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Somos eleitoras há 92 anos no Brasil

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Apesar de ainda termos muito pelo que lutar, a conquista da participação feminina nas eleições trouxe uma perspectiva diversificada à política brasileira e deve ser lembrada e comemorada.

Ninguém quer ficar de fora de uma conversa que vai levar à tomada de decisões importantes, que afetem suas vidas em todas as dimensões. Mesmo que seja por uma participação intermediada, todo mundo quer que seu ponto de vista seja considerado, que suas dificuldades sejam ponderadas, que oportunidades não sejam desperdiçadas e que sua voz seja ouvida. Assim também é com as eleições e as decisões da vida pública. A participação política é fundamental para uma sociedade democrática e deve ser justa, diversa e plural, tal qual é a sociedade. Por isso, deve ser incentivada e aberta a todo(a) cidadão(ã).

Muitas vezes, é difícil entendermos a relevância de acontecimentos importantes derivados de lutas passadas, especialmente quando já estamos acostumados com as oportunidades que usufruímos. Com o passar do tempo, há a naturalização de conquistas e a institucionalização de novas regras, direitos e deveres, o que vale também para nossa democracia, que está em constante mudança. Por exemplo, pode até parecer estranho imaginar limitações e proibições do exercício político e cidadão às mulheres em nosso país. Mesmo que ainda haja muito poucas nos cargos políticos e de chefia, naturalizamos a participação feminina em diferentes níveis e dimensões da política. Contudo, é importante lembrarmos que há pouco tempo, as mulheres eram excluídas do processo político, proibidas do direito fundamental de expressão no período eleitoral.

Quando Vargas sinalizou que faria mudanças na legislação eleitoral, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), uma organização em prol de direitos civis e políticos para mulheres, passou a pleitear a inclusão das mulheres nas eleições. A luta pelo voto feminino foi intensa e envolveu mulheres de diferentes classes sociais, como Bertha Lutz e Nísia Floresta. A campanha foi marcada por manifestações pacíficas, debates e a busca por igualdade de direitos.

Não foi um processo simples, mas de sucesso. Quando houve a promulgação do Código Eleitoral de 1932, pela primeira vez, as leis no país afirmavam que era considerado “eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo”. O direito de voto das mulheres passou, enfim, a ser concedido. A eleição de  constituinte de 1933 marcou a estreia das mulheres nas urnas, com sete candidatas, incluindo Bertha Lutz, líder do FBPF. Embora Bertha tenha ficado como primeira suplente, a participação feminina nas eleições foi um passo crucial para a igualdade de gênero na política brasileira e deve ser lembrada também.

Desde então, as mulheres têm desempenhado papeis importantes, principalmente, para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Embora já estejamos acostumados(as) a reconhecer que é possível a participação política das mulheres, ainda há um caminho longo e com muitos obstáculos para se alcançar a igualdade ideal dessa participação. Basta olharmos para a diversidade, pluralidade e complexidade da nossa sociedade que conseguimos reconhecer como ainda há muito a ser debatido para que os cargos políticos e os postos mais importantes em todas as áreas não sejam apenas dos homens.  

 

Recomendação de leitura

Marques, Teresa Cristina de Novaes. O voto feminino no Brasil 2ª ed. Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2019. E-book disponível em livraria.camara.leg.br.

Evento destaca necessidade de enfrentamento do assédio no jornalismo

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Painel realizado no dia 8 de março contou com a participação das jornalistas Aline Rios, Bianca Machado e Paula Melani Rocha

 Na última sexta-feira (08), Dia Internacional da Mulher, aconteceu no campus central da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) o painel Chega de Assédio no Jornalismo, com a participação das jornalistas Aline Rios, diretora do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (SindiJor), Bianca Machado, formada pela UEPG em 2015, e Paula Melani Rocha, professora do curso de Jornalismo da UEPG e pesquisadora da área de gênero.

   O evento teve início com a exposição da Aline, que abordou os assédios enfrentados por jornalistas no ambiente de trabalho e o sentimento de culpa pela violência sofrida a partir de registros da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). “Quando falamos que é preciso encaminhar as medidas do assédio ocorrido as mulheres ficam com medo de falar com autoridades e às vezes a gente não consegue a todo tempo garantir esse sigilo, então demanda exposição, infelizmente isso faz com que elas repensem se querem mesmo denunciar o caso sofrido”, relata.

