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Maioria de votos brancos e nulos não cancelam eleições

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Os alunos do 2º ano de Jornalismo da UEPG, Gustavo Camargo e Teodoro Anjos, assistiram à palestra “Jornalismo e eleições 2018”, na Faculdade Secal. O evento contou o palestrante Roberto Ribas Tavarnaro, ex-juiz substituto do TRE/PR e professor do curso de Direito da Faculdade Secal. O evento teve apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR).

Palestrante Roberto Ribas Tavarnaro, ex-juiz substituto do TRE/PR e professor do curso de Direito da Faculdade Secal.

No momento, os acadêmicos da UEPG Gustavo e Teodoro aproveitaram para questionar o palestrante sobre o funcionamento dos votos brancos e nulos, nas eleições. “Não existe nenhuma consequência ao número de votos branco e nulos. Tanto votos brancos quanto nulos, ambos não são considerados válidos, ou seja, não são computados. Então se houver 90% de votos brancos ou nulos, serão apurados somente os 10% válidos, e assim será dado o resultado das eleições”, esclareceu o professor, Roberto Ribas Tavarnaro.

Gustavo Camargo fazendo sua pergunta ao palestrante.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou campanha a fim de incentivar o voto nas eleições, o objetivo foi de sensibilizar os eleitores para participação do cidadão. De acordo com números divulgados pela Agência Brasil: “No primeiro turno da eleição presidencial de 2014, 115,1 milhões de eleitores foram às urnas, sendo que 4,4 milhões votaram em branco, 6.7 milhões anularam e 27,7 milhões não compareceram. No segundo turno, o número de eleitores que não foram votar aumentou, chegando a 30,1 milhões”.

Texto: Ligia Tesser

O direito humano de fugir

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Não é uma questão de opção, mas de sobrevivência

Classificações são criações de natureza burocrática. São frias, metódicas e, por vezes, divisórias. Em certos momentos da história humana, elas separaram grupos, ajudaram a desenvolver preconceitos e até resultaram em guerras. Como método jurídico, dentro dos padrões estabelecidos pelas leis internacionais de direitos humanos, as classificações têm o mesmo poder de derrubar barreiras – ou de construí-las. Exemplos recentes disso são a crise de refugiados no mediterrâneo e a expulsão de imigrantes ilegais dos Estados Unidos. Taistermos, refugiado e imigrante, têm implicações políticas significativas sobre como esses indivíduos são recebidos em um país, as proteções e direitos que recebem e até mesmo como a sociedade receptora pode reagir à sua chegada. O problema é que, muitas vezes, a distinção entre eles é incompreendida.

Fundamentada no Artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que reconhece o direito das pessoas de buscar asilo em outros países, a Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951)é a peça central da proteção internacional de refugiados. A Convenção entrou em vigor em 22 de abril de 1954 e foi sujeita a apenas uma emenda na forma de Protocolo (1967), que removeu os limites geográficos e temporais da Convenção de 1951. A Convenção de 1951, como um instrumento pós-Segunda Guerra Mundial, foi originalmente limitada para pessoas que fugiam de eventos ocorridos antes de 1 de janeiro de 1951 e dentro da Europa. O Protocolo de 1967 removeu essas limitações e, assim, deu cobertura universal à Convenção. Assim, apartir dessa Convenção, os refugiados são classificados como vítimas de circunstâncias que não controlam, como guerras e conflitos. Já os imigrantes são definidos como indivíduos que escolhem se mudar, usualmente em busca de oportunidades sociais ou/e econômicas.

Apesar de os refugiados estarem no centro da ajuda humanitária global, eles são frequentemente recebidos com resistência governamental. Países europeus e os Estados Unidos concordam com o princípio de não-repulsão – uma promessa de não devolver uma pessoa a um país onde sua vida ou liberdade seria ameaçada. Talnorma humanitária é projetada para fornecer refúgios seguros, porém, devido aos ‘fluxos mistos’ de refugiados e imigrantes, essa questão se torna complicada. Assim, enquanto tentam cumprir as obrigações humanitárias, muitos desses países também buscam controlar suas fronteiras e, consequentemente, barram a entrada de pessoas de acordo com classificações que, apesar de fundamentadas a partir de leis internacionais, caem constantemente em áreas cinzentas.

