Podcast sobre Direitos Humanos realizado com o professor Volney Santos do departamento de Direito das relações sociais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
O ‘ciúme’ continua matando e o jornalismo reafirmando
Primeiramente é importante colocar que o Observatório de Gênero tem por finalidade produzir textos semanais sobre as produções jornalísticas em Ponta Grossa. A partir da perspectiva de gênero coloca-se em discussão, principalmente o conteúdo feito pelas mulheres jornalistas, diariamente nas redações. Dessa forma a busca de conteúdo jornalístico na cidade entre os dias 12 e 18 de novembro, teve 35 matérias, em uma análise inicial.
Do total, apenas uma retratou um tema relacionado a gênero. No entanto, a perspectiva e problematização da situação foi mais uma vez deixada de lado. A reportagem em questão foi produzida pelo Paraná Tv no último dia 14. Ao tratar do julgamento de Paulo Leandro Spinardi <http://g1.globo.com/pr/parana
Contudo, esse é o único ponto de problematização da temática. Em momento algum o termo feminicídio, que já consta na Lei 13.104/2015, é citado pela repórter e observa-se ainda que a apelação a “motivos” como ‘ciúme’ aparecem para justificar os crimes contra mulheres. Os mesmos são reproduzidos pelos meios de comunicação no vazio da problematização. O Brasil ocupa a infeliz posição de quinto lugar no mundo entre 83 países que mais cometem feminicídio, a taxa brasileira é de 4,8 assassinatos em 100 mil mulheres (http://www.
TODO DIA É DIA DE CONSCIÊNCIA NEGRA
Por: Nilvan Laurindo Sousa
Dia 20 de novembro é dia da Consciência Negra. Porém vamos pensar como são os demais dias do ano? A existência de um dia, estabelecido por lei, comprova de que algo esta errado. Todo dia é dia de consciência negra. Todavia, o que estamos fazendo no cotidiano das escolas para resgatar a autoestima do aluno negro? Todos estão em sala de aula? Qual abordagem estamos dando sobre a Cultura afro-brasileira e sua contribuição para a formação da sociedade brasileira? Não dá para negar, o preconceito é real, latente e se apresenta de forma silenciosa, na ausência de representação, na desconfiança, no apagamento de nossa história e em atitudes racistas cotidianamente naturalizadas. A criança negra não é visibilizada e quando é, se faz por meio de uma piadinha, um apelido atrelado a sua cor, na resistência dos colegas em não aceitá-la e assim por diante…
A ESCOLA muitas vezes é omissa e negligencia a criança negra, não se preocupa com a convivência multiétnica, contribuindo para a formação de indivíduos preconceituosos e discriminadores, além de crianças com auto estima baixa, uma por se julgar superior a outra, a outra por se sentir inferior. Desta forma, a criança branca, ao se sentir superior, fortalece, mantém o racismo, o preconceito e a discriminação; já a criança negra, ao se sentir inferior, se auto rejeita, rejeita o grupo ao qual pertence, a sua cultura e a sua história.
A escola é um espaço privilegiado, ela influencia na ideologia que se adota como padrões conceituais de conduta. Para tanto, é preciso reformular os materiais didáticos, considerando que uma vez apreendidos conceitos errôneos durante a escolarização, será difícil a desestratificação desses arquétipos. A mudança inicia quando percebemos a cultura eurocêntrica praticada nas escolas. Por outro lado, há negligência para com a história e a cultura dos negros no Brasil, ou as escolas restringem a sua abordagem à escravidão.
As situações de preconceitos e discriminações enfrentadas, pelas crianças negras, influenciam negativamente suas vidas ocasionando problemas de autoestima e identidade. É Necessário que todos os dias sejam dia de consciência negra. Não apenas no mês de novembro. Esta temática é urgente, necessária cotidianamente, é preciso que a escola assuma o compromisso de trabalhar a história da cultura afro-brasileira nas diversas disciplinas. Desta forma, todo dia será 20 de novembro, se entendermos que identidade é tudo para se ter autoestima e empoderamento de nossas vidas.