   A segunda fala do painel foi com a jornalista Bianca, que relatou ter sofrido seu primeiro assédio enquanto atuava como assessora de imprensa durante um jogo do Campeonato Paranaense da segunda divisão na cidade de Irati em que o Operário FC foi vencedor. Enquanto organizava a coletiva de imprensa, alguns torcedores homens começaram a xingá-la e a proferir palavras de cunho sexual. “Eles começaram a me xingar pelo o nome e por ser mulher sempre tem que ter um xingamento, um palavrão ali de cunho sexual. Então aquilo realmente foi algo que mexeu comigo e mesmo assim a gente continuou fazendo a coletiva ali enquanto eles me xingavam e a minha única reação na hora foi começar a filmar a situação; na ocasião tinha autoridades, mas ninguém fez nada”. Após o episódio, a jornalista denunciou o caso e se envolveu em campanhas de combate ao assédio no jornalismo, com destaque para a área esportiva.

   E para fechar o painel, a professora Paula apresentou resultados de pesquisa recente realizada sobre traumas no jornalismo, em que se destaca a violência de gênero sofrida por jornalistas no Brasil. Os dados e as entrevistas mostram que, nos casos de violência sofrida por jornalistas, em sua maioria ou autores são os próprios colegas de trabalho e as suas chefias, embora também sejam registrados assédios de fontes. A professora observa que desde o governo Bolsonaro e durante a pandemia o tipo de assédio que tem aumentado cada vez mais é o virtual, que também deve ser visto como uma violência contra as profissionais.

   Após o término do painel aconteceu um debate envolvendo estudantes de jornalismo de todas as séries, professoras e convidadas. Outras atividades de combate ao assédio no jornalismo devem acontecer ao longo do ano, em sintonia com a campanha realizada pela FENAJ e sindicatos.

O evento foi promovido pelo projeto de extensão Elos – Jornalismo, Direitos Humanos e Formação Cidadã e pelo grupo de pesquisa Jornalismo e Gênero, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas do Paraná e a Frente Feminista de Ponta Grossa.  

 

   

Dia da Mulher é marcado por debate sobre assédio no jornalismo

 

Com o intuito de alertar jornalistas e estudantes sobre casos de assédio na profissão, acontece no dia 8 de março o painel “Chega de assédio no jornalismo!”. O evento, que tem início às 9 horas, no miniauditório (bloco B) do Campus Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa, pretende reunir estudantes, docentes e profissionais da área para discutir os problemas vivenciados no exercício do jornalismo e buscar formas de enfrentamento de todo tipo de violência contra mulheres.

Participam do evento como convidadas as jornalistas Aline Rios, que é mestra e doutoranda em Jornalismo e compõe a diretoria atual do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (SindijorPR); Bianca Machado, especialista em jornalismo esportivo; e Paula Melani Rocha, professora do Curso de Jornalismo e do Mestrado em Jornalismo, pesquisadora da área de gênero.

O painel “Chega de assédio no jornalismo!” marca a agenda de debates alusivos ao Dia Internacional da Mulher no curso de Jornalismo da UEPG. O evento é promovido pelo projeto de extensão Elos – Jornalismo, Direitos Humanos e Formação Cidadã e pelo grupo de pesquisa Jornalismo e Gênero, do Curso de Jornalismo da UEPG, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas do Paraná e a Frente Feminista de Ponta Grossa.

Casamento homoafetivo volta a ser discussão na Câmara dos Deputados

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Ideia de estrutura familiar baseada em reprodução é argumento usado para proibição

 

Por Joyce Clara, Victor Schinato, 

Gabriel Aparecido, Iolanda Lima e Livia Souza

 

Em 2004 dois homens do Rio Grande do Sul conseguiram uma liminar que autorizava o casamento civil, desde então vários avanços e retrocessos marcaram a situação jurídica do casamento homoafetivo. Desde 2011 o Supremo Tribunal Federal (STJ) reconhece a união estável de pessoas do mesmo sexo como família. Dois anos depois, a resolução do Conselho Nacional de Justiça proibe que cartórios recusem a realização do casamento civis entre pessoas do mesmo sexo, e por unanimidade do STJ é autorizado oficialmente em todo o país. Em 2018 foi garantido que casais homoafetivos e heterossexuais tenham o mesmo direito e em 2021 a Procuradoria-Geral da República defendeu o direito à adoção para esses casais.

A religião é um dos principais fatores que levam indivíduos à se posicionarem contra o casamento homoafetivo, é o caso do Pastor Eurico (PL), deputado federal que  propôs a mudança no Código Civil que não permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O projeto foi aprovado na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família por 12 votos a 5, e segue para votação na Comissão dos Direitos Humanos.

