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Projeto que incentiva a economia solidária completa 18 anos

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A Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESOL UEPG) completa 18 anos em 2023. O projeto, que tem o intuito de incentivar a economia solidária, busca auxiliar e dar autonomia aos grupos para que não fiquem dependentes da Incubadora. “Buscamos dar o apoio necessário aos grupos, porém eles precisam tomar as suas próprias decisões”, explica Manuela Salau Brasil, economista e socióloga fundadora da IESOL. 

 

A Incubadora é um programa de extensão da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) que já apoiou diversos grupos e movimentos sociais. Segundo Manuela, estar dentro da Universidade traz algumas facilidades na execução dos projetos da Incubadora. “A vantagem de estar numa universidade é receber auxílio de vários cursos”, declara.

A primeira Incubadora criada no Brasil foi na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1996. No Paraná são oito Universidades Estaduais com o projeto de Economia Solidária que fazem parte da Rede de Incubadoras Universitárias de Apoio e Fomento à Economia Solidária do Paraná (RIU).

 

A Associação dos Campos Gerais de Jardinagem, que prestava serviços à Prefeitura de Ponta Grossa na limpeza de jardins no entorno da cidade, e a Associação de Feirantes de Economia Solidária, que reúne feirantes com produtos como artesanato, bijuterias, verduras orgânicas, bolsas de lonas e etc, foram incubados em 2019 no programa de economia solidária. Joaquim Pinheiro, de 70 anos, é feirante e está no projeto da IESOL há 12 anos. “A incubadora sempre nos deu apoio com material e oportunidade de trabalhar”, relata.

 

Em comemoração aos 18 anos, o projeto realizou  uma série de eventos. No dia 26 de setembro ocorreu uma mesa redonda sobre “Governança e cidades inteligentes” e o lançamento do livro “Mulheres catadoras de materiais recicláveis”, produzido pelo IESOL. No dia 27 o projeto realizou uma roda de conversa sobre Educação Ambiental e Economia Solidária no auditório do Setor de Ciências Sociais Aplicadas na UEPG. A programação encerrou à tarde com o clube de trocas e a exibição de um documentário com café solidário no bloco B, seguidos de uma roda de conversa sobre o livro e e-book com as experiências das catadoras.

 

Mães universitárias – Dieine de Souza

Mães universitárias não têm apoio da instituição para concluir seus estudos. No primeiro episódio da série sobre os desafios de estudantes que são mães, conheça o relato da aluna Dieine de Souza, de 21 anos, que está cursando o segundo ano do curso de Zootecnia na UEPG.

Por Maria Eduarda Leme

Medicamentos à base de canabidiol podem melhorar a vida de pacientes

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Em todo o mundo, o uso de medicamentos à base de canabidiol estão possibilitando a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Segundo a médica integrativa Amanda Medeiros Dias, certificada em medicina endocanabinoide, a cannabis sativa tem ajudado pessoas diagnosticadas com ansiedade, parkinson, depressão, epilepsia, entre outras enfermidades. “A cannabis tem curado e ajudado as pessoas há mais de 12 mil anos”. De acordo com a médica, o preconceito que a sociedade tem com a cannabis é uma das principais causas de resistência contra os medicamentos.

A diretora da Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis, Melissa Vicentini, tem um filho diagnosticado com epilepsia e que faz o uso de medicamentos à base de canabidiol. “Pedro ficou 9 dias sem convulsionar após iniciar o tratamento com cannabis sativa”, relata Melissa, emocionada. A diretora ainda questiona o porquê não tratar a cannabis como primeira opção de tratamento já que a eficácia é maior e mais rápida.   

O projeto de Lei n°174/2023 tem como objetivo garantir a distribuição gratuita de medicamentos à base de cannabis sativa para pacientes que tenham laudo médico. Para promover e demonstrar apoio ao Projeto de Lei, bem como colocar em evidência a importância do debate sobre o tema, foi realizado na terça-feira (19) o painel “Cannabis Sativa: aspectos legais e uso medicinal”, no Grande Auditório da UEPG. O evento foi promovido pelo projeto Democracia & Direitos Humanos, do curso de Jornalismo da UEPG, com apoio dos projetos Elos (Jornalismo) e LAMA (Agronomia), em parceria com o Mandato Coletivo do PSOL e o SINDUEPG.