A motivação de uma pessoa para se movimentar não deveria simplesmente entrar nas categorias ‘forçadas’ ou ‘voluntárias’. Uma pessoa pode, simultaneamente, fugir deperseguição e ainda buscar oportunidades econômicas ou sociais. Países em desenvolvimento, por exemplo,hospedam cerca de 86% da população global de refugiados, mas estão mal equipados para fornecer todos os serviços necessários para a sobrevivência dessas pessoas. Com isso, há um fluxo cada vez menor de ajuda internacional, o que força muitas dessas pessoas a se mudarem novamente em busca de lugares seguros e uma vida melhor. Essa constante mudança pode alterar osstatus de refugiados desses indivíduos, mesmo que elesainda possam estar com a sua segurança em risco. Assim, o que países desenvolvidos precisam reconhecer é que indivíduos que migram têm diversos motivos para se realocarem. Aqueles que atravessam fronteiras estão respondendo às pressões econômicas, sociais e políticas sobre as quais têm pouco controle, não apenas por que sua liberdade ou segurança estão em risco.

O direito de fugir, ir embora de uma situação pouco desejável ou, simplesmente, de se movimentar está cada vez mais se tornando uma questão crítica dos direitos humanos. Por isso, apesar de complexas, as classificações são importantes e centrais para o desenvolvimento de políticas de migração. Sem elas, podemos voltar a um estado em que a decisão de uma pessoa de ir e vir será pautada de acordo com cor, etnia, religião, sexualidade, gênero ou qualquer outro traço cultural que fuja do padrão.

Marina Demartini

As mulheres também fazem parte da estrutura social, mas não são oficializadas quanto deveriam pelo jornalismo

Nesta semana, início do dia 24 de setembro até 30 de setembro, o portal ARede publicou cinco matérias em que mulheres foram agredidas por seus companheiros e ex-maridos. Cinco pode parecer um número pequeno, mas não é! Tendo em vista que a cada dois segundos uma mulher sofre violência verbal ou física de acordo com o site Relógios da Violência http://www.relogiosdaviolencia.com.br/#. O site foi lançado pelo Instituto Maria da Penha que calcula diariamente o número de mulheres agredidas no Brasil.

Sobre esse percentual, no jornalismo local a mulher ainda é pouco retratada no espaço das publicações, e é ocultada como não sendo uma fonte relevante para os textos jornalísticos. Das 115 matérias publicadas no site ARede essa semana, mulheres apareceram 26 vezes como opção de fonte, sendo 18 como fonte oficial e 8 como fonte apenas para contextualizar a matéria. Elas não compõem nem metade do percentual de fontes que aparecem nas matérias diariamente. Levando em conta as matérias que envolvem a polícia e o corpo de bombeiros apenas uma fonte mulher bombeira apareceu, das 33 matérias envolvendo essas duas instâncias.

Esse descompasso ainda é alarmante quando vemos a nota/evento publicada no dia 25 sobre o Congresso de Direito Público com o subtítulo “30 anos de Constituição para quem?” que debate sobre a Reforma Política, Empresas Estatais e Desenvolvimento Econômico e também o Constitucionalismo Feminista, mas destaca apenas um professor que vai palestrar no local, levando em conta que outros palestrantes estarão presentes, entre eles mulheres. Em outra nota, do mesmo dia (25), esta sobre o encontro com representantes da saúde do Pronto Socorro de Ponta Grossa que se reuniram na Justiça Federal da cidade para compreender melhor a obtenção de recursos provenientes de processos ou multas judiciais para destinação na área de saúde. Traz a fala de apenas um juiz que estava presente, a única escolha dos jornalistas perante 10 mulheres que estavam presentes no encontro e que poderiam ser fontes relevantes também.

