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Travestis lutam pelo direito à vida em Ponta Grossa

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O preconceito e as dificuldades enfrentadas pelas travestis em Ponta Grossa são o tema do documentário “Sobre Vivências Travestis” produzido pelo projeto de extensão do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Jornalismo, Direitos Humanos e formação cidadã (Elos) em parceria com o grupo Renascer de apoio à população LGBTQIA+ e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.

A ideia do projeto partiu de Debora Lee, travesti, militante e apoiadora da comunidade travesti e transexual e fundadora da ONG Renascer, e de Joseli Maria Silva, coordenadora do Grupo de Estudos Territoriais (GETE) do curso de Geografia da UEPG, pesquisadora de gênero e parceira do grupo Renascer.

O “Sobre Vivências Travestis” mostra os relatos de Debora Lee e Fernanda Riquelme, as duas travestis mais velhas de Ponta Grossa, e as dificuldades que elas enfrentaram em suas vidas. Nas palavras de Debora “A gente carrega o estigma do preconceito, da perseguição, da transfobia, das agressões e dos assassinatos. O Brasil é o país que mais mata. Durante a pandemia, entre 2020 e 2021, foram 790 travestis assassinadas.” Para ela, isso acontece porque sua população está em constante vulnerabilidade social e situação de risco pela falta de oportunidades.

Em sua fala momentos antes da primeira exibição pública do documentário, Debora contou que é uma das poucas travestis que conseguiu sair da marginalização constante que a comunidade sofre e conquistou melhores condições de vida a partir da sua luta pelo seu direito de estudar. Ela foi a primeira assistente social do Paraná, formada em Serviço Social pela UEPG e hoje se sente uma travesti privilegiada por ter superado os obstáculos da sua vida e se recuperado pela sua força de vontade. Atualmente, ela atua na prevenção e diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) das travestis.. 

O documentário mostra as múltiplas formas de violência e abandono que a comunidade sofre a partir dos relatos de sobrevivência de Fernanda e Debora, duas das poucas travestis de suas épocas que conseguiram superar a expectativa de vida dessas pessoas, que é de 35 anos de idade. Isso foi possível devido ao ativismo, luta política e luta de ambas pela sua formação e profissionalização.

Confira o documentário completo: https://www.youtube.com/watch?v=YA7TRjbdAKc

Galeria de fotos: Alex Dolgan

Histórias de vida em “Sobre Vivências Travestis”

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Episódio #234 do Podcast Democracia & Direitos Humanos

Documentário ‘Sobre Vivências Travestis’ retrata história de vidas, luta e resistências das travestis em Ponta Grossa, Debora Lee e Fernanda Riquelme, do Grupo Renascer, que atua com a população LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade.

O lançamento ocorreu na manhã de quarta-feira, 23/11, no Grande Auditório, no Campus Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

O documentário foi produzido pelo Projeto de Extensão Elos, do Curso de Jornalismo da UEPG, coordenado pelas professoras Karina Janz Woitowicz e Paula Melani Rocha, com o envolvimento de estudantes. O documentário conta com o relato também da professora do Departamento de Geografia da UEPG, Joseli Maria Silva, que desenvolve estudos sobre Gêneros, na parceria com o grupo Renascer.

A cobertura do lançamento pelo Democracia & Direitos Humanos foi ao ar na quinta-feira, 24/11, e sexta, 25/11, às 9h30, na Rádio Comunitária Princesa (87,9 FM e internet) e você confere aqui e nas redes sociais do Curso de Jornalismo da UEPG.

Democracia & Direitos Humanos – programa de extensão em Jornalismo na parceria com a Rádio Comunitária Princesa (87,9 FM e internet).

Locução e edição: Tayná Landarin

Vinheta/abertura: Tayná Landarin

Professora Responsável: Hebe Gonçalves

Projeto Elos lança documentário “Sobre Vivências Travestis”

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Na próxima quarta-feira (23), o projeto de extensão Elos – Jornalismo, Direitos Humanos e Formação Cidadã, em parceria com o Grupo Renascer, lançam o documentário “Sobre Vivências Travestis”. O evento é aberto ao público e acontece no Grande Auditório, localizado no Bloco A da UEPG Campus Central, com início às 08h30.