 

Foto: Victor Schinato

Um abaixo-assinado foi criado para apoiar o Projeto de Lei. “É importante que a população apoie, caso contrário a lei não entrará em vigor mesmo sendo aprovada na Câmara”, expõe Guilherme Mazer, político do Partido dos Trabalhadores (PT) que atuou como mediador do painel.

 

Por Amanda Grzebielucka

Dia Nacional de Luta relembra a importância da inclusão de pessoas com deficiência

No dia 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Luta da pelos Direitos das Pessoas com Deficiência. A data foi instituída por movimentos sociais em 1982 e desde 2005 foi oficializada como lei com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.
As deficiências podem ser divididas entre física, visual, auditiva, mental e múltipla, que, de acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência (2008), não justificam a exclusão social, discriminação e a falta de acessibilidade para estas pessoas.
A arquiteta Rosangela Manys explica que os projetos arquitetônicos devem incluir a acessibilidade como um importante requisito de qualidade. “A inclusão deve incluir a todos, desde crianças e idosos, até pessoas com deficiências leves e graves”, diz. Ela ressalta a obrigatoriedade regida por lei de todos os estabelecimentos abertos ao público serem acessíveis em sua estrutura e explica que os arquitetos devem seguir o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), enquanto os engenheiros devem seguir a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
Rosangela aprofunda o assunto focando na cidade de Ponta Grossa. “É uma cidade muito antiga, então é necessário um planejamento para com o tempo amenizar os problemas”. Ela observa que ruas estreitas e imóveis tombados dificultam o processo de adaptação da cidade e destaca que a acessibilidade faz total diferença na vida das pessoas. “Não é justo que as pessoas tenham uma limitação de até onde podem ir ou não”, finaliza.
A Norma de Acessibilidade no Brasil (ABNT-NBR-9050) existe desde 1985, mas apenas recentemente foi atualizada para uma versão mais completa e inclusiva. Ela trata das adequações necessárias das edificações e do mobiliário urbano às pessoas com deficiência, além de mostrar a importância da valorização de profissionais como engenheiros e arquitetos.
A estudante de Direito da Universidade Estadual do Paraná (UEPG), Flávia Alessandra Novask, é cadeirante e relata como são as condições arquitetônicas de acessibilidade na universidade. “No curso de Direito um corredor não tem rampa, então preciso pedir ajuda dos meus colegas e o elevador às vezes falha também”, conta. Ela acredita que as políticas para a entrada de pessoas deficientes na universidade são acessíveis, o problema está na falta de suporte para a permanência destes estudantes.
Flávia lembra que teve dificuldades no ensino fundamental e médio porque as adaptações na infraestrutura demoraram a acontecer, o colégio só ficou completamente adaptado depois que ela se formou. A UEPG adaptou os corredores de Direito e o acesso aos elevadores, mas está longe de estar completamente acessível. “De infraestrutura a universidade está, em uma escala de 0 a 10, em uns 4, tem muito o que melhorar”, avalia. Por fim, a estudante fala que é necessário dar mais visibilidade ao assunto, para que a universidade acelere o processo de adaptação estrutural exigido por lei.

 

Por Ester Roloff

Cerca de 23 mil famílias não têm onde morar em Ponta Grossa

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Segundo a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), a carência habitacional de Ponta Grossa é de 23.656 casas, sendo o quarto maior déficit habitacional do Paraná. Segundo o artigo 6° da Constituição Federal, todo brasileiro tem direito a moradia e uma vida digna. Em busca de oferecer o mínimo de dignidade a famílias que residem em casas sem estrutura, a enfermeira Evelyn Nogueira criou o projeto Brasil sem Frestas, que tem o intuito de revestir casas de madeira com caixa de leite, impedindo o vento de entrar nas residências.

O projeto foi criado em 2018 na cidade de Ponta Grossa. A idealizadora se inspirou no projeto que já existia em Curitiba e hoje paralisou as atividades. O trabalho não conta com nenhuma ajuda política ou religiosa, funciona apenas com o empenho de voluntários. Na pandemia, a instituição ajudou na fabricação de lençóis, máscaras e toucas cirúrgicas para os hospitais da cidade, principalmente para o Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais. “Foram mais de 150 mil máscaras entregues por toda a cidade”, relata Raquel Rossoni, voluntária do projeto.