O caso mais ostensivo para a escolha das fontes, mas que também levanta questões a respeito das escolhas das pautas perante os jornalistas é sobre a matéria publicada também no dia 25  que diz: “Nas últimas 24h PM cumpre quatro mandados de prisão em Ponta Grossa”. É uma matéria em formato notícia que dá relevância para essas quatro prisões. Sem querer questionar a efetividade da Polícia Militar, a Patrulha Maria da Penha já prendeu este ano 27 homens por agressão e descumprimento de leis protetivas para as mulheres e nenhuma matéria foi publicada.

Pensando nas cinco agressões que ocorreram essa semana e no pouco uso de mulheres como fontes, ou como fontes oficiais (de órgãos de governo) o jornalismo ainda precisa refletir sobre como retrata as mulheres em suas matérias. Elas não estão presentes na sociedade apenas como vítimas oprimidas, embora, infelizmente o número de agressões vem subindo, me pergunto: Por que não retratamos o número de homens presos por agressão contra mulheres? Por que ocultamos eles de seus atos? Quando é para falar de seus atos contra a sociedade, suas degradantes atitudes contra as mulheres não contabilizamos eles, mas os pôr em maior relevância como as principais fontes, ou primeiras escolhas nas matérias o espaço é garantido e melhor disponibilizado pelo jornalismo.

Por Rafael Santos

Confira propostas de Saúde dos candidatos à Presidência

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O site Elos verificou as propostas dos presidenciáveis de 2018, no Brasil, com o propósito de aferir quais incluem políticas de saúde para as mulheres. O conteúdo está presente nos planos de governos oficiais que foram protocolados na Justiça Eleitoral. Na próxima semana ocorre o primeiro turno das Eleições e esta é uma forma de contribuir para que as eleitoras e eleitores conheçam as proposições de todos os candidatos. Veja o infográfico a seguir:

 

 

“Não ando de tênis, não ando de rasteirinha. Ando de salto, porque o salto é político”, destaca Profa. Dra. Megg Rayara Gomes de Oliveira

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Na sexta-feira, 29 de setembro, a professora Dra. Megg Rayara Gomes de Oliveira ministrou a palestra “Preta, bicha e perigosa: corpos que escapam as normas de raça e gênero”, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB Ponta Grossa. Durante a fala, Megg fez uma reflexão a respeito de corpos que saem do padrão da sociedade.

Megg Rayara Gomes de Oliveira é a primeira travesti negra, em todo o Brasil, a conquistar o título de doutora em Educação, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em todas as suas palestras, Megg faz questão e não vê problema em usar um vocabulário incisivo e fora do padrão. “Se eu concordo em não adotar determinados conceitos e determinados posicionamentos, eu vou estar reforçando a exclusão”, argumenta.

Transfobia, LGBTfobia, racismo e quebra de padrões foram os temas mais discutidos pela professora. Megg adverte que é necessário que a educação deixe de ser conservadora e comece a aceitar corpos que saem do padrão do homem, branco e hétero. “Não adianta discutir diversidade e ficar no plano simbólico, tem que discutir diversidade na prática cotidiana”, ressalta.

A professora e pesquisadora comentou, com base em seus estudos, que a travestilidade não é algo contemporâneo e afirmou que a primeira travesti na história do Brasil surgiu em 1591, com a escrava africana Chica Manicongo, que nesse tempo foi denunciada à inquisição por “vestir-se como mulher”. “É preciso que a gente identifique e reconheça esses corpos durante nossa história”, comenta Megg.

Durante a palestra, a pesquisadora falou também sobre como o movimento negro não acompanha o movimento de travestis negras. “É fundamental que o nosso debate seja interseccional, cruzando os vários marcadores constitutivos de uma sociedade”, relata Megg.

O evento contou com a performance da Drag Queen Cindy Cindy. Estiveram presentes também a professora da Unopar e coordenadora do Grupo de Pesquisa Violência, Pobreza e Criminalidade, Elisa Schultz, além da ativista e representante da ONG Renascer, Debora Lee.