“Sobre Vivências Travestis” conta a história e as lutas das mais antigas travestis de Ponta Grossa, que sobreviveram à violência, à epidemia de HIV e ao preconceito. Debora Lee, protagonista do documentário e presidenta do grupo Renascer, conta como foi trabalhar nas ruas da cidade como profissional do sexo, até o momento que fundou o Grupo Renascer. A ONG criada nos anos 2000 tinha, no início, o intuito de defender e garantir os direitos da população LGBTQIA+, particularmente a que vive em vulnerabilidade e depende do corpo para sobreviver. Atualmente, o Grupo Renascer também atende idosos em vulnerabilidade e desenvolve diversas ações de apoio e formação junto à população LGBTQIA+ da cidade. 

O evento conta com a participação de Debora Lee e da professora Joseli Maria Silva, coordenadora do Grupo de Estudos Territoriais (GETE) do curso de Geografia da UEPG e parceira do grupo Renascer. Após a exibição do documentário, será realizado um debate com a participação do público.

 

Por Alex Dolgan

Ensaio: visita de estudantes à UEPG

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No último dia 31, alunos do Ensino Fundamental e Médio da Escola Nossa Senhora das Graças, de Ponta Grossa, fizeram uma visita aos cursos de graduação do Campus de Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Fotos: Profa/Pedagoga Karin da Escola Nossa Senhora das Graças e Pedagoga Joselaine da PRAE

COLUNA: Negritude e Resistência

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A existência tem se colocado em nosso país como algo desafiador. Ser quem somos tem sido perigoso. Arrisco dizer que temos vivenciado em nosso cotidiano circunstâncias que, sempre existiram, e tem se tornado cada vez mais frequentes. Ser preto e preta no Brasil é arriscado demais. Sabemos que seja você quem for: de empregada doméstica a cantor (Seu Jorge nos dá o tom) enfrentamos  no nosso cotidiano intensas batalhas para existirmos. Por outro lado, se você não se identifica como preto ou negro no Brasil , o racismo mal bate a sua porta. Este fantasma simplesmente não existe. 

Os noticiários evidenciaram nesta semana ( 17/10 á 23/10) crimes tipificados como racismo envolvendo brasileiros. O jogador da seleção brasileira de futebol Vinicius Junior  narrou ao Fantástico o aumento do crime de racismo no futebol (2). O atleta experienciou o racismo na Espanha. O influenciador digital Eddy Jr (3) também relatou que sofreu acusações de cunho racista alcançando o patamar de ameaça de morte. A agressora, Elizabeth Morrone e seu filho. Seu Jorge (4) realizou um show em Porto Alegre no dia 14/10/22, no clube Grêmio Náuticos União, onde ele foi hostilizado pelo público ao se colocar contrário à lei de maioridade penal. No show ele apresenta um jovem que integra a banda e salienta que uma segunda chance é possível. Poderíamos listar inúmeros outros casos que vieram a público nos últimos meses em que o racismo foi documentado através de gravações e registros de boletins de ocorrência. Poderíamos nos perguntar: o que isto evidencia? 

Este elemento nos mostra que o racismo ainda se materializa em nosso cotidiano de formas diversas engendrando maneiras de impedir o acesso e a permanência de negros e negras em determinados espaços. Se pensarmos que 56% da população brasileira é negra e, por outro lado, no caso de mortes pela polícia 84% são negros, dados da Folha de São Paulo de julho de 2022 (5). Estes dados nos oferecem elementos para pensar a violência racial que se encontra institucionalizada nas diferentes esferas de nossa sociedade. 

A constituição de 1988 consolidou a luta por cidadania à população negra no Brasil. No entanto, colocar em marcha a letra da lei tem se tornado cada vez mais difícil em nosso cotidiano. Assim, no dia 20 de novembro, dia da Consciência negra, devemos mais do que nunca problematizar e reivindicar espaços de atuação da população preta em nosso país. No Paraná, a eleição da candidata Carol Dartora à deputada federal, mulher negra e de Renato Freitas, homem negro  que ocupará a cadeira de deputado estadual nos apresenta um cenário de possibilidades de ressignificações num território criado e instituído pela branquitude e, que paulatinamente, vem sendo tensionado por um grupo social que sempre fora alijado dos seus direitos como cidadãos.  

