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DIA INTERNACIONAL DA MULHER CONTA COM DIVERSAS MANIFESTAÇÕES EM PONTA GROSSA

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Nesta quinta-feira, dia 8, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Em várias cidades do Brasil ocorrem marchas, passeatas e manifestações para marcar a data. No município, a APP Ponta Grossa (Sindicato dos Trabalhadores de Educação Pública do Paraná) e o grupo Sororidade – Minas PG (SMPG), vão contar com algumas programações.

A APP Ponta Grossa chama as pessoas interessadas para a Feira de Economia Solidária, a partir das 14 horas. Após a feira, será feita a abertura com o coral Canta APP, às 16 horas. A partir das 17 horas vai ocorrer A Representação dos Movimentos Sociais e Sindicais. O local dessas programações será a Praça Barão de Guaraúna (Praça dos Polacos).

O grupo Sororidade, fundado no ano de 2016, que acabou integrando-se a diversos coletivos feministas da cidade, vai realizar a Marcha do Dia das Mulheres com concentração às 17h na Praça dos Polacos e saída às 18h até o Parque Ambiental. No parque haverá um microfone para discussões, falas abertas, sarau e música.

O grupo também está promovendo uma campanha de arrecadação durante o mês de março. O objetivo é conseguir produtos de higiene e agasalhos para doar para uma instituição que dá assistência a moradores de rua.

O dia vai ser representativo para a manifestação de lutas das mulheres de Ponta Grossa. Para saber mais informações sobre os eventos, a página do Facebook do SindUEPG está sendo também atualizada com mais programações pela cidade. Confira:

https://www.facebook.com/sinduepg/posts/2077675062504476

Escola: Espaço para discutir justiça social

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Por: Fabiana Andrea Barbosa Kastelijns

 

Ser convidada a refletir e escrever acerca da relevância de se discutir justiça social na escola sabendo que nos mais diversos meios de comunicação inundam nossos lares com notícias como a do homem que ejaculou em uma mulher em um coletivo de São Paulo e horas depois foi solto, mesmo com um histórico reincidente ou com postagem de jovem acadêmico do 10º. Período de Medicina de renomada IES pública do Paraná, na qual ele chamava de “vagabundas” acadêmicas do mesmo curso de outra IES e as assediava da maneira mais grotesca e desumana possível, é um grande desafio.

Ouvir, ver e sentir a sociedade brasileira da modernidade me faz, como educadora, mãe, mulher, humana, sentir que necessitamos urgentemente repensar os diálogos com nossos alunos nas diferentes esferas acerca da humanidade, da justiça, da sociedade. A escola, mais do que nunca, precisa ser um espaço formativo no sentido amplo.

Desde 1996, pós-Lei de Diretrizes e bases da educação, as equipes de educadores das escolas constroem (ou devem construir) junto da comunidade escolar (pais, alunos, funcionários e entorno da escola) os Projetos Políticos pedagógicos destes espaços, nos quais constantemente termos como “formar cidadãos críticos, reflexivos, participativos…” “promovendo a justiça social”…Contudo, basta um olhar para a sociedade para perceber que estas palavras não têm se materializado no entorno escolar (sim, eu sei que não depende apenas da educação, mas a vejo como fundamental neste contexto).

Entre “bases comuns” e “modismos” sinto que nos vamos perdendo enquanto humanos. Entre meritocracias escolares e sociais, vamos investindo em uma competição de cor, gênero, raça, classe social, que se reflete no assalto da esquina, no fake que ofende a seu bel-prazer, no homicídio no andar de baixo de nossos apartamentos, e nós, educadores, parece que estamos inertes, olhando, deitados em berço esplêndido, como se não fôssemos capazes de promover mudanças.

Aqui convoco o bom e velho Freire para nosso diálogo. Ele, nos idos de 60, já afirmava que educar é um ato político. Sempre se está a serviço de algo e alguém. Prefiro pensar que estou, nestes tantos anos de docência, a serviço de meus alunos, a serviço de uma sociedade mais justa, com mais participação ativa dos sujeitos. Preciso, sim, diariamente, levar meus alunos a compreender em minhas aulas a dinâmica social posta, trazer a eles uma opção à cegueira branca cantada por Saramago, dar a eles as armas de Dubet e sua escola justa, ampliar seu repertório, aproximando-os e levando-os refletir sobre a reprodução anunciada por Bourdieu há quase um século, pois assim, e somente assim, farei valer cada linha do Projeto Pedagógico de minha escola, farei jus aos juramentos feitos nas minhas duas formaturas e trarei para os bancos escolares e universitários a chance de a justiça social efetivamente acontecer para as próximas gerações brasileiras.

Conscientização: uma luta de todos

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Na semana em que o Dia da Consciência Negra é celebrado a imprensa felizmente fez o seu papel de divulgar esta luta. O único problema é que o assunto não é apenas para a respectiva semana ou dia, é uma pauta que deveria ser discutida todos os dias, porém não acontece.

Apesar disso, o Paraná TV apresentou duas reportagens bem estruturadas sobre a causa. Não poderia deixar de falar deste fato, mesmo que a produção tenha sido feita na capital do Estado e não em Ponta Grossa. A repórter Dulcinéia Novaes, que expressou a importância da representatividade nesta semana, faz parte da parcela das poucas jornalistas negras no país. Segundo o Perfil do Jornalista brasileiro (2012) a parcela de jornalistas negros no país corresponde a aproximadamente 5% do total.

As reportagens trazem para a discussão o papel dos cidadão e cidadãs negras na sociedade atual, deixando bem claro as dificuldades e desigualdades raciais ainda existentes. Como disse o apresentador do jornal, Evandro Harenza, “as discriminações de gênero e de raça ainda são problemas que afetam a maioria da população”.