Matheus Rolim

O aborto é legalizado em apenas seis países da América Latina

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28 de setembro é Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na América Latina

Apenas seis países, dos 29 situados na América Latina, possuem o aborto legalizado. A região é a que mais aborta no mundo, 44 a cada mil mulheres realizam a pratica por ano, enquanto a média global é de 35 a cada mil mulheres, segundo o estudo Abortion Worldwide 2017 – Uneven Progress and Unequal Access (Aborto no Mundo 2017 – Progresso Desigual e Acesso Desigual, em tradução livre), do Instituto GuttMacher, que fala ainda que 76% dos abortos são feitos de modo inseguro. O dia 28 de setembro é considerado pelos movimentos feministas, a data de reivindicação pelo o direito reprodutivo da mulher, como o Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto na América Latina e Caribe.

De acordo com um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Instituto GuttMacher, entre 2010 e 2014, na América Latina, apenas um em cada quatro abortos eram seguros. Em países onde o aborto é legal, quase nove em 10 abortos foram realizados com segurança. Na região, apenas Cuba, Guiana Francesa, Uruguai, Guiana e Porto Rico legalizaram o aborto. Em El Salvador, Haiti, Honduras, Nicarágua, República Dominicana e Suriname, a pratica é totalmente criminalizada. Nos demais países, incluindo o Brasil, o aborto pode ser realizado legalmente em casos específicos.

A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, lançada em 1979 pela Organização das Nações Unidas (ONU), afirma os direitos reprodutivos das mulheres. Todos os países da América Latina assinaram a convenção, porém as mulheres, que residem neles, são colocadas em situações de vulnerabilidade reprodutiva, principalmente as das classes mais baixas. “Os argumentos de quem está a favor da criminalização do aborto colocam em foco o feto, sendo que não existem conclusões cientificas sobre quando começa a vida, e não das mulheres, deixando de lado nossa saúde, nossos planos de vida e nossa dignidade”, comenta uma representante da ONG El Fondo MARIA, que atua no México.

Laura – os nomes utilizados ao longo da matéria são fictícios para preservar a imagem das fontes – tinha doze anos quando começou a ser vítima de violência sexual por parte de seu padrasto. Em uma delas, alguns anos depois, engravidou. A jovem, natural de El Salvador, só soube de sua situação quando sofreu um aborto espontâneo. Ela está há um ano presa, respondendo por homicídio. Este é mais um dos casos acompanhados pelo coletivo Agrupación Ciudadana por la Despenalización del Aborto El Salvador. No país, vinte e quatro mulheres estão presas por homicídio, resultado de aborto, segundo levantamentos do grupo.

O coletivo Con Las Amigas y en La Casa, do Chile, já prestou acompanhamento para aborto seguro a mais de quatro mil mulheres neste ano. Elas relatam que quem mais procura ajuda são mulheres adultas e que já são mães. O principal objetivo do grupo é oferecer acesso seguro a pílulas abortivas, desviando as mulheres do mercado ilegal. “Além do acompanhamento em todas as fases do processo, estamos formando mulheres que acompanham, porque sabemos que elas estão em toda a parte e precisam de informação”, conta Fernanda, representante do coletivo. Mais de doze cursos já foram ofertados as mulheres chilenas, o que ajudou a formar a rede de contatos que o grupo possuí por todo o país.

“No aborto se encontram diferentes direitos: o da saúde, da vida e da autonomia reprodutiva”, argumenta Fernanda, membro da ONG El Fondo Maria do México. A iniciativa teve origem dois anos depois da legalização do aborto na Cidade do México, que, apesar de representar um avanço no país, evidenciou a desigualdade que enfrentam as mulheres que residem foram do distrito. A ONG atua com apoio financeiro, emocional, logístico e presta informações a mulheres de todo o país que buscam interromper suas gravidezes. Desde sua origem, em 2009, mais de 8400 mulheres receberam ajuda do grupo.

No Brasil

O aborto no Brasil não é considerado crime quando ocorre de forma espontânea ou em três casos: risco de vida para a mulher causado pela gravidez, gestação resultante de um estupro ou se o feto for anencefálico. Nas demais situações, ele é criminalizado e tem penas previstas de um a três anos para a gestante e de um a quatro anos para o médico, ou qualquer outra pessoa, que realize o processo.

