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Animais de rua: as questões que envolvem a gestão pública

A Gerência de Controle de Zoonoses de Ponta Grossa era uma das atribuições da Fundação Municipal de Saúde até o ano passado, mas hoje faz parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, com essa mudança a precarização dos serviços oferecidos se agravou. A Gerência foi fundada em 1999, através da Lei n. 6.179/99. Na época, foi criado sob pressão de protetores e ativistas da causa animal. Até hoje, a gestão pública de Ponta Grossa sobre animais abandonados ainda é muito criticada por protetores, ativistas e instituições.

Em 2020 Ponta Grossa ganhou o Prêmio Cidade Amiga dos Animais, promovido pela World Animal Protection, na categoria Saúde Animal Pública de Qualidade. Mas, tendo como base o ofício n. 37/2021, de 23 de julho, que a OAB/PG enviou à Prefeitura de Ponta Grossa, a situação na cidade não é mais a mesma. O ofício denuncia a suposta morte prematura (eutanásia) de cães saudáveis feita pelo poder público municipal, por meio de seus órgãos e instituiçoes. 

Outro fator que demonstra as controvérsias entre os serviços que são oferecidos aos animais em Ponta Grossa é, que com a transferência de secretaria, houve o fechamento da sede da Gerência de Controle de Zoonoses, na Av. Monteiro Lobato. Agora o Departamento de Zoonoses e o Centro de Referência para Animais em Risco (CRAR) estão no mesmo local, que antes pertencia somente ao CRAR.

O Centro de Referências é o antigo Canil Municipal, sendo um abrigo transitório, que atualmente encontra-se com capacidade máxima ocupada, onde os animais ficam por, no máximo, 10 dias durante o tratamento. De acordo com os Órgãos de Saúde, o espaço insuficiente nos canis tem como consequências a maior circulação de doenças transmissíveis, falta de higiene e estresse entre os animais.  A assistente de administração da Gerência de Zoonoses, Loraine Gregório Teixeira, afirma que as baias individuais do canil hoje comportam 2 ou 3 animais, mas como é rotativo e transitório a prefeitura não considera o espaço superlotado.

Para conseguir atender mais animais, o CRAR conta com a Patrulha Animal, que busca os animais na rua, e com o Castramóvel, que seria teoricamente um veículo que circula pela cidade castrando animais, mas no momento encontra-se inativo, visto que não possui um veículo adequado. A presidente do Grupo Fauna, Karina Medaglia, afirma que o CRAR funciona, mas nunca teve uma estrutura adequada desde sua criação. Ela exemplifica que o Centro de Referência não consegue fazer um procedimento de média e alta complexidade sozinho.

O Grupo Fauna, do qual Karina é presidente, foi um dos que ajudaram na fundação da Gerência de Zoonoses em 1999 e é uma das ONGs que auxiliam até hoje o trabalho do CRAR. “Para uma cidade do tamanho de Ponta Grossa a estrutura do CRAR é muito precária, quem acaba fazendo a maior parte do serviço de proteção aos animais são as ONGs e os protetores independentes”, afirma Karina. O CRAR nega que trabalhe em conjunto com ONGs e grupos ativistas.

Caso encontre um animal vulnerável ou em situação de rua entre em contato com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa pelas redes sociais redes sociais do CRAR (Instagram: @crar.pg e Facebook: @crarpontagrossa) ou pelo telefone 3220-1000 (ramal 4072). Para denunciar casos de maus tratos ligue 181 ou 183, se preferir, faça uma denúncia anônima pelo telefone (42) 99827-9684.

Imagem: Reprodução Stopboxstudio/iStock

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