 

Anna Luiza e Clara Lemos

 

Anna Luiza Soares, advogada e pesquisadora sobre o tema LGBTQIAP+, e Clara Lemos Mendes são um casal homoafetivo, que planejam se casar, e explicam que o principal preconceito que passam é quando são vistas de mão dadas e são abordadas por homens, assim como os sofridos dentro da família. “Quando eu assumi o relacionamento com a Anna a primeira coisa que minha mãe pediu é que eu não contasse para meus irmãos mais novos, porque eles não entenderiam, como se fosse um crime” expõe Clara. Quando elas contaram de se casarem, a família de uma mostrou certo apoio, enquanto a de Anna ficou apática.

Sobre o projeto de lei do pastor, elas o definem como um completo retrocesso. “Em 10 anos querer proibir agora, fere completamente a sociedade, os direitos que cada um tem como pessoa, colocando religião acima da liberdade individual, é complicado”, coloca Anna. Clara complementa que se deparar com a ideia de talvez ser privada de se casar por conta de crenças de outros é um sentimento péssimo, e conta que há anos elas falam de um casamento entre elas. 

“Claramente inconstitucional” a advogada declara sobre o projeto. “É querer impor a religião em um Estado laico, não tem argumentos jurídicos para fundamentar isso, e fere a constituição”, ela complementa que vários artigos definem que a homofobia foi pautada como crime, o que tranquiliza em parte Anna, que considera que existe uma proteção jurídica que impede a aprovação total desse projeto. 

“Muitos casais heterossexuais não podem reproduzir por diversos fatores, então seria proibido o casamento nesses casos também?” Para Clara, a justificativa do deputado para a proibição do casamento, relacionando a impossibilidade de reprodução com a não constituição de uma família, trata-se apenas de olhar com um viés homofóbico. Elas ainda ressaltam que muitos casais não querem ter filhos, e que a família não deve ser colocada nesses moldes.Clara encerra dizendo que a comunidade LGBTQIAP+ deve se unir para buscar e garantir os direitos. 

 

Mapa dos registros de casamentos  em cartórios 

 

 Apesar do primeiro registro de casamento homoafetivo ser de 2004, a Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-BR) só começou a contabilizar as uniões a partir de 2013, quando tiveram 3.700 registros. Em comparação com 2022, foi o ano em que mais foram registrados casamentos, houve um aumento de 28,74%, com 12.987. Até setembro de 2023, foram 9.924 registrados, sendo 393 no Paraná, o quinto estado com maior número.

Ao todo, durante os 9 anos da contabilização somaram mais de 76.400 uniões entre pessoas do mesmo sexo, com cerca de 82 mil famílias homoafetivas oficilizadas no cartório, incluindo casamentos e uniões estáveis. Já Ponta Grossa, desde o começo da contagem, contabilizou 112 casamentos, em média 11 por ano. Considerando a separação por gênero, no Brasil foram 56% mulheres e 44% homens. Já no Paraná a separação não foi realizada. Em Ponta Grossa, 60,7% são mulheres e 39,3% homens. 

 

Ser LGBTQIAP+ em Ponta Grossa

 

 Andressa Rodrigues de Mello é designer em Ponta Grossa e namora uma mulher. Ela relata que a cidade não é uma das melhores cidades para viver como LGBTQIAP+  “As vezes quando eu saio de mãos dadas com a minha namorada na rua, as pessoas ficam olhando com olhares ruins, você consegue ver que a pessoa não gosta daquilo, sente repúdio.” relata. Para ela, a proibição do casamento homoafetivo não faz sentido ser pautada agora. “Tem tantas coisas para serem feitas do Brasil, leis que podem realmente ajudar a população”. Andressa ainda expõe que a motivação do projeto de lei é totalmente o ódio, além da contradição bíblica. “A regra que eles [cristãos] dizem que Jesus ama as pessoas como elas realmente são, por que então eles tem que julgar e segregar as pessoas?”

“O ódio tá desde sempre, mas ele tem alguns momentos de pico”, pontua a designer. Para ela, as ondas de preconceito podem ser influenciadas por atos e candidatos políticos que motivam a realização dos crimes de ódio contra homossexuais. 

 

Parada LGBT+ e a homofobia 

 

Durante a Parada LGBTQIAP+ de Ponta Grossa que aconteceu dia 12 de novembro deste ano, alguns fundamentalistas cristãos estavam entregando panfletos às pessoas que estavam participando do evento. No panfleto contava a frase “Se você morrer hoje, aonde sua alma passará a eternidade?” junto com a imagem da representação de um ‘diabo’ cristão no inferno ao lado de demônios. Discursavam que por ser um espaço público, a presença era permitida, considerando “a liberdade de expressão”.

