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Vereadores adiam votação do projeto de lei que proíbe debate sobre gênero nas escolas

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Os vereadores de Ponta Grossa adiaram por duas semanas a votação do projeto de lei que proíbe ações ligadas a “ideologia de gênero” no ensino público municipal. O projeto, de autoria do vereador Vinícius Camargo do PMB, define como ideologia a “ideia que os seres-humanos nascem iguais, sendo a definição do masculino e feminino um produto histórico-cultural”.

Foto: Daniela Valenga
Foto: Daniela Valenga

Durante a discussão do projeto na Câmara (02/03/2020), membros de movimentos sociais e profissionais da educação repudiaram e protestaram contra o projeto. Segundo eles, o projeto não é constitucional, pelo fato do termo “ideologia de gênero” não representar algo concreto, além de ameaçar a autonomia dos professores e demais funcionários da educação.

Democracia e Direitos Humanos | Maria Cristina Rauch

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Democracia e Direitos Humanos é um programa produzido pelo projeto de extensão da Agência de Jornalismo, coordenado pela professora Hebe Maria Gonçalves, supervisionado pela professora Ângela Aguiar. Pesquisa, produção e apresentação do aluno Luiz Zak e apoio técnico de Reinaldo dos Santos e Jairo Souza. O programa é transmitido pela Rádio Comunitária Princesa.

Nesta semana, antecipando as comemorações do Dia Internacional da Mulher, a equipe traz entrevistas com representantes de entidades e de movimentos sociais que têm como foco a assistência à mulher e a luta pelos direitos da mulher. Nesta edição a convidada foi a professora do curso de Direito da UEPG e coordenadora do Núcleo Maria da Penha (Numape), Maria Cristina Rauch. Confira:

Exposição internacional de cartoons comemora aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Celebrado anualmente desde 1948, quando foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia Geral das Nações Unidas com o objetivo de promover a paz após os conflitos da 2ª Guerra Mundial, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro, é um marco na luta contra todas as formas de discriminação e pela promoção da igualdade entre as pessoas.

Para comemorar os 70 anos da Declaração, o Festival Internacional PortoCartoon, organizado pelo Museu Nacional da Imprensa em Porto (Portugal), promoveu a temática neste ano de 2019, reunindo trabalhos de diferentes países para refletir sobre cada artigo da Declaração. PortoCartoon é um dos maiores festivais do segmento e tem impacto mundial com a participação de artistas de diversos países. O tom crítico, de denúncia à ameaça aos direitos humanos, em diferentes partes do mundo, é a principal marca desta exposição.

“Com humor, pensamos melhor nos Direitos Humanos. Rir e pensar fazem bem”. Esta é a observação do diretor do Museu Nacional da Imprensa e do PortoCartoon, Luiz Humberto Marcos, que gentilmente disponibilizou a exposição “70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos” para publicação no projeto Elos.

Confira todo o material produzido

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Jornalismo UEPG manifesta apoio ao jornalista e ativista Aluízio Palmar

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O Curso de Jornalismo e o Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa repudiam a perseguição ao jornalista Aluízio Palmar, ativista dos direitos humanos que atuou na resistência à ditadura militar no Brasil e se dedica há décadas à preservação da memória deste período histórico e à busca pela justiça.

Aluízio Palmar denunciou, durante uma audiência pública da Comissão Nacional da Verdade, as práticas de tortura realizadas pelo ex-tenente Mario Espedito Ostrovski em Foz do Iguaçu no final dos anos 1960. Em 2013,  as revelações de Palmar foram noticiadas na página do Facebook do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu.

Diante da repercussão dos fatos, o militar está processando Aluízio Palmar pelas denúncias, em um evidente desrespeito à liberdade de expressão e ao trabalho de reparação histórica e de reconstrução da memória da ditadura militar realizado em todo país por aqueles e aquelas que sofreram os abusos do período.

Responsabilizar uma vítima de tortura por denunciar a violação aos direitos humanos por meio de uma ação judicial constitui uma inversão completa da relação agressor/vítima representada pelos atos de tortura que
caracterizaram o período. Por isso, registramos nossa indignação ao tratamento dedicado aos presos e perseguidos políticos da ditadura brasileira, representado na ação do ex-militar, e à impunidade dos responsáveis pela violência praticada durante o regime.

Atualmente, Aluízio Palmar, que é autor do livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos” (reeditado em 2019 pela Editora Alameda), resultado de uma ampla investigação jornalística em busca dos companheiros desaparecidos, é responsável pelo site “Documentos Revelados”, um dos maiores acervos de documentos sobre a ditadura de 1964.

Pela contribuição à memória da violência promovida pelo Estado no período em questão, manifestamos nosso apoio a Aluízio Palmar, ao mesmo tempo em que defendemos a improcedência da ação contra o jornalista e a necessidade de garantir a livre divulgação de fatos históricos relativos ao princípio de justiça social.

                                                                                                                                                                                Ponta Grossa, 06 de dezembro de 2019.