Foto: Brasil sem Frestas

O trabalho tem cerca de 100 voluntários indiretos e 12 que atuam diretamente. “Decidi me voluntariar após um aluno reclamar que passou frio à noite e que não foi para aula pois não conseguiu dormir. Vi o Brasil sem Frestas na TV e resolvi me voluntariar’’, conta Marta Camargo, nova integrante. Desde 2018 foram atendidas 49 casas em Ponta Grossa e três na cidade de Carambeí. As residências têm a durabilidade de cerca de cinco anos. A presidente do projeto, Mariléia Paulovski, expõe a sensação de poder ajudar as famílias com algo simples: “A alegria das famílias vendo a casa pronta é inexplicável”. Ela ainda ressalta a necessidade de novos voluntários para ampliar as ações do projeto.

A moradora do bairro Ouro Verde, Evelyn Melo, descreve a sua experiência com o projeto: “O Brasil sem Frestas me ajudou muito, eu não tinha condições de revestir minha casa e sempre que chovia ela alagava; depois que o projeto revestiu, nunca mais isso aconteceu”. Para ser auxiliado ou se tornar voluntário basta entrar em contato com a página Brasil sem Frestas no Facebook. Para a doação das caixas de leite é necessário que as embalagens sejam cartonadas e estejam devidamente higienizadas. O local de entrega é na Rua Pedro Mascarenhas Ribas, número 5, no bairro Jardim Carvalho.

Campanhas de prevenção são realizadas em alusão ao Setembro Amarelo

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Durante o mês, atendimentos psicológicos, oficinas e discussões sobre qualidade de vida são ofertados à comunidade

Em 2022, no Paraná, foram registradas 790 mortes em decorrência do suícidio, conforme os dados do Anuário Nacional de Violência Pública. O suicídio é uma realidade que atinge o mundo todo e, para evitá-lo, medidas foram adotadas por órgãos internacionais e posteriormente nacionais, dando origem à campanha do Setembro Amarelo.

A campanha iniciou nos Estados Unidos em 1994, após o suicídio de Mike Emme, um garoto de 17 anos. No dia do velório, cartões amarrados com fitas amarelas foram distribuídos como forma de apoio às pessoas com problemas emocionais. A fita amarela fez uma referência ao carro de Mike, um Mustang 68 na cor amarela, restaurado e pintado por ele. Já no Brasil as movimentações para debates da temática aconteceram de maneira tardia, somente em 2014, por iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM).

A campanha deste ano tem o slogan: “Se precisar, peça ajuda”, que visa sensibilizar toda a comunidade acerca do tema, visto que a prevenção é uma das melhores maneiras de evitar o suícidio. Em Ponta Grossa, ações direcionadas estão programadas para acontecer durante todo o mês.

A Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa (FASPG), em parceria com o Conselho Municipal LGBTI+, Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PG), ONG Flor de Lis e faculdades da cidade, realizaram ações voltadas à comunidade LGBTQIAPN+ nos dias 11 e 13 de setembro. Durante o evento, foi oferecido atendimento psicológico individual, coletivo e atendimento jurídico. 

A Coordenadora da ONG Flor de Lis, Marcia Cristina da Silva Rodrigues, falou da importância de eventos direcionados à comunidade LGBTQIAPN+, que precisa ser ouvida e acolhida: “Esse evento é muito importante para que a gente consiga ter essa primeira conversa com as pessoas da comunidade, para ajudar a sair dos sofrimento que estão sentindo e vivendo”, ressalta.

A psicóloga especialista na comunidade LGBTQIAPN+, Jussara Prado, informa que nas estatísticas de suicídio quem  mais sofre com problemas psicológicos como ansiedade e depressão são as pessoas da comunidade LGBTQIAPN+. Esse fato reflete em altos índices de suicídio e exige ações específicas.

Um dos fatores agravantes para a saúde mental citados por Jussara é o preconceito múltiplo sofrido pela comunidade, que se sente sozinha e internaliza o sofrimento: “Dificuldades de arrumar emprego, dificuldades para estudar em decorrência do bullying,  agressões físicas e a expulsão de casa”. Devido a essas situações, Prado acredita na importancia não só de divulgação da campanha do setembro amarelo, mas também na prevenção do suicídio por meio do cuidado da saúde da comunidade LGBTQIAPN+.

MAIS AÇÕES EM PG

A Faculdade Sant´ana está ofertando atendimento psicológico durante todo o mês de setembro, com o objetivo de escutar e acolher as pessoas. Para o atendimento é necessário realizar inscrição, além de pagamento de R$ 10,00 por sessão. As inscrições podem ser feitas pelo formulário: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfg9lm2qLOyUHqj4zIYFna6zGewZtpaMrgJ2ZPGZx3BVG2G3A/viewform.