O artigo “Discurso de ódio homofóbico nas redes sociais: uma análise a partir das falas públicas da família Bolsonaro”, da pesquisadora Marluce de Moura Lopes e Roney Polato de Castro, da UFBA, afirmam que o discurso de ódio em plataformas públicas, como redes sociais, funcionam como amoladores de faca, que potencializam o discurso de ódio e podem acarretar em ações de violência física por parte de seguidores que “recebem o aval” para perpetuar a violência. A questão de governador e prefeita eleitos também é um fator a se considerar. Em junho de 2023, Ratinho foi acusado de homofobia depois de comparar a Parada Gay de São Paulo ao ‘carnaval dos infernos’, seu filho Ratinho Jr. não se opôs às falas problemáticas do seu pai. Já a prefeita Elizabeth Schmidt não faz questão de atender às demandas da população LGBTQIAP+ da cidade. Os dois fatores, mais a onda de conservadorismo da cidade e a cultura cristã fundamentalista da região, cria um ambiente perfeito para ataques de ódio contra minorias. Visto que Ponta Grossa foi a cidade paranaense que  mais votou em Bolsonaro, com 55% dos votos segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

 

Mesmo em ambiente supostamente seguro, a população LGBT está sujeita a violências. Foto: Victor Schinato

 

Pesquisa voltada a pessoas com deficiência revela altos níveis de exclusão social

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Por Camila Souza

 

Divulgados no segundo semestre deste ano, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) mostram altos índices de exclusão social que as pessoas com deficiência enfrentam e as maiores dificuldades encontradas durante a vida. Para a pesquisa inédita, que é uma iniciativa da Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Ministério dos Direitos Humanos, em uma parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), foram ouvidas pessoas com deficiência no período de julho, agosto e setembro de 2022.

Conforme apontou a pesquisa, quando se trata de analfabetismo, as pessoas com deficiência (19,5%) são as que mais sofrem em relação às pessoas sem deficiência (4,1%.). Em relação à conclusão do Ensino Médio, apenas 25,6% das pessoas com deficiência concluíram os estudos, já entre as pessoas sem deficiência, o índice chegou a 57,3%. Em relação às maiores dificuldades enfrentadas no cotidiano, a pesquisa mostra que pessoas com deficiência encontram maiores problemas para andar ou subir degraus (3,4%).

Em contrapartida, se já é difícil se locomover, quando se trata de acessibilidade viária para pessoas com deficiência, as dificuldades são ainda maiores, conforme relata Marlon Cesar Nadal. O morador de Ponta Grossa de 42 anos perdeu completamente a visão há quatro anos, após ser diagnosticado com diabetes. “A acessibilidade em Ponta Grossa é muito ruim. Tanto em calçadas, como muito mato e buracos. Nem sempre estamos acompanhados de alguém, então sempre caímos em buracos, batemos a cara em lixeiras, postes e em carros estacionados na calçada”, revela Marlon.

Ciente das dificuldades e movido pelo desejo de colaborar com a causa, em outubro deste ano Marlon se candidatou e conseguiu assumir a presidência do Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência, o que para ele foi uma grande conquista. “A gente tem que quebrar essa corrente de que o deficiente não pode fazer nada. Como presidente, tenho que trabalhar para ajudar essa classe que é escondida, deixada de lado. Eu, como presidente e deficiente, consigo mostrar as dificuldades que temos na cidade”, afirma.

 

Políticas públicas para PCDs em Ponta Grossa

 

Através da parceria com a Fundação de Assistência Social do município, sete entidades em Ponta Grossa realizam atendimentos direcionados a 560 pessoas com deficiência. Chamada de ‘Centro dia’, a modalidade assegura a permanência dessas pessoas durante todo o dia na instituição e não fecha durante o período de férias. O objetivo principal da modalidade é justamente a interação social e a oferta de serviços, garantindo uma rotina diária para essas pessoas, prevenindo o isolamento social. 

A diretora do Departamento de Proteção Social Especial, Thais do Prado Dias Verillo, conta que a cidade está preparada para atender essas pessoas. “Hoje o município dispõe de 52 vagas para acolhimento de pessoas com deficiência, seja intelectual ou física. E atualmente não temos fila de espera para esse público”, conta a diretora. 

Nessa modalidade de serviço são oferecidas três refeições diárias, além de uma equipe de especialistas como assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional e educador físico. Os atendimentos são realizados de maneira contínua, adaptando-se à rotina da família da pessoa com deficiência e não possui um prazo máximo de permanência. 

 

APADEVI

 

A Associação de Pais e Amigos do Deficiente Visual (APADEVI) é uma das instituições de Ponta Grossa que realiza atendimentos direcionados a pessoas com deficiência há 37 anos. Marlon frequenta a APADEVI e considera que a instituição faz diferença na vida das pessoas. “Lá a gente percebe que é capaz de fazer mais do que a gente imagina. Hoje eu faço aula de música e nunca peguei um violão enquanto enxergava, lá eu aprendi a tocar”, conta. 

