

As situações de preconceitos e discriminações enfrentadas, pelas crianças negras, influenciam negativamente suas vidas ocasionando problemas de autoestima e identidade. É Necessário que todos os dias sejam dia de consciência negra. Não apenas no mês de novembro. Esta temática é urgente, necessária cotidianamente, é preciso que a escola assuma o compromisso de trabalhar a história da cultura afro-brasileira nas diversas disciplinas. Desta forma, todo dia será 20 de novembro, se entendermos que identidade é tudo para se ter autoestima e empoderamento de nossas vidas.