Feira Cultural no Colégio Divanir Boratto mobiliza pais, alunos e estudantes

Os alunos do Colégio Estadual Ana Divanir Boratto, no bairro Chapada, se mobilizaram durante duas semanas para organizar a primeira Feira Cultural do colégio nesta terça-feira (19). Os alunos dos três turnos criaram teatros, cartazes, maquetes, apresentações e poesias sobre os “50 anos da Chegada do Homem à Lua” vistos pela perspectiva da História, da Geografia, da Literatura e das Artes.

Os estudantes tiveram a oportunidade de mostrar o aprendizado da sala de aula na prática da construção de seus materiais. A estudante do 7°ano, Luana Oliveira, conta que com a feira aprendeu não apenas sobre a chegada do homem na lua mas também o satélite da terra. “Não imaginava que o homem foi para a lua há tanto tempo, com as aulas de História para fazer os cartazes aprendi mais. Descobri que a lua fica muito longe daqui, antes pensava que era só subir muito alto para alcançar”, conta a estudante.

O tema da feira foi proposto pela professora de História do Colégio, Christiane Pereira, que ajudou a contar a história e o período da guerra pela chegada ao espaço entre a União Soviética e os Estados Unidos através de cartazes e maquetes. Christiane explica que para ocorrer a feira foi preciso que a comunidade se mobilizasse. “Com a ajuda da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF), da contribuição de funcionários e de dinheiro do nosso próprio bolso foi possível realizar a feira, pois vemos como importante para a aprendizagem que acontece no ambiente escolar”.

 

Colégio passa por dificuldades

O Colégio Estadual Ana Divanir Boratto recebe de manhã estudantes da 1° à 3° série do ensino médio, à tarde estudantes de 6ª a 9ª série e à noite estudantes que estão concluindo os estudos e convivem com a incerteza da permanência no lugar desde 2002. Isso porque o espaço cedido pela escola municipal que fica ao lado tem que ser entregue para a Prefeitura para que os alunos possam ocupar o lugar, deixando o colégio sem sede.

A falta de estrutura também preocupa professores e alunos. A biblioteca, a sala de informática e a sala dos professores dividem espaço, assim como a sala da direção e da equipe pedagógica ocupam um espaço pequeno que também serve de almoxarifado.

A quadra esportiva utilizada na disciplina de Educação Física fica nos fundos da escola e foi feita por um grupo de religiosos, com materiais comprados com ajuda dos professores. Como não tem cobertura, a realização das aulas nos dias de chuva fica impossibilitada. O colégio conta com nove televisores para a aprendizagem dos alunos, porém só dois funcionam e nas salas os ventiladores também estão com o uso comprometido.

Josiane Kieras, uma das professoras que ajudou a realizar a feira, conta que além de ensinar é preciso pensar nas questões sociais. “As comunidades da Chapada e do Boratto precisam da escola e nossa estrutura é precária, estamos de favor no prédio da Prefeitura”. A professora relata que o colégio não tem nenhum tipo de laboratório e, mesmo assim, foi possível realizar a Feira Cultural. “Fizemos pela primeira vez com muito sacrifício, não tem romantismo na precarização da educação”, observa.

Josiane Kieres acredita que o Estado tem papel fundamental na formação de estudantes, principalmente para os jovens de periferia. “Não tem ideia da importância que o ensino fundamental tem para um jovem de periferia, dando suporte que procure garantir acesso ao ensino básico e condições para chegar ao ensino superior”.

Ensino sobre cultura afro-brasileira e indígena nas escolas

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O podcast Elos em Movimento conversou com a Profa. Dra. Ione Jovino do departamento de Letras da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) para falar das leis que tornaram obrigatório o ensino e estudo sobre a cultura afro-brasileira e indígena dentro das escolas brasileiras.

 

Contra racismo, alunos do Regente Feijó realizam ato de repúdio

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Após aluna sofrer racismo na última quarta-feira (20), estudantes do Colégio Estadual Regente Feijó se mobilizaram no dia seguinte (21) para realizar uma manifestação no pátio do colégio. 

Foto: Thais Lima
Foto: Thais Lima
Foto: Thais Lima

 

 

Espelho, espelho meu! _Quem sou eu? Identidade Racial e Cotidiano Escolar

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A nossa existência é marcada por inúmeros questionamentos. Podemos afirmar que talvez o mais latente e presente em nosso cotidiano diz respeito à nossa identidade. Nesse jogo de mostrar e esconder, de anulação e silenciamento nos deparamos com ela. Essa identidade cujo amadurecimento é tão lento num processo contínuo de descobertas acerca de nós mesmos e dos outros. Hall (1987) salienta que nossa identidade está em constante transformação ela se afirma sobretudo na relação com o outro, o diferente.

Nos espaços coletivos, como as escolas, esta relação com o diferente se dá de forma muito latente já que os adolescentes imersos neste mundo de consumo desenfreado tomado por chapinhas e alisantes, direcionados para um ideal de beleza centrado na branquitude, ser negro é ser ousado. Crescemos numa sociedade em que o silenciamento era arma de sobrevivência. Este silenciamento tenaz não simbolizava a ausência de tensões raciais no Brasil, ao contrário, as questões raciais eram varridas para debaixo do tapete. Um tapete fofo e grande que escondia e esconde as tensões existentes no espaço escolar.