A instituição é uma organização não governamental e sem fins lucrativos. Atualmente atende aproximadamente 191 pessoas com deficiência visual total ou baixa visão. Não possui restrições de atendimento por idade e oferece diversos programas aos pacientes.

 

Do papel ao território: a luta pelo direito à moradia digna

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Projeto habitacional começa a se tornar realidade na Ocupação Ericson John Duarte

 

Por Amanda Grzebielucka, Gabriela Oliveira, Júlia Andrade e Victor Schinato

 

Há dois anos, no dia 4 de dezembro, 700 famílias ocuparam o terreno desocupado no Parque das Andorinhas. Designado pela Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar) para a construção de famílias cadastradas na instituição, a área permaneceu cerca de 10 anos inutilizada. A ocupação Ericson Duarte, atualmente, conta com mais de 20 mil metros quadrados e abriga aproximadamente 350 famílias. De acordo com a coordenadora do Movimento Popular de Luta (MPL) e moradora Isabela Bismaia, a população já resistiu a seis tentativas de despejo, conflitos com a polícia e a extinção da Prolar. Apesar dos enfrentamentos, a ocupação acumula uma série de conquistas que demonstram a luta pelo direito básico da moradia.

A Ocupação Ericson John Duarte, inicia as obras do Plano de Desenvolvimento Comunitário. O projeto conta com uma série de benfeitorias para o local como a promoção de saúde, educação, saneamento básico e a inclusão das Pessoas com Mobilidade Reduzida (PMR). Ele foi elaborado em 2022 pelo professor do departamento de História, Edson Armando Silva, e pelo professor do departamento de Engenharia Civil, Joel Larocca, ambos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em conjunto com a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL). Todo o trabalho de construção da Ocupação é coletivo e busca envolver todas as famílias. Com o conciliamento de instituições públicas realizado, o congelamento legal do território foi obtido, o que determina que as famílias cadastradas no início da ocupação tenham sua permanência assegurada no futuro, sendo impossível a transferência de terrenos ou a entrada de novos moradores. Agora, o MPL, organização responsável pela coordenação da ocupação, deu início ao Plano de Desenvolvimento Comunitário, iniciativa de caráter sustentável que propõe diversas alterações ao território.

 

A construção do Plano de Desenvolvimento Comunitário

 

Um dos pontos principais do Plano é o loteamento e a autoconstrução de cerca de 400 casas pré-fabricadas com materiais recicláveis e resíduos de construção civil. O material é doado por estabelecimentos da cidade, o maquinário utilizado para as obras já está em fase de compra e a etapa do mutirão já iniciou. 

A moradora Ana Paula Teixeira de Miranda, comenta sobre a satisfação em vivenciar o começo dos mutirões para a autoconstrução das casas. “É uma honra e uma felicidade imensa. Estou aqui na Ocupação desde o primeiro dia, há dois anos. Então, é uma alegria ver o projeto saindo do papel”, diz.

As moradias irão respeitar as necessidades de cada família. A diretora e coordenadora do movimento Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), Isabela Bismaia Guimarães, explica que a construção será realizada por quadras. “Começamos o mutirão quadra a quadra. São 29 quadras separadas por setores. Cada setor possui quatro quadras. Vai depender de cada morador para que o projeto seja finalizado dentro do prazo estimado”. O trabalho coletivo compreende também as benfeitorias das ruas e calçadas.

O processo de implementação do Plano começou no ano passado com a fundação da Associação de Moradores para conseguir a concessão de uso da terra e passou pela etapa de aprovação da Prefeitura. A etapa seguinte incluiu sete reuniões com as famílias para explicar como seria a autoconstrução das moradias e para capacitá-las a fazer suas próprias casas e a audiência pública. Ainda nesta última etapa foi realizada a audiência pública Direito à moradia e vida digna, no dia 17 de agosto, às 19H no Grande Auditório da UEPG. O objetivo foi debater amplamente o Plano de Desenvolvimento na Ocupação Ericson John Duarte junto com moradores e comunidade antes de iniciarem o desenvolvimento das obras. 

 

À direita, o maquinário utilizado para a reutilização de material de construção civil. Foto: Amanda Grzebielucka

 

Uma iniciativa sustentável

 

O Plano de Desenvolvimento Comunitário tem como princípio desenvolver a solidariedade social, via para a superação dos obstáculos de desenvolvimento. Ainda há  parcerias com a Cáritas Diocesana, organização de cuidado a imigrantes, projetos de extensão e científicos da universidade e outras Organizações Não-Governamentais da cidade. 