Neste sentido, o sentimento de pertença para a população negra está atrelada à  ocupação de espaços. Por outro lado, os discursos de negação de tudo que sugere o “politicamente correto” utiliza  a  violência como  arma daqueles que cultuam  o mofo da sociedade patriarcal. Assim, o passado colonial parece sustentar as narrativas e atitudes de  determinados grupos  em nossa sociedade, os “herdeiros da casa-grande”. O fato é que resistimos durante mais de trezentos anos  aos nossos algozes. Muitos negros negaram sua negritude para continuar existindo como algozes daqueles que lutavam pela liberdade.

Nossa luta continua pautada na sabedoria de nossos ancestrais, no rabo de arraia,  na escolha das palavras corretas, no silêncio e no exercício da fala. No grito por justiça e no compasso da esperança. Sabemos que  a ocupação de espaços provoca mudanças e traz a exigência de novos olhares sobre as violências cotidianas praticadas no Brasil e, mais do que isso, reivindica por meios institucionais, que a lei se materialize e se movimente no sentido de garantir direitos à população negra. É chocante nos defrontarmos com tantas notícias acerca de um crime como o racismo. Por outro lado, falar dele é colocar em ação uma lei que sempre silenciou as vítimas e nunca puniu o agressor. 

Axé! seguimos na luta hoje, amanhã e sempre!

(1) Professora de História da Rede Estadual de Educação do Paraná. Doutoranda em História pela UEM na linha História, Cultura e Narrativas.  Sou uma mulher preta, mãe de Vicente, Joaquim e Estela, por eles eu sonho com um mundo multicolorido como deve ser.

(2) https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/10/20/acredito-que-todas-as-pessoas-que-sao-racistas-tem-que-pagar-de-alguma-forma-diz-vini-jr-ao-fantastico.ghtml

(3) https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/10/20/acredito-que-todas-as-pessoas-que-sao-racistas-tem-que-pagar-de-alguma-forma-diz-vini-jr-ao-fantastico.ghtml

(4) https://www.brasildefato.com.br/2022/10/18/seu-jorge-sobre-episodio-em-porto-alegre-muito-odio-gratuito-e-muita-grosseria-racista

(5) https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/07/negros-sao-a-maioria-das-vitimas-de-crimes-violentos-no-brasil-mostra-levantamento.shtml

Transtorno Bipolar: intensidade, compreensão e alteridade

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Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), há uma estimativa de que entre 30% e 50% dos brasileiros portadores do transtorno tentam suicídio, e, de acordo com associação, 20% dos que tentam alcançam o objetivo. Assim, declara e alerta a presidente da ABTB que de todas as doenças e de todos os transtornos, o bipolar é o que mais causa suicídios. Em âmbito mundial, o transtorno afeta cerca de 140 milhões de pessoas.

A bipolaridade é um transtorno psiquiátrico complexo que se trata da alternância, entre períodos de depressão, de euforia (mania e/ou hipomania) e também de períodos assintomáticos. As crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e duração. Ou seja, é um distúrbio de humor que afeta o comportamento e atitudes dos pacientes.

Especialistas alegam que existe um risco real de suicídio principalmente nos estados mistos, em que os sintomas de depressão com o de exaltação do humor se misturam. Psicóloga e portadora do transtorno bipolar, Lorna Alves, afirma que por experiência pessoal e como paciente diagnosticada, quando se trata da bipolaridade, a primeira definição que aparece em sua mente é a palavra intensidade. “Tudo é muito vivido, forte e intenso. A forma que vivemos a vida é diferente das outras pessoas. E muitas vezes não é uma escolha nossa.”, diz ela. 

A psicóloga compartilha suas decepções e aconselha a partir da sua própria vivência sobre quais relações tratar como prioridade quando se é alguém que lida com este transtorno. “Quando sou intensa, percebo apenas quando já aconteceu. E as pessoas têm dificuldade de entender isso. Apesar de me deixar chateada, temos que lidar com isso, nos aproximar das pessoas que nos compreendem e considerar que aquelas que não são capazes de fazer isso talvez não valha a pena insistir.” 

Lorna Alves, se posiciona também como psicóloga e explica que é indicado como algo essencial para aqueles que convivem com alguém que tem transtorno bipolar que seja trabalhada a paciência e empatia, assim como em todos os transtornos. Porém, principalmente sobre o transtorno bipolar, as pessoas precisam saber perdoar. Muitas vezes a pessoa portadora irá agredir alguém próximo ou não, de maneira psicológica e em alguns casos de maneira física, sem ser de propósito ou sem ter consciência disso.

