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ONG Renascer promove bazar solidário

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No dia 15 de dezembro acontece o bazar da ONG Renascer em Ponta Grossa. Fundada 21 de setembro de 2000, há 18 anos vem realizando serviços públicos para a comunidade LGBT+ do município, portanto é uma entidade sem apoios financeiros. O bazar tem como objetivo ajudar financeiramente a instituição. Vai ser realizado na esquina do Renascer, na rua Bittencourt Sampaio, 283, no bairro Nova Rússia. Todo o valor arrecadado será convertido a instituição.

Para quem quiser ajudar com doações para o dia do evento, a ONG Renascer está aceitando roupas, sapatos, bijuterias, utensílios domésticos etc. As doações devem ser entregues no mesmo endereço, rua Bittencourt Sampaio, 283, bairro Nova Rússia.

Para mais informações, entre em contato pelo número (42) 3224-9046.

Por: Matheus Rolim

ENSAIO: Parada LGBT em PG

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A 1° Parada Cultural LGBT de Ponta Grossa aconteceu no dia 25 de novembro e foi organizada pela gestão “Língua Solta” do DCE da UEPG. A concentração ocorreu na praça Barão do Rio Branco, e a marcha seguiu pela Av. Vicente Machado até a Feira do Produtor. Segundo a organização do evento, cerca de mil pessoas participaram da Parada.

Fotos: Enaira Schoemberger

Vivas nos Queremos! Uma marcha para combater a violência machista no Equador

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Cerca de 10 mil pessoas marcharam no último sábado (24) em Quito, capital do Equador, contra o feminicídio e pelo fim de todas as formas de violência contra as mulheres. A marcha nacional “Vivas nos queremos” integra as mobilizações que ocorrem no mês de novembro em todo o mundo pelo Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro.

A Marcha envolveu participantes de todo país, organizados em oito blocos: familiares e sobreviventes de violência, movimentos de mulheres e coletivos feministas, famílias com crianças e pessoas com deficiência, “marea verde” (ativistas pela despenalização do aborto), categorias de mulheres trabalhadoras e sindicalistas, comunidade LGBTI, movimentos sociais e ciclistas. Nomes de vítimas da violência machista foram lembrados ao longo de todo o percurso em meio a cartazes, músicas de protesto e distribuição de panfletos. “Nuestros cuerpos no se tocan, no se violan, no se matan” foi tema do manifesto divulgado pela organização da marcha Vivas nos Queremos.

foto: Karina Janz Woitowicz

Nos últimos anos, as manifestações de mulheres pelo fim da violência ganharam força no Equador diante da necessidade de reagir aos diversos casos de assassinatos e desaparecimentos de mulheres. Uma conquista recente no que se refere ao combate à violência foi a implementação, em 2018, da Lei Orgánica Integral para la Prevención y Erradicación de la Violencia de Género contra las Mujeres, resultado de um amplo debate que mobilizou diversas organizações em todo país. Contudo, ainda são necessárias várias ações para uma efetiva implementação da Lei, com impactos na vida de todas as mulheres.

Embora o feminicídio (assassinato de uma mulher por sua condição de gênero) seja um crime reconhecido pelo Código Orgânico Integral Penal do Equador (Art. 141) desde 2014, com pena privativa de liberdade de 22 a 26 anos, os dados relativos aos crimes contra mulheres são alarmantes no país. Entre agosto de 2014 e agosto de 2015, segundo um informe do Ministério Público do Equador, 188 mulheres foram assassinadas; durante o ano de 2017, a Comisión Ecuménica de Derechos Humanos (CEDHU) registrou 151 femicidios. O índice de assassinatos de mulheres representa mais de 40% do total de todos os delitos que se cometem no país, o que coloca o Equador como o sexto país da América Latina com a taxa mais alta de feminicídios, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Ainda no que se refere à violência doméstica, de acordo com a Encuesta Nacional de Relaciones Familiares y Violencia de Género contra las Mujeres realizada pelo Instituto Nacional de Estadística y Censos (INEC), divulgada em 2012, no Equador 6 em cada 10 mulheres já viveram algum tipo de violência de gênero; 1 em cada 4 mulheres foi vítima de violência sexual, embora a forma mais recorrente de violência de gênero seja a psicológica (53,9%). E, do total de mulheres que sofreu violência física, 87,3% foram vítimas de seus próprios companheiros ou ex companheiros.

foto: Karina Janz Woitowicz

Associadas ao tema da violência estão as altas taxas de gravidez na adolescência, que revelam os casos de abuso sexual no país. Segundo o Instituto Ecuatoriano de Estadísticas y Censos (INEC), em 2014, 49,3 de cada 100 filhos nascidos vivos foram de mães adolescentes, o que coloca o Equador como o terceiro país na região com a taxa mais alta de gravidez na adolescência. A média de denúncias de estupro chega a 14 casos diários, sendo três destes cometidos contra menores de 14 anos, segundo o Servicio de Atención Integral da Fiscalía do Equador. Atualmente, no país há mais de 3.600 meninas menores de 15 anos que são mães por resultado de um estupro, na maioria das vezes ocorrido no ambiente familiar.