É preciso que os professores rompam o silêncio da desigualdade, do mal estar gerado por situações em que o preconceito é evidenciado em sala de aula. É preciso ter clareza que não se pretende aumentar o fosso da desigualdade, apenas indicar/mostrar como ele se manifesta e ainda, elaborar estratégias para lidar com as questões raciais na escola. A percepção destes silenciamentos, dos risos e comentários preconceituosos integra o trabalho do professor. Contudo, este sujeito precisa intervir nestes momentos de modo que os alunos e alunas afro-descendentes reconheçam sua ancestralidade e não a escondam embaixo do tapete do preconceito e da vergonha de si.

É preciso que as meninas e meninas se apoderem de seus corpos como espaço de liberdade de ser e existir que os cabelos crespos, encrespam-se mais e mais e que a tez preta marque o território de resistência dos que vieram antes, de longe. Meu corpo é território da liberdade, a liberdade de ser, de existir, de resistir, de contar e recontar outras histórias. O corpo, é território a ser descoberto, lido e interpretado, vivo onde se inscrevem histórias diversas. Sobre minha pele preta inscrevem-se trezentos anos de luta e resistência do povo negro banhada pelo sangue de Zumbi dos Palmares, com a força e altivez da rainha Nzinga. Neste corpo encontra-se a força e a garra dos Joaquins e Joaquinas e outras tantas Marias e Dandaras.

Contudo, a chama da resistência está difícil de se manter. A comemoração do dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, previsto em calendário escolar foi silenciado nas escolas, as

oficinas, palestras e demais atividades outrora realizadas sucumbiram-se ao açoite das demandas finais do ano letivo em que se estabeleceram novembro para a finalização das atividades avaliativas. Os momentos de afirmação de identidades, subjetividades transformou-se numa caça desenfreada por alunos, notas, provas e trabalhos. Os trabalhos envolvendo a escola ficaram restritos às atividades individuais, solitárias de alguns professores. Essa sobrecarga de trabalho pode indicar outra coisa. Seria esta uma maneira de levar o corpo docente à exaustão para tirar-lhes a capacidade de reflexão sobre sua ação pedagógica e/ou impedir que este espaço, a escola, seja ressignificado como espaço de luta e resistência dos grupos marginalizados socialmente?

Em momentos de nó na garganta, o grito por igualdade é sufocado. A sobrevivência se faz com passos firmes, mais temerosos. Cada vez mais parece ser imperioso “pisar neste chão devagarinho” como cantou Dona Ivone de Lara.

Por Maria Antônia Marçal
Professora de História da Rede Estadual de Educação, Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Professora de escola parceira do projeto Elos conta sua trajetória como mulher negra no Brasil

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Ricardo Grokorriski, psicanalista e professor de Filosofia dos colégios estaduais Regente Feijó e Elzira Correia de Sá e coordenador do curso de Filosofia da Faculdade Sant’ana de Ponta Grossa, lançou em 2017 seu canal no Youtube, Grokorriscando. Segundo ele, o objetivo era criar um instrumento de comunicação, para “divulgar ideias, falas e experiências”, com conteúdo de filosofia. Em 19 de novembro, na véspera do dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), Ricardo publica a entrevista que realizou com Maria Antônia Marçal, mulher negra e professora de História na escola Elzira. “O vídeo é a tentativa de registrar um pouco da história da professora”, acrescenta Ricardo. Maria Antônia é especialista na área de História e Cultura e Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Confira no vídeo:

[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=IcEJfOwqOTo[/embedyt]


Outra dica que compartilhamos é o vídeo que Grokorriski produziu no ano passado sobre o Dia Nacional da Consciência Negra, contando um pouco sobre esta data em entrevista com a professora de Filosofia do colégio Regente Feijó, Débora Ferreira.


[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=sqavWrPO9ME[/embedyt]

NOTA DE REPÚDIO

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O Departamento de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Dejor-UEPG) vem a público repudiar as manifestações machistas sofridas pela estudante Milena Oliveira, graduanda do terceiro ano do curso de Jornalismo, em episódio recente, no jogo realizado em Ponta Grossa, no Estádio Germano Krüger, no último dia 05. Na ocasião, a estudante realizava cobertura fotojornalística do evento, a partida entre Operário Ferroviário e Criciúma, jogo válido pela série B do Campeonato Brasileiro de Futebol.

O respeito ao exercício profissional do(a) jornalista é um direito a ser resguardado em todo e qualquer contexto, para todos e todas que atuam na área, independente de seu gênero ou qualquer outra condição. Assim, entendemos que é inadmissível a naturalização de qualquer tipo de assédio contra a mulher, dentro e fora do ambiente de trabalho.

Esperamos que as devidas providências sejam tomadas e que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei. Manifestamos ainda nosso apoio à estudante e nos posicionamentos em defesa do exercício da profissão livre de qualquer forma de constrangimento.

Ponta Grossa, 8 de novembro de 2019.