Outra ação em alusão ao mês amarelo é o evento promovido pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UEPG (PRAE-UEPG) no dia 21 de setembro, com discussões sobre a temática de qualidade de vida e a busca por uma vida valorizada. Serão ofertadas oficinas, auriculoterapia e mesa redonda ao longo do dia. Para participar, os interessados devem preencher a ficha de inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd00NhyEN_yFoKPdgvI0Osqark_im2OeutJHx4YqmJw0xOxVQ/viewform

ATENÇÃO AOS SINAIS

Qualquer sinal de mudança no comportamento de um amigo ou familiar é motivo para ficar atento e oferecer ajuda psicológica quando necessário. Alguns comportamentos comuns se manifestam em pessoas que estão passando por algum tipo de sofrimento. Entre eles, falta de autoestima, visão negativa de sua vida, futuro e culpa. Certos comentários que incitam ideias suicidas também devem ser considerados, bem como o isolamento por tempo prolongado.

COMO BUSCAR AJUDA

Se você acha que está tendo problemas relacionados à sua saúde mental ou conhece alguém que está passando por alguma dificuldade, busque ajuda. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um órgão que presta atendimentos gratuitos de apoio emocional e prevenção do suicídio sob total sigilo e atende em todo território nacional. Os contatos podem ser realizados pelo número 188, 24 horas por dia ou pelo site do CVV nas modalidades e-mail ou chat. 

Outra forma de buscar ajuda é através de Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidade de Pronto Atendimento 24H (UPA) e hospitais, além de números de emergência como o 192, do SAMU.

Projeto aprovado no PROMIFIC leva literatura a periferias

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Círculo de leitura traz quatro livros escrito por mulheres

Iniciativa conta com dinâmicas de valorização da história das mulheres. / Foto: Paula Schamne

 

O projeto “Círculo de Leitura de Mulheres para Mulheres”, aprovado pelo Programa Municipal de Incentivo Fiscal à Cultura (PROMIFIC), teve início no dia 20 de julho na Cáritas Diocesana, na Vila Liane. A iniciativa, criada pelo Coletivo Fiandeiras, consiste em encontros voltados para a literatura, debate e reflexão sobre a vivência feminina.

Os encontros, realizados periodicamente, reúnem mulheres da comunidade em exercícios de meditação, troca de experiências e ensino de gêneros literários. O projeto tem o objetivo de difundir a literatura para mulheres da periferia, criar um espaço de acolhimento e por fim produzir uma obra literária com histórias escritas pelas participantes da iniciativa.

Além dos quatro encontros programados na Cáritas, sobretudo com mulheres imigrantes da instituição, o projeto também compreende encontros na Ocupação Ericson John Duarte e no Centro Pontagrossense de Reabilitação Auditiva e da Fala (CEPRAF). No último, a ação será feita com o auxílio de intérpretes de libras da própria instituição. Cada instituição receberá quatro encontros com duração de três horas, com exceção do CEPRAF, que terá um único encontro mais longo.

Um dos livros trabalhados é “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, de Carolina Maria de Jesus, que aborda a vida de uma mulher negra na periferia em formato de diário, introduzindo o gênero ao projeto para que as participantes possam escrever suas próprias histórias. “Meu livrinho vermelho”, de Rachel Kauder Nalebuff, que traz à roda temas como a menstruação e gestação, e “A menina que virou lua”, de Cardoso Morena, com conhecimentos ancestrais relativos ao uso de ervas na medicina, costura, artesanato, etc, também foram selecionados. Por fim, uma coletânea de poemas escritos por mulheres, como Conceição Evaristo, se soma às quatro obras que integram a iniciativa.

O Coletivo Fiandeiras é composto por Fernanda Burgath, Ligiane Ferreira e Indianara Santos. Fernanda e Indianara possuem formação na área de linguagem, enquanto Ligiane é formada em artes. Em relação ao coletivo e seus objetivos, Ligiane afirma: “O intuito é trabalhar com literatura. Todo mundo deve ter acesso a literatura, e facilitar esse acesso”.

Em relação ao propósito do projeto, Fernanda Burgath, proponente no edital, considera que a literatura possui o potencial de fazer com que as mulheres reconheçam suas vidas como histórias dignas de serem contadas, valorizando assim a vivência da mulher na sociedade.