É por tudo isso que a Marcha se torna um espaço de encontro de múltiplas resistências: mulheres da cidade e do campo, indígenas, negras, trabalhadoras de diversas categorias, jovens, LBGTI, famílias inteiras que se mobilizam pelos direitos humanos das mulheres. Afinal, vivas e livres nos queremos no Equador, no Brasil e em qualquer outro país.

Karina Janz Woitowicz

Que Bolsonaro continue “fraquejando”

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Com um roteiro digno de novela brasileira, cheia de reviravoltas e dramalhões, a história sobre a fusão entre os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente chegou ao fim – por ora. Durante sua campanha, o futuro presidente do país anunciou que, caso eleito, iria unir o Meio Ambiente à Agricultura. No início deste mês, contudo, ele recuou após pressão de ambientalistas; bem como decidiu manter o Ministério do Trabalho, que também fazia parte de seu plano de ter uma estrutura governamental mais enxuta.

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro – com a licença de usar uma palavra muito utilizada pelo futuro presidente – “fraqueja” quando o assunto é meio ambiente. Em setembro deste ano, o então candidato do PSL havia afirmado posição desfavorável ao Acordo de Paris. Segundo ele, as exigências do documento ferem a soberania do país.

Agora, após a sua eleição, abre a possibilidade de negociar a manutenção do Brasil. Suas condições vão desde a não garantia a independência de nenhuma terra indígena até a segurança de que o país não teria que abrir mão da Amazônia. Aliás, em julho deste ano, em evento com ruralistas, ele disse que não haverá “nem um centímetro a mais para terras indígenas” e defendeu que as já demarcadas possam ser vendidas.

O Acordo de Paris é um tratado da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi aprovado por 195 países em 2015. Uma de suas principais metas é reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa até 2020 e, consequentemente, evitar o aquecimento global. Em junho desse ano, Donald Trump confirmou a saída dos Estados Unidos do pacto global, dizendo que era ruim para a economia de seu país.

Quem compactua com essa ideia “trumptiana” é o próximo ministro de Relações Exteriores do Brasil, o diplomata Ernesto Henrique Fraga Araújo. O futuro chanceler tem um blog, mantido desde o início das eleições, em que destila bizarrices que vão desde um suposto projeto “antinatalista” da esquerda, a história dos “mitos” e a teoria do “fim da história” de Francis Fukuyama até opiniões sobre raça e miscigenação. Com relação ao meio ambiente, ele escreve que a “defesa da mudança climática” é um dogma que “vem servindo para justificar o aumento do poder regulador dos Estados sobre a economia e o poder das instituições internacionais sobre os Estados nacionais e suas populações, bem como para sufocar o crescimento econômico nos países capitalistas democráticos e favorecer o crescimento da China”.

Desse modo, como um papagaio que copia tudo o que o dono fala, Bolsonaro repetiu mais uma vez um discurso de Trumpque também é firmado por seus “adoradores”. No entanto, diferentemente do presidente dos EUA que havia prometido retirar o país do tratado internacional durante a sua campanha presidencial e o fez, o futuro presidente do Brasil não cumpriu o que disse – ainda. Que continue assim, “fraquejando”.

Marina Demartini

Voz e luta devem ser pautas mais sazonais no jornalismo

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Após a grande falta de matérias que servissem como funcionalismo do Jornalismo para as mulheres, a editoria Cidades do Diário dos Campos trouxe uma notícia útil e importante nesse sábado, dia 17 de novembro. Sob a manchete “Como ajudar mulheres vítimas de violência” a jornalista conta sobre a criação da Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, além de colocar dados impactantes ao leitor. Ao longo do texto, é abordado as diversas formas de violências que as mulheres sofrem e de que forma elas podem denunciar. Outro ponto importante para destacar, é a atenção da jornalista em detalhar o trabalho local contra esse tipo de violência.