Devido à falta de apoio público e com a ideia de um orçamento baixo, as implementações serão feitas pela própria comunidade, portanto o consenso entre os moradores é condição para que o projeto avance sem maiores dificuldades.

O projeto se baseia em 9 diferentes eixos de atuação, estes abrangendo planejamento de espaço, educação e saúde permanentes, apoio jurídico, direitos trabalhistas, entre outros. Estima-se que as obras sejam concluídas em até 8 anos. Com a realização sucedida de todas as frentes, a Ocupação Ericson John Duarte se tornaria destaque nacional na criação de blocos habitacionais sustentáveis de baixo-custo, e portanto um marco para a luta pelo direito à moradia digna.

De maneira efetiva, a frente de maior destaque do projeto é a reurbanização do ambiente. Já estão em vias de acontecer a construção de concreto sustentável, reutilizando materiais de construção civil descartados e com menor impacto ambiental, para a confecção de casas de baixo custo, com telhado verde, isolamento térmico e acústico, captação da água das chuvas e hortas. Também consta no planejamento a construção de centros de educação, espaços religiosos, área verde, comércios e unidade básica de saúde. 

Isabela afirma que atualmente o maior impeditivo para o desenvolvimento da comunidade é a prefeitura, ou melhor, a falta de apoio da mesma. O serviço topográfico, ofertado pelo serviço público e responsável pela distribuição igualitária de terrenos entre os moradores, demorou cerca de 5 meses para ser iniciado.

“É só o começo, tem a topografia das quadras, tem que refazer a das ruas, para poder construir as casas, pôr poste, pôr esgoto. O que mais atrasa é a prefeitura”, constata a coordenadora.

Além do serviço topográfico, a prefeitura se absteve de participar da construção do barracão, espaço vital para o início das obras e produção dos blocos de concreto. O galpão foi construído por conta própria pelos moradores.

 

Controvérsias na comunidade

 

Apesar da proposta já estruturada, todo o tema acende debates acalorados dentro da comunidade. Uma parcela da população se mostra contrária ao Plano de Desenvolvimento Comunitário, e uma das maiores razões para tal é a necessidade da demolição de todas as casas e barracões já presentes no assentamento. Apesar dos avisos nas reuniões periódicas feitas pelo MPL, alguns moradores construíram suas casas em alvenaria de maneira privada, o que se torna um impedimento para a estruturação da rede de saneamento, iluminação nas ruas e todo o plano técnico.

Caso o número de moradores exceda a quantidade de casas construídas, Isabela afirma que os critérios de desempate (necessidade, participação na comunidade e a inexistência de outro terreno no nome do morador) será analisado caso a caso, também influenciando nisso os moradores que não teriam tantas oportunidades fora da comunidade, como mulheres solteiras com filhos, pessoas que já estiveram no sistema prisional e ex-usuários de drogas.

“Ouve um falar aqui, outro falar ali, e aí tem um comentário que vai se prolongando. O problema é o telefone sem fio que fica girando na comunidade, e propaga a desinformação”, afirma Dayane, moradora há mais de um ano e meio. Em relação às casas de alvenaria já construídas, ela comenta, “não se trata do individual. Não se trata de querer melhorias só para mim. As casas vão ser construídas todas da mesma maneira, para criar o sentimento de igualdade.”

Jussara Dias, moradora e comerciante na ocupação vê o projeto como a possibilidade de ter a casa própria para morar. “O Plano é a chance que a gente, que é pobre, tem de construir uma casa de alvenaria.Tem muitas famílias que saíram e venderam suas casas, mas não era para vender”.

É válido lembrar que o direito à moradia digna foi assegurado pela Constituição Federal de 1988 como uma competência dos governos federais, estaduais e municipais. No século XXI esse direito foi amplificado com a Emenda Constitucional 26/2000. O texto incluiu a moradia no rol dos direitos sociais aos cidadãos e cidadãs.  https://www.gov.br/pt-br/constituicao-30-anos/textos/moradia-constituicao-garante-e-reforca-concretizacao-do-direito.

Acompanhe aqui as produções jornalísticas relacionadas a Ocupação Ericson John Duarte.

Confira abaixo o infográfico produzido por Joyce Clara, Iolanda Lima, Gabriel Aparecido e Victor Schinato.

Os seis anos do Projeto Elos

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O Projeto de Extensão Elos – Jornalismo, Direitos Humanos e Formação Cidadã, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), está de aniversário. Completando, em 2023, seis anos de existência, o projeto se propõe a  oferecer para comunidade pontagrossense conteúdos jornalísticos e de educomunicação com o objetivo de auxiliar na promoção da cidadania e na garantia dos direitos humanos e diversidade de gênero.