Segundo a pesquisa nacional do aborto, realizada pela Universidade de Brasília, em 2016, quase uma em cada cinco mulheres, aos 40 anos já realizou, pelo menos, um aborto. Em 2015, foram, aproximadamente, 416 mil mulheres. A maior concentração está entre mulheres de menor escolaridade, pretas, pardas e indígenas, que vivem nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Em agosto deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF), realizou uma audiência pública pela discriminação do aborto até a 12ª Semana de Gestação. A data para votação ainda não foi marcada.

Por: Daniela Valenga

Direitos Humanos versus Liberdade de Expressão A redação do Enem e seus critérios

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Desde 2013 um dos critérios para zerar a redação do Enem é quando o candidato, ao defender o seu ponto de vista, desrespeita os direitos humanos. No entanto, em novembro de 2017, esse item foi vetado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que gerou muita discussão entre os estudantes, professores e sociedade em geral.  Vale lembrar que em 2016, 0,08% dos 5,9 milhões de candidatos tiveram a nota zerada por esse motivo.

Por acreditar que esse critério fere um dos direitos fundamentais da democracia a Associação Escola sem Partido fez um pedido ao STF solicitando que o item fosse retirado do edital do ENEM, sob o argumento de que “ninguém é obrigado a dizer o que não pensa para poder ter acesso às universidades”. Mas será que o problema de ferir os direitos humanos se restringe apenas a uma nota zero no Enem? Será que se o Brasil fosse um país em que o seu povo tivesse com princípio básico o respeito ao próximo, seria necessário o Enem colocar em edital como um dos critérios para zerar a redação o desrespeito aos direitos humanos?

Os direitos humanos são garantidos por 192 países, entre eles o Brasil, que em comum acordo, assinaram a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. EssaDeclaração determina que todos os seres humanos, independente de raça, gênero, nacionalidades ou posicionamento político devem ser respeitados, ou seja, é uma questão de lei e cidadania respeitar as diferenças de cada indivíduo.

Porém, muitos alegam que o fato de ferir os direitos humanos ao expor suas ideias na redação do Enem acarretar na nota zero fere um direito assegurado aos/àscidadãos/ãs, o de Liberdade de Expressão, que por sinal também está presente na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição de 1988. A Liberdade de Expressão é um conceito fundamental nas democracias, uma vez que é assegurado a qualquer indivíduo o direito de se manifestar, de buscar e receber ideias e informações de todos os tipos, seja com ou sem a intervenção de terceiros, por meio da linguagem oral, escrita, artística ou de qualquer outro meio de comunicação.

Diante do impasse, onde um direito fere o outro, os/as estudantes se questionam o que realmente devem fazer quando escreverem a redação. Falar o que realmente pensam, sem a preocupação de ferirem os direitos humanos ou não correr o risco de perder alguma nota e escreverem não o que pensam, mas o que os corretores do Enem querem ler. É importante ressaltar que não se zera mais na redação por não respeitar os direitos humanos, porém uma das cinco competências avaliadas é “elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos”.

Volto a afirmar que este problema não existiria se na nossa cultura prevalecesse o respeito ao próximo, se houvesse mais empatia e menos intolerância. Assim, nenhum candidato precisaria se preocupar em respeitar ou não os direitos humanos, a sua voz sempre seria ouvida, não sendo ferido o seu direito à liberdade de expressão, por isso é basilar que sejam implantadas políticas educacionais que, como afirma a ativista indiana Ruth Manorama, proporcione uma intensa educação sobre direitos humanos a todas as comunidades para superar os antigos preconceitos.

Alexandra Nunes Santana

Professoras do Mestrado em Jornalismo da UEPG lançam livro sobre mídia, gênero e lutas sociais

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Lançado pela Editora UEPG, a obra Gênero, Mídia e Lutas Sociais: percepções críticas e experiências emancipadoras, já está disponível para leitura. As organizadoras são docentes do Mestrado em Jornalismo da UEPG, Graziela Bianchi, Karina Janz Woitowicz e Paula Melani Rocha. O livro reúne 11 artigos de pesquisadoras e pesquisadores dedicados aos estudos de gênero e pode ser encontrado no formato físico e digital, esse último com distribuição gratuita.