Uma matéria similar foi veiculada no jornal laboratorial Foca Livre (204), com os mesmo pontos destacados no DC. Embora seja sempre importante enfatizar as ações que a própria cidade dispões para a prevenção da violência contra a mulher. Vale destaque para o uso de apenas fontes mulheres na construção do texto. O que torna o texto final mais condizente com a pauta, deixando-o a mais rica e respeitando os locais de fala. ​

Alguns pontos negativos permeiam a matéria. No final do texto, embora a retranca dê destaque para o Núcleo Maria da Penha (Numape) os números úteis não apresentam nada sobre o projeto extensionista vinculado a UEPG que dá suporte psicológico, social e jurídico às mulheres em situação de violência. O Núcleo pode ser contatado pelo telefone (42) 3220- 3475 e fica localizado na rua Maria Perpétua da Cruz, atendendo de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h e das 13h30 às 16h30. Outro ponto, embora não atrapalhe a interpretação do conteúdo, é o vídeo com o trabalho da Patrulha. Ótima ideia, porém poderia ter sido aproveitada de maneira mais aprofundada do que somente imagens posadas.

São matérias nesse sentido, e outras ainda mais aprofundadas que o jornalismo necessita. O assunto não pode ser passado de forma superficial e devemos sempre mostrar a violência. Os e as jornalista precisam pautar os meios que a sociedade possui para lutar e mostrá-la que ela tem voz, caminho e ajuda para enfrentar a opressão.

Por João Pedro Teixeira

Direitos Humanos e o jornalismo

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Direitos humanos é uma pauta percebida como necessária e que se tornou um importante debate nos últimos anos. No ano de 2018, mais precisamente no dia 10 de dezembro, a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos de existência. O jornalismo, através de seu papel crítico de pautar a sociedade para o debate contínuo sobre assuntos que vigoram o âmbito público e o afetam diretamente, deve compreender em suas produções este ponto. Trazer a discussão dos Direitos Humanos não só é responsabilidade, como é fundamental que o jornalista mostre à esfera pública o desfalecer desse documento.

No dia 31 de outubro deste ano, uma matéria publicada no portal aRede, falha e desumaniza um assunto que exige muito mais que reciclagem de informações e um texto sem imparcialidade e objetividade. Com a manchete “General Heleno defende uso de atiradores de elite contra criminosos” e um texto de 5500 caracteres, era de se esperar um embate jornalístico, com triangulação de fontes, embasamento crítico e, no mínimo, um ponto de partida e chegada. Entretanto, quando se consulta o mesmo dia, no site da Agência Brasil, nota-se que a matéria encontrada no site aRede, embora assinada por jornalista e com os dizeres “com informações da Agência Brasil”, é inteiramente copiada da agência (link da matéria), incluindo manchete, linha de apoio, texto, retrancas e foto.

Ainda que, a matéria original permaneça dentro dos interesses onde foi veiculada, o jornalista local, ao invés de copiar, deveria aproveitar do assunto em pauta e desdobrar debates locais relacionados à violência. Dentro da matéria, o General defende a intervenção militar no Rio de Janeiro e denota que o uso de rifles de precisão impediriam mortes desnecessárias. Mas, em que ponto o jornalista acha coerente replicar um texto baseado em uma fonte só? Em que ponto o jornalista deixa de buscar o equilíbrio e passa a tomar falas de um General, situado em outro espaço e contexto, como razoáveis e sem questionamento?

Uma breve pesquisa nos traz matérias como a de 15/10/2018, do jornal OGlobo Rio, que relata que após a intervenção militar houve, em média 4 mortes por dia por resistência policial. Ou como outra matéria publicada no dia 15/09/2018, no Estadão, mostra que o número de tiroteios do Rio de Janeiro aumentaram em 62% após a intervenção, 14 crianças e 41 adolescentes foram baleadose foram registradas 229 horas e 20 minutos de tiroteios contínuos. Ainda uma matéria do dia 27/09/2018, da Folha de São Paulo, denuncia os abusos realizados por militares da Intervenção no Rio de Janeiro.

Então, o jornalismo local ainda precisa de mais compreensão de seu posicionamento crítico frente à sociedade. O debate sobre armamento, abusos, estupros, e, principalmente, violação dos direitos humanos, vem sendo banalizado pelas pessoas nas redes sociais. Nesse momento crítico, devemos unir nossas palavras para formarem informações e fontes para o debate das pessoas. É nossa profissão responsável pela coleta, união e tradução de fatos que, sem os jornalistas, passariam despercebidos. Replicar uma notícia sem critérios ou espaço para o contraditório é falho. Deve-se usá-la para criar um gancho, preferencialmente voltado para o entendimento de uma realidade local, de proximidade.