A primeira parte da reportagem faz uma colocação importante, a falta de políticas públicas e ações afirmativas para esta faixa da população. A partir dessas e outras constatações a produção contextualiza o público com o dado de que, o Brasil ocupa a 10ª posição no ranking da desigualdade.

Não há como uma produção jornalística tratar deste tema sem esbarrar nas formas preconceituosas com que, muitas vezes, a população age. De forma escancarada as reportagens abordam o racismo impregnado até mesmo nas expressões da linguagem.

A abordagem que a produção jornalística deu aos direitos e dificuldades da população negra contribui para a conscientização que esta é uma causa de todos.

Link das matérias completas:

http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/ponta-grossa/v/brasil-e-ainda-um-dos-paises-mais-desiguais-do-mundo/6301872/ http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/ponta-grossa/v/reconhecer-e-combater-a-desigualdade-racial-ainda-e-um-desafio-no-brasil/6303799/

TODO DIA É DIA DE RESPEITAR OS DIREITOS HUMANOS DAS BRASILEIRAS E DOS BRASILEIROS

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Fotos: Antoniella Orlandi e Milena Oliveira
Foto: Matheus Rolim
Foto: Enaira Schoemberger

Artigo II da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Direitos Humanos

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Podcast sobre Direitos Humanos realizado com o professor Volney Santos do departamento de Direito das relações sociais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

O ‘ciúme’ continua matando e o jornalismo reafirmando

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Primeiramente é importante colocar que o Observatório de Gênero tem por finalidade produzir textos semanais sobre as produções jornalísticas em Ponta Grossa. A partir da perspectiva de gênero coloca-se em discussão, principalmente o conteúdo feito pelas mulheres jornalistas, diariamente nas redações. Dessa forma a busca de conteúdo jornalístico na cidade entre os dias 12 e 18 de novembro, teve 35 matérias, em uma análise inicial.

Do total, apenas uma retratou um tema relacionado a gênero. No entanto, a perspectiva e problematização da situação foi mais uma vez deixada de lado. A reportagem em questão foi produzida pelo Paraná Tv no último dia 14. Ao tratar do julgamento de Paulo Leandro Spinardi <http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-2edicao/videos/t/ponta-grossa/v/ja-dura-mais-de-dez-horas-julgamento-de-spinardi-acusado-de-jogar-ex-namorada-de-penhasco/6288964/>, acusado de matar a ex-namorada, em 2015, a reportagem deixa claro a burocracia quando se trata de crimes desse porte.

Contudo, esse é o único ponto de problematização da temática. Em momento algum o termo feminicídio, que já consta na Lei 13.104/2015, é citado pela repórter e observa-se ainda que a apelação a “motivos”  como ‘ciúme’ aparecem para justificar os crimes contra mulheres. Os mesmos são reproduzidos pelos meios de comunicação no vazio da problematização. O Brasil ocupa a infeliz posição de quinto lugar no mundo entre 83 países que mais cometem feminicídio, a taxa brasileira é de 4,8 assassinatos em 100 mil mulheres (http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/violencias/feminicidio/). A reafirmação de conceitos e justificativas como esas, contribuem diariamente para a desinformação da população e a naturalização de motivos banais em crimes contra a vida de mulheres.

 

TODO DIA É DIA DE CONSCIÊNCIA NEGRA

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Por: Nilvan Laurindo Sousa

 

Dia 20 de novembro é dia da Consciência Negra. Porém vamos pensar como são os demais dias do ano? A existência de um dia, estabelecido por lei, comprova de que algo esta errado. Todo dia é dia de consciência negra. Todavia, o que estamos fazendo no cotidiano das escolas para resgatar a autoestima do aluno negro? Todos estão em sala de aula? Qual abordagem estamos dando sobre a Cultura afro-brasileira e sua contribuição para a formação da sociedade brasileira? Não dá para negar, o preconceito é real, latente e se apresenta de forma silenciosa, na ausência de representação, na desconfiança, no apagamento de nossa história e em atitudes racistas cotidianamente naturalizadas. A criança negra não é visibilizada e quando é, se faz por meio de uma piadinha, um apelido atrelado a sua cor, na resistência dos colegas em não aceitá-la e assim por diante…

A ESCOLA muitas vezes é omissa e negligencia a criança negra, não se preocupa com a convivência multiétnica, contribuindo para a formação de indivíduos preconceituosos e discriminadores,  além de crianças com auto estima baixa, uma por se julgar superior a outra, a outra por se sentir inferior. Desta forma, a criança branca, ao se sentir superior, fortalece, mantém o racismo, o preconceito e a discriminação; já a criança negra, ao se sentir inferior, se auto rejeita, rejeita o grupo ao qual pertence, a sua cultura e a sua história.

A escola é um espaço privilegiado, ela influencia na ideologia que se adota como padrões conceituais de conduta. Para tanto, é preciso reformular os materiais didáticos, considerando que uma vez apreendidos conceitos errôneos durante a escolarização, será difícil a desestratificação desses arquétipos. A mudança inicia quando percebemos a cultura eurocêntrica praticada nas escolas. Por outro lado, há negligência para com a história e a cultura dos negros no Brasil, ou as escolas restringem a sua abordagem à escravidão.

As situações de preconceitos e discriminações enfrentadas, pelas crianças negras, influenciam negativamente suas vidas ocasionando problemas de autoestima e identidade. É Necessário que todos os dias sejam dia de consciência negra. Não apenas no mês de novembro. Esta temática é urgente, necessária cotidianamente, é preciso que a escola assuma o compromisso de trabalhar a história da cultura afro-brasileira nas diversas disciplinas. Desta forma, todo dia será 20 de novembro, se entendermos que identidade é tudo para se ter autoestima e empoderamento de nossas vidas.