Segundo as organizadoras, entre os objetivos do livro a ideia de promover reflexões críticas sobre a perspectiva de gênero, visibilizar demandas e experiências ligadas aos direitos das mulheres e acolher contribuições multidisciplinares vindas de diferentes áreas. A obra está dividida em duas partes. A primeira recebe o nome de Olhares de gênero e atuação das mulheres na mídia e conta com pesquisas nas áreas de gênero, mídia e política. A parte II, Enfoques de gênero e direitos humanos, fala sobre políticas públicas e direitos sociais, com contribuições multidisciplinares.

Graziela Bianchi, uma das organizadoras, membro do grupo de pesquisa Jornalismo e Gênero e do projeto de extensão Elos – Direitos Humanos, Jornalismo e Formação Cidadã, enfatiza a importância de estar envolvida em uma obra que traz debates entendidos como muito relevantes. “O livro discute, do ponto de vista de diversas áreas do saber, temas de interesse na atualidade, a partir de reflexões que envolvem tanto os meios de comunicação, como discussões sobre gênero, que conduzem às lutas sociais”, explica.

O livro é resultado do trabalho desenvolvido no grupo de pesquisa Jornalismo e Gênero e discussões realizadas durante o 5° Colóquio Mulher e Sociedade, evento realizado em 2017na UEPG e que busca promover debates interdisciplinares sobre gênero, lutas sociais e direitos humanos. A versão e-book pode ser acessada gratuitamente no site da Editora UEPG (http://www.uepg.br/EDITORA/).

Por Daniela Valenga

Iniciativa oferta curso para candidatos cotistas ao Mestrado em Jornalismo

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Mestrandos em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) promovem curso de preparação para candidatos que concorrem como cotistas no processo seletivo do Programa de Pós-Graduação da instituição. As aulas acontecem às quintas-feiras, das 14h às 15h30, na Sala D 110 do Campus Central, e são destinadas a negros, indígenas, pessoas com deficiência, trans, refugiados ou técnicos da UEPG.

Este é o primeiro ano que o Mestrado em Jornalismo, da universidade, oferece vagas para cotas. A iniciativa veio dos próprios mestrandos, que apresentaram a ideia aos professores responsáveis pelo programa. “A pessoa precisa se preparar, porque se ela não tiver a nota, a cota não adianta”, explica Evelyn Silveira Barbosa, uma das idealizadoras do curso.

Ao todo são seis alunos do mestrado voluntários e cada aula terá dois responsáveis pelo planejamento. Evelyn fala que apesar das dificuldades, os acadêmicos estão se mobilizando para manter a qualidade do ensino público e o curso é uma destas ações, em que eles podem oportunizar os estudos àspessoas que possuem obstáculos na sociedade.

Até o momento, seis candidatos estão inscritos no curso. Maria de Fatima de Oliveira é um deles. Natural de Ipiranga, se graduou em Jornalismo em 2015 pela Secal e pausou os estudos para cuidar do filho. Atualmente, ela trabalha como técnica da UEPG e acredita que o Mestrado trará oportunidades para a sua carreira. “Quanto mais você estuda, mais preparada está para o mercado de trabalho”, avalia.

Ainda existe a oportunidade para se inscrever no curso através do e-mail preparatoriojornalismo@gmail.com

“Incentivamos que as pessoas participem, porque a oportunidade é única”, reforça Evelyn. Informações sobre o processo de seleção para o mestrado podem ser encontrados no edital da coordenação do programa (http://pitangui.uepg.br/propesp/ppgjor/editais/2018/Edital112018.pdf).

Por: Daniela Valenga

Coletivo dá visibilidade à cultura indígena na UEPG

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O Coletivo de Estudos e Ações Indígenas (CEAI), criado em 2017, tem objetivo de dar visibilidade ao povo indígena dentro da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A iniciativa surgiu para registrar as atividades que o grupo já realizava desde 2011. “A organização em forma de coletivo é boa porque todos têm responsabilidade e mérito”, comenta Leticia Fraga, professora de Letras da UEPG e membro do CEAI.