Por João Pedro Teixeira

Violência contra jornalistas: um ataque contra toda a sociedade

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Liberdade de expressão e acesso à informação: eis aí dois dos direitos fundamentais mais famosos. Garantidos pela Constituição, são aqueles que todo mundo associa diretamente à democracia, têm aquela aura de grandeza. Coisa bonita.

Por isso é perturbador constatar que a liberdade de expressão e o acesso à informação estão sob risco no país. De janeiro a outubro de 2018, só em contexto político-eleitoral, mais de 150 jornalistas sofreram algum tipo de violência enquanto trabalhavam ou por causa do trabalho que fizeram. Os dados são da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).

Os tapas, empurrões e ofensas vieram de todos os lados, e não apenas de pessoas públicas, mas de pessoas “comuns”. Mais de um dos agressores justifica sua ação dizendo que – vejam só – estava exercendo sua liberdade de expressão. Para esses, fica a dica: xingar, intimidar, expor o celular ou fotos da família de um(a) jornalista não é simples crítica ao trabalho da imprensa, nem direito de ninguém. É violência.

Há uma relação direta entre essa violência e o perigo para a liberdade de expressão e para o acesso à informação. Quando jornalistas não se sentem seguros para exercer a profissão e acabam censurando a si mesmos, o acesso de todos à informação é prejudicado. Quando jornalistas têm que pensar duas, três vezes antes de publicar uma reportagem por medo do que pode acontecer depois, a liberdade de expressão de todos está em risco.

Uma frase que circulou em redes sociais resume bem as consequências: “Primeiro, vieram atrás dos jornalistas. Depois disso, não soubemos de mais nada do que fizeram”. É uma versão do poema do pastor Martin Niemöller sobre o aumento da repressão na Alemanha nazista. O jornalista britânico Gideon Lichfield a publicou em em 2016, para se referir aos EUA após a eleição de Donald Trump.

Respeitar e defender o trabalho de jornalistas é respeitar e defender os direitos fundamentais de toda a sociedade. Ou seja, é respeitar a si próprio, sua família, sua comunidade.

Marina Iemini Atoji

“Nós somos iguais a outras pessoas. Nós temos nossos direitos, nós temos nossos deveres iguais a um civil lá fora. Temos nossas dívidas, água, luz, telefone. Todo o tipo de gasto”, relata Marilys

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Confira o ensaio fotográfico feito com Marilys, primeira travesti a retificar o nome social no título de eleitor em Ponta Grossa.

 

“Meu nome é Marilys, tenho 56 anos. Sou a primeira travesti a retificar o nome social no título de eleitor em nossa cidade, Ponta Grossa, no Paraná”.

Foto: Matheus Rolim

“Sou travesti desde os 11 anos, mas não assumida. Eu me assumi a partir do momento que tive problemas com a família. Eu vi que a partir disso, eu tinha que assumir o que eu queria ser, ser chamada pelo nome feminino”.

Foto: Matheus Rolim

“Uma igreja me aceitou, mas pediu para que não viesse vestida do jeito que eu sou e que era pra eu ser mais do lado masculino. Mas eu não posso fazer isso. Sou uma travesti, eu sou feliz assim, me visto assim, não consigo me ver de outra maneira”.

Foto: Matheus Rolim

“Eu tenho até a 8ª série, não pude terminar porque tive que trabalhar. Nós temos uma dificuldade grande em arrumar trabalho. Essa é uma das nossas metas que nos vamos ter que batalhar para que o comércio abra oportunidade para a população LGBT”.

Foto: Matheus Rolim

“Eu não me assumia por causa do medo. Eu tinha medo do preconceito, da reação da sociedade. Eu via as travestis andando pela cidade e vi que não era desse jeito. Foi então que o grupo [ONG Renascer] me resgatou. Eu vim para cá e tenho o maior carinho pela ONG, me deram dignidade e me mostraram um caminho para ser o que eu sou hoje”.

Foto: Matheus Rolim

“Ser Marilys, é ser mulher, ser feliz. É realmente ser o que eu sempre quis. Sair de onde eu estava escondida. Não quero nem pensar em voltar para trás! Sou feliz e quero seguir minha vida assim”.