Segundo ela, um dos piores efeitos do transtorno bipolar é a agressividade, é a questão que mais faz o/a bipolar se afastar de sua humanidade e que faz com que as pessoas percam a empatia por ele/a. Então, a psicóloga conclui que tentar entender esse mecanismo presente no distúrbio é o maior ato de amor que uma pessoa pode fazer pelo ente querido. E para os que lidam diariamente com a bipolaridade, um dos maiores atos de amor é validar e dar atenção aos períodos assintomáticos que trazem impactos positivos mas que muitas vezes são ignorados.

Divulgado em suas redes sociais para auxiliar pessoas com este distúrbio de humor, o psiquiatra Renato Silva, especialista em tratar pessoas com transtorno bipolar, desenvolveu o aplicativo para celulares chamado “Estabiliza” que tem como objetivo monitorar  o humor do paciente, que é essencial para o tratamento, pois, segundo ele, compreender e analisar o humor fará com que a pessoa bipolar estabilize e tenha uma vida mais tranquila. 

Sendo o primeiro aplicativo do Brasil a trabalhar isso, o app também traz um diferencial disponibilizando artigos e vídeos que explicam e trazem curiosidades sobre a bipolaridade e também como lidar com os sintomas, dificuldades e seus impactos. Para realizar a monitoria, o usuário do aplicativo deve fazer registros diários em escala sobre o estado das suas emoções, apetite, concentração, desejos, etc. 

A partir disso, o aplicativo monta um gráfico que colabora para que o paciente observe e rastreie a manifestação dos sintomas de mania e/ou depressão.

Informações sobre o aplicativo e sobre o transtorno, siga as contas do instagram dos especialistas entrevistados acima: 

https://instagram.com/drrenatosilva?igshid=NmNmNjAwNzg=

https://instagram.com/efeitobipolar?igshid=NmNmNjAwNzg=

NOTA DE REPÚDIO A JAIR BOLSONARO POR APOLOGIA À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA ADOLESCENTES VENEZUELANAS

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Na última sexta-feira (14), em entrevista ao canal do Youtube Paparazzo Rubro-Negro, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, expôs uma fala criminosa a respeito de meninas venezuelanas menores de idade. Na ocasião, ele relata que, em 2020 encontrou meninas de 14 e 15 anos em visita a uma comunidade na cidade de São Sebastião (DF), que estariam “se arrumando para ganhar a vida”. A acusação já foi devidamente refutada por venezuelanas presentes no local na ocasião. Além disso, ao dizer que as meninas eram bonitas e arrumadinhas, o presidente declara que “pintou um clima” e que foi ao local onde as meninas viviam.

As palavras de Jair Bolsonaro causam revolta e indignação a todas e todos que defendem os direitos das crianças e adolescentes no país. Primeiro, porque se considera que a expressão “pintar um clima” entre uma pessoa adulta e um/uma adolescente é uma forma de naturalizar a violência sexual a que a população infantojuvenil está submetida. Segundo, porque a exploração sexual de criança e adolescente é considerada crime estabelecido pelo Código Penal Brasileiro e deveria, se houvesse evidências concretas, ser denunciada e coibida, e não legitimada em uma fala proferida pela autoridade máxima do país.

Diante das declarações do Presidente, de caráter machista e xenofóbico, manifestamos nosso repúdio a toda e qualquer apologia à exploração sexual de crianças e adolescentes, nos termos do que preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei da Dignidade Sexual (Lei no.12.015/2009) e a Lei no.13.431/2017, que cria um Sistema de Garantias de Direitos para crianças vítimas ou testemunhas de violências.

Além disso, esse tipo de postura contribui com a reprodução de estigmas relacionados às e aos imigrantes. Entendemos que o papel das autoridades deveria ser a proteção dos direitos humanos e o combate da violência e da exploração em todas as suas expressões, o que inclui o reconhecimento dos direitos das meninas a uma vida digna e livre de preconceitos.

Os cursos de Serviço Social e de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), por meio de seus grupos de pesquisa, programas e projetos de extensão, se somam às entidades de defesa dos direitos humanos e dos direitos das crianças e adolescentes para cobrar a responsabilização do Presidente pela declaração criminosa que repercutiu em todo país.

 

Ponta Grossa, 17 de outubro de 2022.