Darly, que prefere não expor seu nome completo, participou do primeiro encontro do Círculo de Leitura e afirma que planeja frequentar os outros. “Às vezes a gente pensa que só nós sentimos necessidade, ou temos problema, mas quando compartilhamos com outra mulher vemos que elas também têm problemas. Com isso, eu aprendo com a experiência delas e elas aprendem com a minha.”

Ligiane Ferreira ainda conduz outro projeto voltado à literatura. “A Glória do Meu Quilombo – A importância de Carolina Maria de Jesus” é uma iniciativa de palestras em escolas públicas da periferia também contemplada pelo PROMIFIC. Por meio das palestras, os estudantes entram em contato com a autora e ainda conhecem mais sobre a existência do Quilombo Sutil, nas redondezas de Ponta Grossa, origem da família de Ligiane.

 

Por Victor Schinato

Profissionais da educação se posicionam contra a EJA na modalidade híbrida no Paraná

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A categoria alega que  implantação da modalidade a distância para educação Jovens e Adultos pode aumentar a exclusão de estudantes

 

A Secretaria da Educação (Seed) do Paraná anunciou a implementação da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na modalidade híbrida a distância para o segundo semestre de 2023. A nova proposta do governador Ratinho Jr. (PSD) visa oferecer uma alternativa flexível para jovens e adultos que possuem responsabilidades familiares e profissionais, permitindo-lhes continuar seus estudos. Essa decisão suscitou preocupações entre o Sindicato dos Professores e os profissionais da educação, que destacam os desafios da nova abordagem de ensino.

De acordo com o Governo, essa proposta tem o objetivo de ampliar o atendimento e flexibilizar os locais e horários de estudo para atender às necessidades específicas desse público. No entanto, essa justificativa não se aplica à maioria dos estudantes do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) Prof. Paschoal Salles Rosa, onde Denise Gomes é diretora. Ela conta que o novo modelo é positivo para aqueles que têm acesso a tecnologia e um local de ensino adequado, o que foge da realidade da maioria de seus estudantes. “É muito boa para estudantes com perfil  autodidata, que conseguem estudar sozinhos, mas eu vejo que os meus alunos não têm esse perfil. 90% deles não conseguem aprender sem um professor”, complementa a diretora.  

A Associação dos Professores do Paraná (APP) e o Fórum Paranaense de EJA expressam preocupações com a decisão governamental. Em nota,  eles argumentam que o modelo remoto de ensino apresenta diversas dificuldades de aprendizado, como já ficou evidente durante a pandemia. As particularidades dos estudantes da EJA, somadas às limitações tecnológicas e à falta de acesso a equipamentos agravam ainda mais as fragilidades.

O ponto crítico levantado é o risco de ampliar a exclusão educacional, já que muitos estudantes da EJA não têm acesso adequado às tecnologias necessárias para o ensino a distância. A falta de apoio e de acolhimento, proporcionado pelo ambiente escolar, podem agravar os índices de analfabetismo do Paraná, que já ocupa a pior posição entre os estados do sul. Conforme os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2022,  cerca de 356 mil pessoas com 15 anos ou mais eram analfabetas no Paraná.

Para a pesquisadora do analfabetismo no Brasil, Vera Lúcia Martiniak, também coordenadora do Colegiado de Pedagogia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) a educação destinada a esse público não alcança um aprendizado concreto, mediado pela relação presencial entre professor(a) e estudante. “O ensino remoto pode proporcionar mais a exclusão do que a  inclusão.  No EJA online esses estudantes podem não ter uma aprendizagem realmente sólida e que possam usar de verdade em suas vidas”, afirma a pesquisadora. 

Ainda, Vera Lucia destaca sobre com o uso de plataformas tecnológicas que afetam o acolhimento e o envolvimento dos estudantes. O ensino a distância pode levar à perda de vínculos, redução da qualidade do ensino e aumento da evasão. “É necessário a aplicação de uma metodologia específica para atender EJA e essa metodologia deve estar incluída ainda na modalidade remota de ensino. O que  é diferente da presencial”, complementa Vera.

 

Por: Alex Dolgan

Mutirão de Retificação de Prenome e Gênero ocorre pela primeira vez em Ponta Grossa

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No dia 25 de agosto aconteceu o primeiro mutirão de Retificação de Prenome e Gênero para pessoas trans e não binárias em Ponta Grossa, chamado “Meu Nome, Meu Direito”. O evento foi realizado na Sede da Defensoria Pública da cidade e se propôs a trazer atendimento jurídico gratuito para a população.