As atividades, ao longo dessa trajetória, foram coordenadas pelas professoras Paula Melani Rocha, Graziela Soares Bianchi e Karina Janz Woitowicz, que trabalham para a formação cidadã de futuras e futuros jornalistas.

A participação no projeto é estabelecida pela presença das e dos estudantes nas reuniões semanais, sugerindo pautas e colaborando com a produção de conteúdos que são publicados periodicamente no site oficial e redes sociais.

O projeto de extensão já atuou também com estudantes e professoras do Ensino Médio em Ponta Grossa, em diferentes locais, proporcionando oficinas para produção jornalística, como diagramação de jornal impresso, elaboração de jornais escolas, oficinas de áudio e radiojornalismo, oficinas de fotojornalismo e promovendo debates sobre a violência contra a mulher.

Uma das participantes na produção do jornal escola “Elzirão News” foi a professora de História da Rede Estadual de Educação do Paraná, Maria Antônia Marçal. Ela comenta quais são os benefícios das atividades jornalísticas nas escolas. “Fortalecer as identidades dos alunos e deixar cada vez mais a escola numa perspectiva democrática”, exemplifica. Maria Antônia ainda fala que pretende continuar apoiando o projeto no futuro, pois reconhece a importância social da iniciativa.

A ex-participante do projeto, e atual graduanda em Jornalismo, Leriany Barbosa, entrou no projeto em seu segundo ano de graduação, em 2021. Ela  destaca que um dos assuntos que mais abordou no Elos foi o acesso à moradia digna, devido ao projeto de extensão ter uma parceria visando o fortalecimento do movimento social da ocupação Ericson John Duarte. Neste contexto, foi desenvolvido o documentário que registra a trajetória de luta pelo direito à moradia, publicado em agosto de 2023, no qual Leriany foi a responsável pela edição e publicação do vídeo, e que pode ser acessado no canal do  Youtube do projeto.

A respeito de documentários, Sobre Vivências Travestis é também um trabalho do Elos que trata da trajetória das primeiras travestis na cidade de Ponta Grossa: Debora Lee e Fernanda Riquelme, e também da militância que exercem junto à população LGBTQIA+. O documentário teve grande visibilidade e repercussão, em um contexto social ainda conservador e com dificuldades em respeitar a diversidade de gênero da população, lembrando que o Brasil ocupa a posição de país que mais assassinou pessoas trans no mundo, em 2022, segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA), ou seja, esse é um assunto que ainda precisa ser trabalhado em todas as esferas da sociedade para garantir os direitos básicos dessas minorias.

Uma das participantes na produção do documentário, Catharina Iavorski, que está concluindo o curso de Jornalismo esse ano, reflete sobre a importância de sua participação no projeto. “Participar do Elos foi um aprendizado e abriu caminhos para eu compreender melhor o jornalismo na prática, de maneira mais plural e buscando mais humanização das fontes. Muitas vezes, quando a gente está produzindo uma matéria no dia a dia, é muito fácil cair em uma produção automatizada. Até hoje, muitas coisas que eu busco produzir trazem um pouco do Elos e dessa conscientização de como produzir um jornalismo plural e diverso, afirma”.

Para os próximos anos, o Elos está planejando firmar parcerias com outras entidades das esferas públicas da cidade para dar continuidade aos projetos jornalísticos comunitários. 

 

Maria Thereza Mello e Ester Roloff.

Sopas são distribuídas na Ocupação Ericson John Duarte

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A ocupação Ericson John Duarte está realizando uma ação de distribuição de sopas para moradores da comunidade. Segundo o organizador da ação, Andre Ricardo Guimarães, a sede da ocupação sempre possuiu uma cozinha comunitária, porém não teve continuidade nas atividades em função das demandas estruturais internas. O organizador ainda comenta sobre a dificuldade de cozinhar para tantas famílias sem ter a estrutura adequada. “Não temos o equipamento industrial, o que acaba dificultando cozinhar para 400 famílias”, ressalta.

 A primeira sopa produzida pelos organizadores teve o total de 130 refeições distribuídas, número que posteriormente cresceu para mais de 200. Ana Paula Teixeira de Miranda, que mora na ocupação desde o início, relata a importância da ação. “Muitas famílias sofrem com a falta de alimento dentro de casa, a distribuição de sopa ajuda muito essas pessoas”, afirma. 

A distribuição acontece todas as quartas-feiras, às 19 horas. Para quem tiver interesse em ajudar, a comunidade está aberta para doação de verduras, macarrão e carne. Também recebem doações de qualquer valor, que podem ser feitas via pix, a partir da chave ericksonduarte.fnl@gmail.com.    