 

Assinam:

Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assessoria sobre Infância e Adolescência – NEPIA

Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente – NEDDIJ

Núcleo Maria da Penha – NUMAPE

Projeto Democracia & Direitos Humanos

Grupo de Pesquisa Jornalismo e Gênero

Projeto Jornalismo, Direitos Humanos e Formação Cidadã – ELOS

Programa de extensão Agência de Jornalismo UEPG

Projeto de Combate à Desinformação nos Campos Gerais

Estudantes da escola rural de Castro visitam os campus da UEPG

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Na última segunda-feira, 10, cerca de 80 alunos e alunas do 9º ano da Escola Professora Fabiana Pimentel saíram da zona rural de Castro para conhecer um pouco os cursos de graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a biblioteca, PROEX e os museus Campos Gerais e Ciências Naturais. A visita, que está em sua primeira edição, faz parte do  projeto de extensão “UEPG recebe você”, do curso de Serviço Social com apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (PROEX) e da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE).

A coordenadora do projeto Silmara Carneiro Silva, também professora do curso de Serviço Social explica os objetivos que o projeto busca conquistar. “É de oportunizar o acesso desses estudantes na universidade e entenderem a dinâmica da instituição. Assim promover uma reflexão acerca do ensino superior como possibilidade de vida”. Silmara destaca a importância em atender estudantes da zona rural, pois muitos deles precisam desenvolver autonomia quando forem estudar e a visita facilita a conversa com os familiares. 

Logo quando os estudantes chegaram no Campus de Uvaranas da UEPG, às 10h, receberam um lanche e foram encaminhados para o Auditório de Engenharias. Nesse primeiro momento foram apresentados vídeos institucionais sobre como é a Universidade e um resumo das atividades feitas pelos cursos de graduação. Além dos alunos e alunas que têm idade entre de 12 a 15 anos, também participaram da visita 6 mães e 4 professoras da escola.

Após a reunião no Auditório, os estudantes foram divididos em dois grupos para realizarem o tour.  O aluno Pedro Vitor Santos Castro, 14 anos, estava presente no passeio e comentou estar muito empolgado em conhecer a UEPG. “É a primeira vez que entro aqui, estou gostando muito de andar pela Universidade e desejo voltar para cá como aluno”. Pedro diz que tem interesse em cursar Zootecnia por já estar ambientado com a área das Ciências Naturais.  

Segundo a coordenadora Silmara Silva, em um primeiro momento foram escolhidos cursos com uma estrutura agregada. Além do mais, os próprios cursos que realizaram o passeio ofereceram uma visita guiada com explicação da dinâmica universitária ou, como no caso das Engenharias, já tinha um projeto de divulgação de seus cursos. 

Os dois grupos trocaram o lugar de visita para conhecer os dois segmentos da Universidade e finalizaram o tour pelo período da manhã no Museu de Ciências Naturais da UEPG. Para o almoço, os estudantes foram levados até o Restaurante Universitário (RU) do Campus Central e continuaram o passeio pelo período da tarde no Museu dos Campos Gerais. A próxima edição do projeto não tem data prevista, visto que está sendo feito uma análise de aproveitamento da primeira edição para estruturar uma próxima.  

Dia das crianças solidário leva alegria à Ocupação Ericson Duarte

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No dia 12 de outubro, comemorado o Dia das Crianças, uma ação solidária agitou a Ocupação Ericson Duarte em Ponta Grossa. Com distribuição de doces, camas elásticas e piscina de bolinhas, pintura facial e música, as crianças puderam festejar e brincar ao longo de todo o dia. Foram distribuídos cachorros-quentes no almoço e pedaços de bolo durante a tarde.
Numa operação conjunta entre projetos de Jornalismo, com apoio de outros cursos da UEPG, o terreiro de umbanda Esperança Sagrada e ONG’s da cidade, doações foram coletadas durante o mês de outubro. Com a estimativa de 600 crianças e 700 famílias, as doações foram distribuídas pela organização da Ocupação.

UEPG altera as normas de Políticas de Cotas do vestibular e PSS

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A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) sancionou em agosto uma série de alterações na política de cotas da instituição. A mudança mais significativa é adoção de um sistema de cotas para o Processo Seletivo Seriado (PSS) – forma alternativa de acesso à graduação, realizada em três etapas por estudantes matriculados no ensino médio. A Resolução ampliou também o número de vagas destinadas a pessoas negras no vestibular. A medida já valerá para o próximo PSS e vestibular, previstos para acontecer, respectivamente, em novembro e dezembro deste ano.