Atualmente, o Coletivo é formado por oito membros e conta com projetos na área de pesquisa e extensão. Leticia esclarece que a própria presença dos estudantes indígenas dentro da instituição não é fácil, então o CEAI é uma forma dar apoio para que eles possam se empoderar e compartilhar sua cultura com os demais membros da universidade. “Por que a gente não traz outras maneiras de pensar que não a europeia? A presença deles é muito importante porque somos levados a pensar de outras formas”, defende a professora.

Foto: Coletivo de Estudos e Ações Indígenas

Origem

Com início das atividades de pesquisa e extensão em 2011, foi em março de 2017, que os acadêmicos Joel Anastacio e Renato Pereira propuseram um curso da Língua Kaingang. “Eles vieram falar comigo, mas não é possível que eles registrassem o curso institucionalmente sem que um professor assinasse os documentos”, conta a professora de Letras, Leticia Fraga. Foi então que os três organizaram o curso, contudo, no sistema o que constava Leticia como coordenadora e Joel e Renato membros do projeto.

De acordo com a professora, foi com a experiência do curso que se tornou mais evidente a necessidade que possuíam desde o início, a de procurar uma organização em que todos pudessem ter mérito. Assim surgiu a ideia de se organizarem como um Coletivo.

Joel, acadêmico de agronomia, conta que sempre teve a vontade de fazer algo a mais dentro da universidade. Ele queria dar mais visibilidade indígena. “O legal do coletivo é que um está sempre contribuindo para ajudar o outro quando precisar”, comenta o aluno.

Hoje o coletivo é formado por acadêmicos, mestrandos e professores da universidade, indígenas e não-indígenas. “O CEAI está aberto para quem tiver ideias para contribuir com a visibilidade indígena ou atividades que fortaleçam a ideia de que o indígena hoje pode estar dentro da universidade, e formado em qualquer área”, explica Joel.

“Nós fomos, somos e seremos indígenas”

Joel Anastacio conta que dentro da universidade o estudante indígena encontra muitas dificuldades, o que não deveria, por ser um espaço aberto a todos. Ele destaca que o que para muitos são só brincadeiras, para o indígena pode ser motivo de desistir da universidade e se isolar em sua comunidade. “Quando eu me identifico como indígena, eles já me olham com outro olhar”, relata.

O acadêmico de agronomia fala que a universidade precisa ouvir e dar mais visibilidade para o estudante indígena. Neste sentido, destaca o empoderamento que o Coletivo trouxe. “Antes tínhamos medo, hoje lutamos para que tenham indígenas dentro das organizações acadêmicas e para mostrar que temos muito para contribuir”, reforça.

Joel ainda relata que existe um estereótipo de que o índio é aquele que está no mato caçando. “Ouço coisas como ‘ah, tá na universidade, então não é mais indígena’ quando ser indígena vai muito além disso, é se reconhecer como. Eu tenho isto como uma lição de vida, que futuramente vou estar passando para os meus filhos: que nós fomos, somos e seremos indígenas, independente da profissão que levamos”.

Atividades do Coletivo

Além do curso da língua Kaingang ofertado no ano passado, o Coletivo disponibiliza dois livros para o domínio público, possui trabalhos de Iniciação Científica e Extensão e publicou artigos sobre a origem do grupo e a resistência indígena dentro da universidade.

Dos dois livros já lançados, um é uma cartilha de alfabetização da língua Kaingang e outro traz a compilação de receitas medicinais indígenas. Ambos desenvolvidos em parceria com a comunidade Kaingang da Terra Indígena de Mangueirinha e estão disponíveis no site do Laboratório de Estudos de Texto da UEPG (http://sites.uepg.br/let).

Os próximos projetos do Coletivo contam com material didático de alfabetização na Língua Kaingang e livro infantil trilíngue, em português, espanhol e guarani, que está sendo desenvolvido em parceria com a comunidade Guarani de Inácio Martins. Os projetos do Coletivo podem ser acompanhados pela página no Facebook do projeto (https://www.facebook.com/ceaicoletivoindigena/).

Por: Daniela Valenga