Foto: Matheus Rolim

 

Alunos do Colégio Elzira participam de oficinas de áudio e radiojornalismo

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Alunos e professores do Colégio Estadual Elzira Correia de Sá, do bairro Santa Paula, em Ponta Grossa, participam, nesse semestre, de oficinas, ministradas pela equipe do Projeto de Extensão Elos, para o desenvolvimento de materiais informativos na escola. O projeto é coordenado pela professora de História do colégio, Maria Antônia Marçal, e conta com a participação de professores e alunos do Ensino Médio. O objetivo é produzir um programa, em áudio, que será veiculado, inicialmente, nas caixas de som do colégio, com assuntos relacionados à comunidade escolar.

Foto: Fernando Santos

No dia 3 de outubro, em encontro na escola, a professorade Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa(UEPG), e participante do projeto de Extensão Elos, Graziela Bianchi, introduziu como acontece a produção de um radiojornal e demais conteúdos informativos em áudio. A oficina despertou o interesse dos alunos, que, no dia 9,estiveram na UEPG para conhecer o Estúdio de Áudio do curso de Jornalismo e aprenderem sobre o processo de produção. Bruno Handler, aluno do ano B, conta que está gostando da experiência de desenvolver um jornal e destaca que os alunos estão tendo autonomia nas decisões. “Minhas expectativas são que o jornal cresça e tenha uma equipe grande, completa.

Os estudantes e professores já estão se organizando em reuniões para debaterem as pautas que entrarão no programa. “Eu espero que consigamos passar as informações necessárias do colégio e região para todos os alunos”, fala Arianne Santos, do 1ºA. Em setembro, o Elos já esteve no colégio. Na ocasião, a oficina ministrada trabalhou conteúdos sobre a produção de um jornal impresso.

Foto: Fernando Santos

Por: Daniela Valenga

Cadê as mulheres no jornalismo?

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Que as redações estão cada vez mais precarizadas, não há dúvidas. O aumento de horas de trabalho, piso salarial baixo, menos jornalistas e mais atividades sendo realizados, são alguns fatores do reflexo da precarização do trabalho. Esses e mais alguns problemas são enfrentados todos os dias pelos profissionais, mas para as mulheres esse cenário é ainda mais prejudicial. Foram analisados dois jornais de Ponta Grossa para ter um parâmetro de quantas matérias são produzidas por mulheres e quantas são produzidas por homens, assim chegamos à conclusão que há mais materiais assinados por homens do que por mulheres nas redações. Mesmo não sendo uma análise aprofundada, nos dá uma boa base para entendermos a profissão e como é para as mulheres atuar nela.

Os jornais analisados foram Arede e o Diário dos Campos, no período de uma semana, do dia 22 ao dia 28 de outubro. No portal online, Arede, foram analisadas 97 matérias publicadas durante a semana, 46 delas são da redação, sendo as outras 51 matérias distribuídas entre três jornalistas homens que atuam na publicação online de notícias. Um desses três tem seu nome em 30 matérias, o outro em 13 e o terceiro em 8, mas nenhuma mulher jornalista assinou produções. Em contrapartida, dados do Censo de 2010 indicam que as mulheres representam 58% dos jornalistas de 20 a 29 anos e são 64% dos estudantes dos cursos de jornalismo. Então, a pergunta é, cadê as jornalistas? Outra pesquisa realizada pela Abraji e a Gênero e Número sobre “Mulheres no Jornalismo Brasileiro” aponta que 65% das mulheres jornalistas relatam haver mais homens em cargos de poder.

Já, no portal online do jornal Diário dos Campos parece haver um equilíbrio em relação ao gênero na redação, embora tenha um grande número de matérias de assessoria, redação e agências, a distribuição da cobertura de diversos temas, desde política e economia a temas mais factuais da cidade, tem um equilíbrio entre as mulheres e os homens. Das mais de 120 matérias analisadas, elas foram apresentadas três mulheres e dois homens. Uma das jornalistas tendo seu nome em onze matérias, outra em oito e a terceira em seis. Dos dois homens um deles teve seu nome em dez matérias e o outro em cinco.

Tendo em vista essa breve análise, concluímos que o mercado profissional jornalístico apesar de estar em crescente expansão e transformação, na forma como faz e distribui as informações, ainda tem questões em relação a gênero muito fortes e marcantes na profissão. Algumas redações tradicionais, ou marcadas por uma forte precarização e venda de seus espaços, ainda naturalizam atitudes de divisão de trabalho por gênero, ou garantem que homens tenham mais oportunidades que mulheres dentro do trabalho, desconsiderando que as mulheres são um grande número.

Por Rafael Santos