A partir da nova Resolução, pessoas com deficiência terão direito a 5% das vagas no PSS, regra já aplicada no vestibular realizado em março. Também 50% das vagas serão reservadas à candidatos oriundos de Instituições Públicas de Ensino, sendo 10% exclusivamente para autodeclarados negros. E a partir do proximo vestibular, a UEPG garantirá 5% das vagas para negros independente do percursor de formação escolar, incluindo estudantes de colégios privados. 

Segundo a presidente da Comissão Permanente de Acompanhamento e Avaliação de Política de Cotas da UEPG, Cristiane Gonçalves de Souza,  a inserção de cotas racial para alunos e alunas das escolas particular foi uma mudança significativa de inclusão, “A cota racial quando tem dois condicionamentos acaba sendo uma subcota de outra cota. Quando conseguimos reservar um percentual de vagas para estudantes negros independente do percuso escolar damos um salto qualitativo na inclusão”. Ainda, conforme Cristiane, essa alteração faz com que a universidade seja de fato diversa no que se diz respeitos às questões etinco-raciais. 

A presidente da comissão explica que a questão principal das alterações é de buscar ampliação do ingresso ao ensino superior público para as pessoas que historicamente foram excluídas deste contexto, “Então é um avanço promover essa visibilidade dos debates sobre políticas de cotas que se faz justamente para tentar reparar um passado excludente”, complementa Cristiane. 

Thais de Lima Silva, caloura de Medicina na UEPG ingressou pela política de cotas raciais de escola pública, fala sobre a discrepância entre os resultados obtidos entre estudantes de escolas privadas e públicas, “Eles têm uma melhor infraestrutura e um melhor ensino. Desta forma não é justo concorrer no mesmo nível das escolas públicas”.

Thais também aponta a importância da existência de um sistema de cotas, especificamente cotas raciais, “Além de existir essa discrepância eu ainda precisei ouvir falas com desdém que dava a entender que eu estava tomando a vaga de alguém. Não tenho vergonha de ser cotista, é um direito e temos que ocupar nosso lugar que foi nos tomado”, afirma a estudante. 

As medidas recém adotadas estão de acordo com o último relatório da Comissão Permanente de Acompanhamento e Avaliação de Política de Cotas da UEPG, responsável por fazer o monitoramento do sistema de cotas. O órgão é formado por membros do corpo discente, servidores, docentes de todos os setores de conhecimento da universidade, além de representantes de movimentos sociais e coletivos em defesa dos direitos humanos. 

A política de cotas

A primeira experiência com a política cotas no ensino superior brasileiro ocorreu em 2003 pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). No ano seguinte, o sistema passou a ser adotado também no processo seletivo de algumas federais, com a Universidade de Brasília (UnB) sendo a pioneira. Em agosto de 2012, a então presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou a Lei de Cotas, que estabeleceu que 50% das vagas oferecidas nas universidades federais deveriam ser reservadas a estudantes oriundos de escolas públicas, distribuídas por questão de renda e para autodeclarados pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência.

A UEPG iniciou o processo de implantação de cotas em 2005, com a criação de um grupo de trabalho para discutir o tema. O sistema foi adotado em 2007 e passou por uma reavaliação em 2013. A Comissão de Acompanhamento e Avaliação da Política de Cotas foi retomada em 2020 com o objetivo de avaliar a política de cotas da instituição desde 2014. No relatório, a comissão defendeu a necessidade de  implantar cotas nas bolsas de pesquisa e promover ações afirmativas para garantir que os estudantes cotistas tenham condições de permanecer na universidade. 

A pesquisa Desigualdades Sociais por Cor ou Raça Brasil, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) após 15 anos do início da política de cotas no Brasil demonstrou que o sistema foi bem-sucedido. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de negros nas universidades do país cresceu 400% entre 2010 e 2019. Atualmente, 50% dos estudantes do ensino superior se autodeclaram pretos ou pardos, enquanto representam 56% da população brasileira em geral. A disparidade é ainda maior no mercado de trabalho, visto que, de acordo com o IBGE, apenas um terço dos cargos de diretoria no Brasil são ocupados por pessoas negras.