 

 

Departamento de Jornalismo da UEPG condena censura prévia à imprensa no PR

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Docentes do Departamento de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa expressam profunda indignação mediante decisão judicial no último sábado (02/12) que impediu circulação de notícias sobre processo investigativo que envolve os deputados estaduais Ademar Traiano (PSD), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná desde 2015, e Plauto Miró (União Brasil), que não conseguiu se reeleger no último pleito.

A medida do Tribunal de Justiça do Paraná concedeu liminar para proibir o portal G1, a emissora RPCTV (TV Globo) e o site Jornal Plural de noticiarem informações sobre ação penal que envolve os respectivos representantes, seguidas vezes eleitos e reeleitos para a casa de leis do Estado.

Este corpo docente entende que a censura prévia a órgãos jornalísticos em nada condiz com os princípios democráticos e de transparência que devem recobrir atos públicos em quaisquer níveis do Poder Legislativo – municipal, estadual ou federal.

Defendemos que a informação de interesse público e respaldada pelos parâmetros profissionais de qualidade do Jornalismo serve como elemento fundamental de exercício pleno da cidadania, o que inclui o acompanhamento sistemático do que fazem ou deixam de fazer nossos representantes nas esferas de Poder.

Em conjunto com entidades de classe e do setor, este Departamento soma-se ao pedido da derrubada imediata da referida liminar solicitada pelo presidente da Alep.

Crime e religião na pauta do debate público

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Bruno Paes Manso discute realidade de violência no Brasil atual

 

A violência urbana ganhou destaque no relato de Bruno Paes Manso, ganhador do Prêmio Jabuti de Reportagem e Biografia, jornalista convidado da Semana de Estudos em Comunicação no dia 22 de novembro. A palestra “Dinheiro, fé e fuzil: o Brasil do crime e da religião sob investigação” abordou as experiências que teve no jornalismo criminal, e as investigações do jornalista sobre o que gera a violência no país. ‘’O intuito é criar confiança de que não haverá uma denúncia e tentar entender a motivação da pessoa por trás do crime, pois o pior mal para o jornalista é a indiferença’’, explica o criminólogo que entrou na área pela quantidade de chacinas em São Paulo que cobria pela revista Veja.

O sensacionalismo tem crescido com a propagação de fake news na internet, mas não é de hoje que a população se interessa por tragédias na mídia. ‘’O entretenimento mórbido das polícias atrai a audiência e o jornalista deve mostrar a complexidade deste cenário sem transformá-lo em um circo midiático com juízo de valor’’, explica Bruno, também doutor em Ciência Política com experiência na área da Sociologia Urbana e Criminologia.

“Tanto o PCC como as igrejas pentecostais são instituições criadas pelos pobres, para os pobres, que produziam novos discursos capazes de reprogramar as mentes”, afirma Bruno em seu livro. Ainda na narrativa, o autor conta o processo de conversão de presidiários dentro do sistema carcerário e como a instituição religiosa se relaciona intimamente com organizações criminosas. O jornalista também explora a ascensão ao poder de Jair Messias Bolsonaro e a religião embrenhada na história. “O fato de ele estar vivo, afinal, só podia ser milagre de Deus […] Nada disso importava; o sagrado havia entrado em cena.”

Ainda na palestra, Bruno ressalta que acredita só ter sido capaz de realizar tais investigações por ser homem, visto que mulheres no jornalismo estão sujeitas a mais violências, especialmente no ramo do jornalismo criminal.

A aluna do primeiro ano do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Juliana Emelly Ferreira, conta que já acompanhava o trabalho do palestrante e que o painel apresentado reforçou a vontade de trabalhar nesta área do Jornalismo no futuro. ‘’Minha motivação vem da forma com que a profissão atua nas injustiças da sociedade, e é um incentivo ouvir os relatos de um profissional que ouve a pessoa e a trata como ser humano, sem ser um juiz de caráter”, diz. 

A mediação foi realizada pelo professor do Departamento de Jornalismo da UEPG, Ben Hur Demeneck. O evento foi parte da programação da 32ª Semana de Estudos em Comunicação e da 17ª Semana de Integração e Resistência, ambos eventos tradicionais do Curso promovidos com apoio do Centro Acadêmico João do Rio, criados para conectar a comunidade acadêmica em debates.

A estudante e vice-coordenadora do Cajor, Emelli Schneider, fala da relevância dos assuntos tratados pelo palestrante para a formação de estudantes. “O Jornalismo especializado está em falta na grade curricular, e é importante ter uma pessoa de renome como o Bruno para servir de referência aos alunos que às vezes nunca pensaram em atuar nesta área”, observa.

 

Por Vinicius Orza e Victor Schinato

Foto: Victoria Fonseca