A ouvidora geral da Defensoria Pública do Paraná, Caroline Nascimento, conta que o projeto teve início em 2019 com o Transgrupo Marcela Prado, que atua na defesa e promoção dos direitos das pessoas travestis e transexuais, em parceria com a Defensoria Pública do Paraná. Mais tarde surgiu a proposta de passar por todo o estado realizando as edições do “Meu Nome, Meu Direito”, para conseguir atender o maior número de pessoas.

Caroline Nascimento diz que no Paraná o primeiro mutirão atendeu 233 pessoas. “Com a possibilidade de interiorizar o atendimento, as buscas têm aumentado e mais oportunidades de parcerias com instituições e movimentos sociais surgiram”, explica. O projeto tem planos de ocorrer em todas as cidades do Paraná, inclusive as que não têm sede da Defensoria Pública.

Foto: Ester Roloff

 

A ouvidora também fala sobre a importância social do projeto. “O propósito é trazer visibilidade para esse público e fazer com que se sintam pertencentes à sociedade”. O Conselho Municipal dos Direitos LGBT de Ponta Grossa ajudou na realização do evento e distribuiu cartilhas sobre o respeito e a valorização da dignidade de todas as pessoas LGBTQI+.

A defensora pública, Raysa Edi Moura, explica sobre o papel da comunidade perante as questões legais. “Esse mutirão reforça a necessidade da população LGBT+ se dirigir aos espaços de poder, como os cartórios, e visibilizar os seus direitos mais básicos”. A retificação de prenome e gênero é um direito fundamental e humano presente na Constituição Federal.

 

Por Ester Roloff

UEPG oferta testes rápidos à comunidade acadêmica

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Ação de conscientização sobre IST’s ocorreram em ambos os campi da Universidade em Ponta Grossa

Exames são realizados com amostras de sangue retirados do dedo | Foto: Victor Schinato/Lente Quente

Nos dias 29 de junho e 6 de julho, o Serviço de Atenção Especializada (SAE), em parceria com a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) realizou exames para detecção de infecções sexualmente transmissíveis. A ação ocorreu no campus central e, posteriormente, no campus Uvaranas. Foram feitos exames para HIV, sífilis e hepatite tipo B e C.

A ação beneficiou cerca de 100 pessoas, entre acadêmicos, visitantes e servidores. De acordo com as enfermeiras que realizam os exames, a iniciativa visava apenas testar os alunos, mas despertou o interesse de quem passava e dos funcionários ao redor.

“O SAE nos buscou por conta de uma preocupação da saúde pública em atingir a população jovem, que é a que menos realiza testagens”, afirma Silmara Carneiro e Silva, chefe de Programas e Projetos da PRAE.

Além da testagem gratuita, a iniciativa ofertou auto exames de HIV, que podem ser feitos em casa com amostras retiradas da saliva. O objetivo da ação é conscientizar a comunidade acadêmica da importância da discussão sobre a saúde sexual. Em caso de algum exame positivo, as enfermeiras responsáveis oferecem o encaminhamento para tratamento no SAE e também nas Unidades Básicas de Saúde.

“Todos nós estamos expostos, é importante a gente superar a ideia de que é um ou outro grupo. Todos nós temos risco de saúde, por isso é importante que procuremos atendimento”, comenta Silmara sobre a importância da ação. “Na abordagem que temos feito, a gente percebe que a maioria das pessoas nem sabem o que são as doenças, e acaba deixando passar batido. O primeiro passo é retirar o tabu, e então disponibilizar a informação”, complementa.

De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente de 2022, o sul do país abriga a segunda maior concentração de AIDS do país. E o Paraná é o segundo estado com maior quantidade de casos de HIV na região Sul.

O exame demora cerca de 10 minutos. | Foto: Victor Schinato/Lente Quente

Para além da conscientização sobre saúde sexual, a PRAE realizou uma pesquisa sobre o impacto da universidade na saúde mental. “Nós queremos, a partir do resultado da pesquisa, desenvolver uma ação que dialogue com as respostas dos estudantes. Para que além disso, possamos pensar em atendimentos à demandas ali colocadas”, explica Silmara.

Por Victor Schinato e Eloise da Silva